26 - Alguém está com ciúmes

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Nikolai parou na soleira da porta, se permitindo um minuto para observá-la. Rosalie estava deitada na cama, usando uma das camisas dele como pijama, a cabeça enterrada nos travesseiros. Mesmo que ele não pudesse ver o rosto dela, sabia que ela não estava dormindo. Ela remexia os pés, como sempre fazia de manhã, quando estava com preguiça de levantar, mas sabia que tinha que fazer isso.

Ela empurrou um dos travesseiros para longe e rolou até estar deitada de barriga para cima. Os olhos dela se arregalaram quando ela percebeu que estava sendo observada, mas um sorriso cheio de felicidade cruzou seu rosto. Rosalie estava de pé na cama logo em seguida, correndo na direção dele através dos lençóis bagunçados.

— Você voltou! — ela gritou ao se jogar nos braços dele.

Nikolai a pegou no ar, deixando que Rosalie envolvesse sua cintura com as pernas. Ele a beijou com sofreguidão, deixando que aquela fome eterna tomasse conta dele. Os últimos meses tinham sido mais difíceis do que ele achava que seriam. Especialmente para ela.

Na maior parte do tempo, Rosalie se sentia como uma pessoa normal. As coisas só ficavam estranhas quando Nikolai a tocava. Ela queria aquele fogo, a paixão desenfreada, mas, ao invés disso, estava vazia. Os sentimentos ainda estavam ali, mas era como se ela não conseguisse alcançar o desejo.

Como se uma parede de vidro estivesse entre ela e aquilo que mais queria. Ele era paciente, mas Rosalie não queria paciência. Era frustrante, estar tão perto dele e não querer nada além de ficar agarrada e carinho. Alguns dias ela conseguia pular aquele muro e sentir alguma coisa, mas nunca era tão forte quanto tinha sido antes.

Ele continuava a dizer que não fazia diferença, que não estava com ela pelo sexo, mas Rosalie não conseguia deixar de pensar até quando esse discurso duraria.

— Senti sua falta — ele murmurou contra a boca dela. — Yelena só me deixou ver Ana no sábado, então voltei mais cedo.

Nikolai a colocou de volta na cama. Quando ficava ali, de joelhos, ela quase tinha a mesma altura que ele. Ela sorriu, correndo as mãos pela barba crescida e mordendo o lábio. Pela primeira vez em meses, Rosalie conseguia sentir uma faísca daquela fome descontrolada que costumava sentir por ele.

— Sinto muito que a visita não tenha durado muito.

Ele suspirou, cansado, e deu de ombros.

— Ainda é melhor do que nada. Sabe, ela perguntou sobre você.

Rosalie quase caiu para trás. Apesar de agora saber mais do que antes sobre Ana, ainda ficava nervosa quando Nikolai falava sobre ela. Ela mordeu os lábios, se sentando na cama.

— Você contou a ela sobre mim?

O russo deu de ombros.

— Claro, por que não? Você vai ter que conhecer ela em algum momento.

— Eu vou — Rosalie engoliu em seco.

Mesmo que estivessem juntos por quatro meses agora, ela continuava esperando que ele fosse voltar atrás. Nikolai era muito diferente de Brandon. Sem joguinhos, sem terminar a qualquer briguinha, sem julgamentos. Ela suspeitava que nunca fosse realmente se acostumar com ele.

Notando o pânico habitual começando a se instalar no rosto dela, Nikolai se inclinou para frente, a puxando para um beijo.

— Vamos falar sobre isso depois. Preciso matar minhas saudades de você primeiro.

Ela abriu um sorriso.

— Isso eu posso fazer.

— Isso eu posso fazer

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O doce sabor do pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora