Capítulo 28

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Sob a visão de Liam

Ainda estava deitado em minha cama, sozinho e pensando no que seria de mim se Alex cumprisse a vingança. Eu sei que meu pai havia me abdicado do fardo da qual eu não participava, mas já estava tão envolvido que fugir não era mais uma questão diplomática , e sim, de honra. Alex queria ferir meu orgulho a qualquer custo e ele ganharia isso com prazer. Não deixaria ele com um sorriso petulante, meu pai merecia respeito em seu tribunal. Depois de tudo, não podia abandonar o barco. Meu pensamento voltou para Morgan.

Lembro-me de uma estagiária tímida e desajeitada forçando uma formalidade. Ela não tinha os requisitos ideais para trabalhar no escritório, mas como era uma ordem de meu pai, deixei-a fazendo o que ela sabia ao menos e no fim até deu certo. Por dois anos, ela era uma mosca morta para mim, nunca imaginaria passar uma vida inteira ao seu lado, eu sei que eu estava errado. A usei desde o princípio, fingi estar necessitado da ajuda quando era apenas meu egoísmo que me prendia a mim mesmo. Com o passar do tempo, eu acabei nutrindo sentimentos pela garota doce e amável como ela, percebi que tudo que passei com Zara era só uma rota de fuga.

Não queria mais isso, eu queria ser tudo que ela precisasse que eu fosse. Depois do cruzeiro pensaria em assumir esse papel, ficaria feliz em fazê-lo, pelo menos oficialmente. Quando Zara a convidou para um café da manhã, podia ser minha chance de resolver questões pendentes com Sean que estava aqui em uma conferência com o maldito do Alex. Não acredito que ele posso ter ido tão longe só para se vingar do meu pai, agora aposentado. Alex não ia sair ganhando nessa, podia garantir. Mas tinha que agir. Coloquei uma roupa social e me dirigi ao saguão o mais rápido que podia.

A atendente me olhou com um sorriso simpático, quase forçado e me limitei a sorrir de volta.

— Por favor, preciso saber onde Sean Huntersberg está hospedado. — pedi quase com clemência.

Ela assentiu e foi verificar no seu sistema, assim que ela me disse que ele pediu para não ser incomodado, insisti no pedido e ela me entregou um papel com o número do quarto e o telefone dela, olhei friamente para aquele rosto e tomei a direção contrária. Subi dessa vez pelas escadas, meu coração acelerou-se descompassadamente enquanto eu corria escada acima. Isso estava acontecendo no andar de cima do cruzeiro. Ao encontrar a porta depois de quase vinte minutos procurando, bati freneticamente e toquei a campainha.

Estava arfando e suado e precisava fazer com que ele mudasse de idéia sobre vender sua parte, ele não estava sozinho nessa e eu deveria estar nessa conferência idiota. Continuei a bater freneticamente até que ele mesmo viesse me atender. Um homem de estatura mediana e cabelos grisalhos, olhos cinzentos enrugados atendeu a porta com cara de poucos amigos.

— O que está fazendo aqui, Sr. Madison? — perguntou ele, furioso.

— Sr. Huntersberg, eu faço parte da empresa tanto quanto o senhor, eu devia estar nesta conferência. — digo com firmeza, mas ele parecia estar irredutível.

— Você não merece depois dos prejuízos que me deu aos longos dos anos, você me queimou rapaz. — esbravejou na minha cara.

Mas logo atrás de Sean, apareceu aquela figura desprezível, o motivo para qual quero participar dessa conferência, dizia a respeito de mim também. Não seria diminuído por um cara destrutivo como Alex.

— Ora Sr. Huntersberg, deixe-o entrar e conversaremos mais sobre nossos negócios. — acalmou Alex me olhando furtivamente, nos encaramos por um longo minuto, parecia a guerra de dois gaviões.

Ele abriu espaço e entrei ajeitando a camisa suada e amarrotada. Sean havia posto todos os arquivos enumerados da empresa, Alex sentou-se em seu lugar e eu fiquei no meio deles, atento a cada palavra. Quando eu ouvia meu nome e números de contratos errados eu o corrigia, dizia que era a Morgan que fazia e sempre me certificava para não haver erros, havia coisas estranhas demais para ser sincero. Morgan tinha uma inocência angelical, duvidava que ela teria essa audácia de me incriminar dessa forma abstrata. Eu ia tirar isso a limpo depois,  mas agora tudo que eu podia fazer era defender minha posição.

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