Capítulo 17

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Sob a visão de Liam.

Tudo bem, eu sou um idiota fracassado e mentiroso a ponto de destruir o mundo de uma garota. Acho que nisso concordamos.
Mas ver ela chorar deixou uma sensação de vazio e angústia em meu peito, não entendo porque sinto isso por ela. Não entendi o porquê de levar ela em todos os lugares dizendo serem meus lugares preferidos. Eu quis fazer o dia soar bem, até aquele moleque aparecer e estragar tudo. Uma raiva ensurdecedora e cega tomou conta de mim e me cobriu com uma névoa negra enevoou meu cérebro.

Vê-la se afastar com lágrimas nos olhos implorando para que eu mantivesse longe dela, foi uma das piores coisas que eu queria fazer, mas a pergunta era: eu conseguiria me manter longe dela? Sobre essa e mais perguntas a confusão da minha mente seguiu, enquanto eu tentava pegar um táxi para minha mansão mórbida, cores neutras para expressar tudo que eu sinto.

Um dia quando eu era pequeno, me lembro de sentir uma alegria quando ganhei um carrinho motorizado da mamãe de natal. Eu brinquei com ele pelo quintal a manhã toda, sabia que um dia eu queria ser piloto de carro de corrida, um sonho de menino. Mamãe dizia que eu só poderia brincar se tirasse notas boas e se obedecesse ao papai e me comportasse também, nunca me senti tão vivo dentro daquele carrinho. Eu fui crescendo e vendo a maldade alheia e ouvi minha mãe dizer "coração é terra que ninguém pisa", naquela época eu não entendia, mas agora entendo.

Na adolescência, por rebeldia eu me metia em confusões para atormentar meu pai, se tivesse sido mais esperto teria fugido daquele lugar e recomeçado do zero. Mas acho que Morgan estava certa, eu tinha medo de enfrenta-lo, arqueijei diante desse pensamento, mas tão realista.

Ao chegar na minha humilde casa cedida pelo meu pai, me joguei no sofá e olhei para o teto preto e vazio, sem vida, aprisionado igual a um gatinho medroso, que nem eu. Minha governanta se aproximou e me perguntou se desejava algo, por um momento pensei em pedir que chamasse Morgan e que garantisse que ela viesse aqui. Mas qual era a porra do meu problema? Ela disse que não queria mais me ver, eu adoraria ficar longe dela, por que diabos não consigo?

— Srta. Dellavera, me faça algo bem forte, por favor. — ordenei ríspido.

Ela sorriu e foi diretamente a cozinha preparar alguma coisa. Eu sabia que ela vinha nutrindo sentimentos pela minha pessoa, mas eu aconselharia a não fazê-lo. Como vocês já viram, eu sou péssimo com isso e acabo machucando as pessoas, mas antes nunca isso me incomodou, mas agora estava me matando. Me levantei furioso e tirei a camisa jogando em qualquer canto daquela sala enorme, deixando meu peitoral exposto, coisa que ela já estava acostumada em ver. Não, não havia muito ético nisso, mas porra eu podia ter um pouco de liberdade na minha própria casa.

Morgan me veio ao pensamento e Dellavera me entregou uma bebida, como pedido, forte pra cacete e isso aliviou a raiva insana dentro do meu íntimo. Só de pensar em Morgan meu pau ficava duro, Dellavera perguntou se ela podia preparar mais alguns desse e disse que sim, ela adorava me ver assim, mas aquilo me dava repulsa. Mas nem sabia que a repulsava antes de Morgan entrar na minha vida com aquele jeito doce e empoderado. Como dizem, no modo clichê de ser. Ela me enlouquecia.

Passei horas bebendo daquele drink feito pela Dellavera, comecei a me sentir tonto demais e acabei levantando e tropeçando na mesa de centro e senti uma mão pesada repousar em meu peito, segurei no mesmo instante, mas meus sentidos estavam embaralhados e enevoados. A mão vagueava pelo meu peitoral e distribuía leves beijos em meu ombro, estava anestesiado.

— Que bebida é essa? — perguntei com voz arrastada.

— Sua bebida de sempre, meu rei. — uma voz sensual se fez presente, mas era quase inaudível, meu coração que eu nem sabia que existia explodiu em várias emoções diferentes mas um tanto confusas.

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