15 - Rejeição

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Nikolai continuou deitado, encarando o teto do quarto, tentando não se virar e abraçá-la. Era tentador demais. Rosalie estava deitada ao seu lado, completamente nua e apagada, e tudo o que ele queria fazer era continuar ali. Ela era viciante. Mesmo depois de ter estado dentro dela a noite inteira, ele ainda queria mais.

Não era só sobre o sexo. Era sobre o sorriso dela, aquela personalidade borbulhante e tudo mais o que a fazia ser ela. O sexo foi apenas uma porta para que ele começasse a enxergar tudo o que vinha fingindo não ver. Tinha sido um erro. Um erro que não poderia voltar a ser cometido porque agora ele sabia o quão facilmente ela ia entrar na cabeça dele.

Rosalie estava doente e ele tinha se esquecido disso quando cedeu aos próprios desejos. Ceder uma vez era um erro. Ceder duas seria se aproveitar dela. Nikolai já tinha feito muita merda na vida, mas não queria estender os danos que causava até ninguém mais. Especialmente alguém como ela.

Ela era a sua protegida e deveria agir como tal.

Repetindo esse pensamento, ele se levantou. Rosalie murmurou alguma coisa em seu sono e rolou para o outro lado da cama, levando todos os lençóis. Mais uma vez ele se viu diante da possibilidade de se fingir de idiota e voltar para a cama. Podia passar o dia ali com ela, deixando que o cheiro de morango de seus cabelos tomasse conta da alma dele e que seus beijos apagassem as memórias ruins.

Ao invés disso, ele se enfiou no banheiro, fechando a porta com cuidado. Se ela acordasse e o encarasse com aqueles olhos de boneca, ele estaria perdido. Precisava de tempo para recolocar sua máscara de indiferença. Os limites cabiam a ele e apenas a ele.

Rosalie sabia que estava sozinha antes de abrir os olhos

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Rosalie sabia que estava sozinha antes de abrir os olhos. O quarto tinha uma vibração diferente quando Nikolai não estava nele. Ela se sentou na cama, sentindo todos os músculos doloridos. O russo tinha realmente acabado com ela. Com um sorrisinho satisfeito no rosto, ela se levantou, se arrastando até o próprio quarto.

No corredor, seus olhos pousaram sobre a porta do escritório dele. Ela estava fechada, como sempre. Andando na ponta dos pés, Rosalie se aproximou, parando a centímetros de distância. Encostou o ouvido contra a porta. Do outro lado podia ouvir passos pesados enquanto ele caminhava pelo quarto.

Uma parte dela queria bater na porta. Não sabia exatamente qual era o motivo. Só queria ver ele. Quando Nikolai se trancava no escritório daquele jeito, era muito improvável que saísse antes do jantar. Ela respirou fundo e saiu em direção ao quarto, temendo que ele fosse ficar bravo se ela interrompesse seu trabalho.

Depois de acabar com o ninho de ratos que era seu cabelo e vestir algo confortável, ela foi para a cozinha, atrás de comida. Mal tinha começado a fazer o almoço quando ele apareceu. Nikolai entrou com os olhos distraídos e pareceu surpreso por vê-la ali embaixo. Rosalie enfiou um morango na boca, tentando compensar a falta de um café da manhã, enquanto ele dava um passo incerto na direção dela.

O doce sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora