Capítulo 13

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Sob a visão de Morgan

Era errado demais pedir que esse dia nunca acabasse? Era errado estar um pouco chateada por estar indo para casa? Acho que não. Dante segurava suavemente minhas mãos enquanto andavámos pela rua deserta, não que não pudesse acontecer algo, eu sabia que podia, mas também confiava em Dante para minha defesa. Sorri internamente com isso, estar com ele seria completamente mais fácil, mas logo o pensamento de Liam me ocorreu. Meu coração logo se esmoeceu. Dante apertou mais a minha mão e perguntou:

— O que houve?

Olho para ele sem entender.

— Nada, só não gostaria de ir para casa agora, estar com você é divertido e confortador. — respondo.

Vi sua testa se franzir e ele colocar um sorriso convencido no rosto.

— Como estar comigo é confortador? — perguntou, surpreso.

Sorri com seu gesto e com sua sobrancelha arqueada. Contei parte da minha vida com meus pais, ele ouviu atento cada palavra e alheio aos meus sentimentos, nem percebi quando ele soltou minhas mãos e envolveu meus ombros em gesto bastante formidável. Mas, não era mesmo os toques de Liam, não perpassavam aquela energia eletrizante, minha barriga não tremia e minhas pernas não ficavam bambas. Me martirizei por isso mentalmente.

Dante era descolado e despreocupado apesar de ter tido uma vida difícil. Ele parecia alegre com que tinha e planejada criar suas próprias oportunidades, uma inspiração para tantos outros. Pensei em alguns orfanatos onde crianças viveram desde o nascimento e que não tem uma perspectiva de vida, também não vou falar sobre o que eu não tinha propriedade. Dante sempre correu atrás de tudo, de sua vida, dos seus sonhos e nada de obstáculos que ele sempre achou que poderia transpor. Isso era algo realmente lindo de se ver.

Quando dobramos uma esquina perto do prédio onde eu morava, sorrimos um para o outro.

— A princesa chegou em segurança em seu destino. — brincou ele com um sorriso divertido no rosto.

Ele era encantador, me surpreendeu ele não ter uma namorada para partilhar lembranças memoráveis como hoje.

— É, obrigada por isso também — sorrio com sua brincadeira, seus olhos encontraram os meus, logo se instalou uma hipnose da qual eu deveria evitar, não queria implantar falsas esperanças para nós dois. — Então, nos vemos qualquer dia?

Ele assentiu veemente sem tirar o lindo sorriso do rosto, e deu de ombros antes de enfiar suas mãos nos bolsos na calça. Um gesto que percebi ele fazer o tempo todo.

— Eu sei onde você mora, considere-se avisada sobre uma suposta visita repentina. — brincou de novo, mas senti certa sinceridade naquilo.

Sorri.

— Perfeito. — digo com suavidade. — Adoraria uma visita sua.

Trocamos nossos números e demos um apenas até logo, ele permaneceu a frente andando de um jeito despojado e alegre e fez uma leve gracinha ao perceber que eu ainda o olhava, ele pulou e bateu os pés e permaneceu até virar uma esquina, comecei a rir. Entrei para dentro me sentindo extasiada pela noite, cobrei-me por me divertir tanto hoje como nunca na vida, gostaria de sentir isso por mais vezes. Entrei na caixa grande metálica e apertei meu andar, lembrei-me da noite deixando um sorriso bobo transparecer. Seria bom gostar de você, pensei. Olhei-me no espelho espaçado do elevador e vi um enorme ninho de gavião no cabelo, Dante nem me avisara que eu estava horrível, comecei a rir de mim mesma enquanto me ajeitava.

O elevador parou no meu andar e abriu a porta e eu segui para meu apartamento silencioso e calmo. Uma das vantagens de morar aqui era isso. O hall era composto de paredes em creme e chão de mármore, em um ponto do caminho mesa de centro com um enorme vaso de flores vermelhas e algumas portas cinzas seguiam enfileiradas, com com uma grande distância entre uma e outra. Quando dobrei uma pequena esquina, onde ficava minha porta, encontrei um homem de cabelos desgrenhados, sentado com suas mãos escondendo seu rosto. Ele resmungava algumas coisas que eu não identifiquei o que era, mas meu coração latejou quando ele percebeu minha presença e se levantou de um súbito.

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