Capítulo 11

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A semana passou voando, e mal podia ver a hora de migrar para Bones & Broomerg. Era uma chance única e talvez tivesse gente menos ranzinza por lá, assim eu esperava. Enquanto eu tentava ajustar alguns arquivos, para que não ficasse para trás, percebi que Liam, não vem mais ao escritório, permanece de fora. Aquilo era chocante demais para mim, porém minha carta de aforria está para chegar e não precisarei mais passar por nada disso.

Tive uma longa conversa com mamãe esses dias, ela parece mais calma e feliz, visitei meu pai e vi que ele já falava alegre conosco, mas seu olhar transmitia uma tristeza, mesmo que ele não demonstrasse, ele era um homem nobre e corajoso. Os médicos disseram que logo ele teria alta do hospital, como prometido, Liam me pagou como o prometido. Eu não podia conter a empolgação de saber que logo seria uma advogada oficial.

Sobre Alex Hundger, meu pai não ficou com raiva. Pediu para que eu não me preocupasse tanto com isso, ele tinha suas garantias, mas ele não não perdia por esperar. O telefone empresarial tocou e atendi com formalidade e precisão, era o Sr. Huntersberg. Anunciei que Madison estava doente, que só falaria pelo telefone, palavras dele, não as minhas.

No fim do meu expediente, Stacy e eu marcamos de comemorar no NYBar e dessa vez eu estaria acompanhada da minha amiga e de seu namorado e não precisarei pagar mico com meu próprio chefe idiota. Ajeitei a calça jeans de lavagem escura e minha camisa de linho branca, passei a jaqueta jeans pelos braços e meu cabelo rebeldes. Estava pronto para uma celebração, desliguei o computador e estava fechando algumas gavetas qua do ouço uma gritaria estridente do lado de fora. Liam entrou como um furacão e nem sequer olhou em minha direção, seguiu para sua sala. Mas eu não precisava me preocupar, ele já estava alheio a tudo que acontecera essa semana.

Após terminado meu ritual de dois anos consecutivos, bati à porta e entrei sem cerimônia. Seu olhar duro e enfurecido vieram em minha direção, não me intimidei sobre seu escrutínio, não deixaria mais ele me deixar mal.

— Tudo está pronto para semana que vem, eu já estou indo. — digo secamente mas de uma forma bastante profissional.

Ele ficou ali parado mexendo em seu computador sem emitir qualquer som. Ele podia ao menos agradecer? Começo a rir de mim mesma internamente, como se ele fosse homem para agradecer a alguém. Estava me virando com força total para a saída quando sua voz furiosa e imponente pergunta:

— Onde você vai?

Continuei seguindo em minha direção, naquela que eu quero ir, mas instantâneamente meu coração se apertou de uma forma dolorosa. Ignorei essa sensação, isso no momento ou em qualquer circunstância era irrelevante. Quando me direcionei ao hall do elevador, ouvi passos revoltos e pesados vindo em minha direção,meu coração latejou dolorosamente no peito, como se algo o estivesse rasgando. Liam segurou meu braço sem usar a força bruta, mas seus olhos estavam tão revoltados por tê-lo ignorado, que eu quase ri do seu desespero.

— Sr. Madison, creio que isso não seja de sua conta e afinal não somos amigos. — replico com firmeza na voz altiva que nem sabia que tinha. — Vejo-o semana que vem para acerto de contas.

Me soltei com graciosidade de seu toque e entrei no elevador quando se abriu, ele ficou ali parado me olhando furioso com minha atitude, sorri internamente. Essa questão estava sendo dolorosa para mim, não consigo descrever as noites que passei em claro querendo uma explicação do porquê aquilo foi tão horrível, pensei em várias coisas, mas nada explicava sua reação ridícula daquela noite.

Minha mãe sempre falava que para que lhe façam o mal é devido a sua permissão, não lhe permita fazer o mal, faça o bem a quem for. Na época eu achava isso uma baboseira, mas agora entendo o que ela quis dizer. Quando cheguei ao térreo, passei pela recepção e meu táxi já me aguardava, mimo de meu amigo de sempre. Mas antes que eu pudesse cruzar a porta enorme de vidro blindado, senti duas mãos me puxarem com precisão, quase caí com esse movimento, porém quem me segurava possuía bastante equilíbrio. Seus olhos estava presos aos meus, seu toque era inebriante e acabei-me lembrando daquela sensação que tirava meus sentidos de mim, era como se eu me perdesse pelo universo sem volta para casa. Minhas pernas bambearam, mas eu não ia vacilar.

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