17 - Juro dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade

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Rosalie estava deitada na cama, tentando decidir o que fazer da vida, quando Nikolai apareceu na porta. Ele a encarou, jogada e confortável em seus pijamas, sem ter coragem de entrar no quarto. O russo sabia que se entrasse, não conseguiria se segurar. O gosto do beijo dela ainda estava em sua boca e ele estava ficando louco.

— Vá se vestir. Vou te levar para comer alguma coisa.

Ela ergueu uma das sobrancelhas.

— Por quê? — a suspeita pingava em sua voz.

— Pensei no que você me disse e quero me desculpar. Não percebi antes, mas você está certa. Fui eu quem propôs uma amizade e larguei sua mão. Te lavar para almoçar é o mínimo que posso fazer depois de ontem. Vamos recomeçar, por favor.

Ela deixou a cabeça cair no travesseiro. A verdade é que estava confusa. Nikolai era frio e distante, mas ela sentia aquela necessidade de estar com ele. Não precisava de mais uma complicação na vida, mas ali estava ele. Estendendo a mão e pedindo para tentar de novo. Como ela poderia resistir?

— Eu aceito, mas tenho uma condição.

Rosalie saltou da cama, quase voando para perto dele.

— Me ensine a lutar.

— O quê? — Nikolai franziu a testa, resistindo a vontade de chegar mais perto.

— Ontem à noite, quando aquele homem apontou a arma pra mim... Nunca tive tanto medo na vida. Não quero me sentir assim de novo. Não quero ser indefesa.

Nikolai assentiu, a compreensão brilhando em seus olhos.

— Posso te ensinar algumas coisas. Vamos ver. Agora vá se arrumar.

O restaurante estava quase vazio quando eles chegaram e, mesmo assim, cabeças se viraram quando os dois passaram pela porta

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O restaurante estava quase vazio quando eles chegaram e, mesmo assim, cabeças se viraram quando os dois passaram pela porta. Ainda que tentassem ser discretos, era impossível não chamar a atenção em um lugar tão pequeno. Desconhecidos eram sempre alvos.

Se sentaram no fundo do lugar, encobertos pela luz baixa.

— Estava falando sério sobre "recomeçar"? — Rosalie perguntou.

— Sim. Vou mostrar que você é mais do que acha. Quero ser seu amigo.

Ela ergueu o cardápio, brincando com a ponta dele. A dúvida ainda pairava ao redor deles. "Você só quer me comer, isso sim." A frase girava em sua cabeça, mas ela escolheu ficar quieta. Estava acostumada a ser a primeira a dar o fora, mas algo nele a fazia querer ficar.

— Então vou te fazer algumas perguntas e você vai respondê-las. Com sinceridade.

Um sorrisinho divertido surgiu no rosto dele.

— Tudo bem, senhora. Pode perguntar.

Ela decidiu começar por uma fácil. Ao menos era isso o que pensava.

O doce sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora