A Proposta Do Chefe

Capítulo 15

— Eu...confio em você, mas não nessa pedra e escada íngreme. — murmurou ele.

Vi seus ombros tremerem e seu olhar fixar em um ponto abaixo. De início, poderia dar sim aquele choque, ainda mais para quem tem medo de altura. Mas quando ele se acostumasse, perderia esse medo, porque foi assim comigo também. Lembro-me de meu pai falar que antes de você desistir, era melhor que tentasse, nunca ninguém havia conseguido antes de tentar. Aquilo de certa forma me encorajou, nesse momento era o que queria passar a Liam.

Mas ele tremia como bambu concentrado em um ponto abaixo das árvores, impossível era alguém não conhecer esse lugar, mas agradecia por ninguém conhecer ou saber que existe uma entrada para o topo. Mantive minha mão estendida a sua frente.

— Nunca vai saber se não tentar, confie em mim um pouco mais. — encorajo ele.

Seu olhar azul transparecia estar apavorado, ele se detinha com desconfiança. Lancei um sorriso encorajador. Seus olhos se fixaram nos meus e automaticamente ele estendeu a mão, o trabalho era lento e cuidadoso, não podia forçar ou ele desistiria de novo. Quando suas mãos pousaram nas minhas o segurei com firmeza.

Subi em degrau, encorajando-o dar um também, um por um. Ele me dirigiu um sorriso débil e continuou, mas não soltou da minha mão. Quando finalmente chegamos ao tipo e pudemos ver o céu azul com nuvens passeando livremente, rodopiei e gritei algumas palavras e sorri para Liam.

Ele apenas se sentou em uma parte da pedra, para se sentir seguro, ele suava e arfava.

Quando meu pai tinha problemas para resolver um caso ou que não visse algo que estava deixando passar despercebido, ele vinha aqui. Ele encontrava sua esperança e sua fé em Deus e nele mesmo, acredito que o que esteja acontecendo com ele hoje, tenha sido a falta de fé nele mesmo, às vezes apenas uma das provações de Deus. Mas ele insistia em dizer que tudo na vida, tinha seu curso e esse era o dele. Ele não culpava ninguém e nem a nada. Meu pai estava recluso em casa, sob os cuidados de minha mãe, a situação estava difícil, mas nunca o vi com uma expressão de derrota e era isso que eu queria que Liam visse.

Não queria que ele se cobrasse pelo pai, pela chantagem de Alex e Zara e muito menos deixasse se intimidar pelo problemas adversários, ele só precisava da fé em si mesmo, queria ensina-lo, como meu pai ensinou a mim. Caminhei e sentei ao seu lado, por um milésimo de segundo, pude ver as maçãs de seu rosto ficarem vermelhas e comecei a rir.

— Está se divertindo com minha fraqueza? — replicou. — Fique sabendo, que posso processa-la srta. Montgomery.

Comecei a rir mais alto.

— Sob qual alegação? — perguntei. — Isso é normal, você pode aceitar e enfrentar seu medo ou pode se acovardar e permanecer...assim. — disse e gesticulei em sua direção.

Ele riu e arqueou uma sobrancelha.

— Está dizendo que sou um covarde? — perguntou ironicamente.

— Não, estou dizendo que voce não consegue enfrentar seus medos de frente, por exemplo, seu pai. — começo a explicar e reparo ele olhando para meus lábios. — Você tem opção de escolha, pode dizer não, mas por alguma razão não faz.

Ele deu de ombros.

— Não vão mudar nada. — disse e seus olhos carregassem grandes tristezas.

Então levantei fazendo gestos engraçados para que ele pudesse rir um pouco.

— Então foi por isso que o trouxe aqui. — rindo junto com ele.

Eu pulava de um lado para o outro como uma artista de malabarismo, ele jogou seus braços para trás apoiando seu corpo enquanto ria, seu sorriso branco e bem alinhado, brilhante e alegre, era isso que eu queria ver todos os dias nele. Contei o motivo de estarmos aqui e tudo que meu pai havia me ensinado, ele ouviu atentamente mesmo deixando seu sorriso morrer em seu rosto.