Capítulo 20

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Na manhã seguinte, as coisas continuavam as mesmas, sem notícias. Stacy e e Augustus viriam ao hospital um pouco mais tarde. Fiquei ali com mamãe que descansava um pouco naquele sofá desconfortável do sofá, não pediria para ela ir para casa, pois sabia que ela não iria. Seu rosto era sereno apesar do inchaço que choro havia lhe causado. De repente, um homem de branco surgiu na porta e me levantei de um pulo.

Meu coração latejou forte dentro do peito, isso significava que ele tinha notícias do meu pai, como desejei Stacy aqui para segurar minha mão, mas precisava ser forte pela minha mãe e meu pai, estendi minha mão que o médico aceitou amistosamente, esperando uma notícia boa, mas o rosto do médico era cético e sério, quase indecifrável. Aquilo me fez uma pequena sensação de medo.

— Olá doutor, alguma notícia do Sr. Montgomery? — perguntei a ele.

Ele deu meio sorriso e levantou a prancheta, olhou uma folha com precisão, para não cometer erros antes de dar uma péssima notícia, olhei para minha mãe e ela dormia, sabia que o prudente era acorda-la mas isso a prejudicaria de descansar durante o dia, ela teve um péssimo dia ontem, como todo mundo teve, mas hoje eu queria que ela descansasse o máximo que conseguisse. Pedi ao médico que nós afastassêmos um pouco da sala de espera para não acorda-la e ele concordou. Mas meu coração parecia apertado como um rato em uma armadilha, como uma galinha sendo caçada por uma raposa.

Algo me dizia que aquele médico não vinha dar notícias boas, senti um medo avassalador tomar conta do meu corpo, minhas pernas tremeram violentamente e tentei esconder essa emoção do médico a minha frente.

— Srta Montgomery, o caso de seu pai é delicado, fizemos uma cirurgia para eliminarmos quaisquer suspeita, mas o câncer metastático está avançando rapidamente e já tomou a maioria dos órgãos de Thomas. — explicou ele. — Ele está sendo preparado para entrar no quarto e aviso assim que puder, ele está inconsciente e respirando através de aparelhos.

Olhei para ele boquiaberta e as lágrimas corriam livremente pelo meu rosto, sentia que a qualquer minuto poderia desabar aqui e sabia que não havia ninguém para me segurar. O médico pousou sua mão em meu ombro solidarizando com a situação mas estava com medo...na real, apavorada. Meu pai não voltaria mais.

— Só há apenas uma parte do pulmão enfraquecida, e o coração começou a falhar, a safena não surtirá muito efeito, colocamos em coma induzido, mas há mais o que fazer, sugiro considerarem a ideia de desligar os aparelhos. — avisou ele, sério e baixo.

Eu não estava mais no controle, tantos disseram que ele ficaria bem, mas ele não ficou. Nem mesmo voltaria a abrir os olhos, passei tanto tempo longe de casa, passei tempos demais me preocupando com o coração que esqueci de passar o tempo com meu pai, minha visão turva começou a embaçar e comecei a gritar com uma dor lancinante no peito, cai de joelhos com a mão no peito. Por que ele tinha que ir? Por que meu pai estava me deixando? Pelo meu egoísmo? Pela minha falta de solidariedade? Por minha falta de arrumar um tempo para minha família?

Lembrei de quando subimos na pedra no Central Park, quando era pequena ele corria em círculos e gritava, eu fazia o mesmo, as aves gorgolejavam ao céu e ele sempre tinha uma brincadeira, um sorriso, um carinho, um sorvete e uma cantoria incrível, na época tive vergonha e saia em disparada, mas se eu tivesse ficado e escutado-o cantar? Poderia ter sido mais amiga dele. Lembro-me do dia que olhei em seu olhos a alegria de me ver formar no colegial, o orgulho de me formar na faculdade, de nunca soltar a minha mão enquanto precisei. Mas eu nunca estive lá para segurar a dele.

Sempre focando na merda do meu emprego, dedicando-me ao problema de Liam, que esqueci que alguém precisava de mim. O médico a minha frente ficou ali parado me olhando entristecido, sei que era um trabalho difícil, ninguém queria trazer uma notícia horrível como essa, senti muitos olhares vindo em minha direção, minha mãe acordou e cobrou sua boca com as mãos. Eu não conseguia parar de chorar e nem de gritar, aquela for lancinante superava qualquer coisa que eu já tivesse passado e achado difícil, essa era a situação mais difícil que já tive que passar. Estava ajoelhada no chão cobrindo meu corpo com meus próprios braços, imaginei ele aqui ao meu lado me abraçando com um sorriso no rosto e gritando comigo e no final soltar uma gargalhada que só ele conseguia dar.

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