Capítulo 12 - A queda do quartel

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O sol já nascia no horizonte quando finalmente conseguiram chegar na civilização.

À metros de onde encontravam-se, havia uma pequena aldeia que acabara de acordar para mais um dia. Lily, cansada, sentou-se na grama e observou as pessoas saírem de casa para mais um dia normal e comum.

Victorie sentou ao seu lado, alheia à pensamentos que Lily não estava nem um pouco afim de decifrar.

- Onde diabos estamos, Victorie? - Lily perguntou.

A loura precisou de um tempo para pensar, então deu de ombros.

- Não faço a mínima ideia. Visitei esse lugar com minha mãe uma vez, mas não consigo me lembrar o nome.

Lily suspirou, ignorando a fome e aquela dor que continuava guardada em uma caixinha que a ruiva ainda não estava preparada para abrir.

- Ótimo. Temos que voltar para Grimmauld.

- Eu sei, mas estou exausta. Vamos arrumar alguma coisa pra comer e, se não me engano, tem um rio do outro lado do vilarejo, podemos ir nos lavar.

Lily, absorta a pensamentos do que poderia estar acontecendo na sede da Ordem e o que queria diria quando retornassem sem Meg, apenas assentiu, voltando a se levantar.

- Certo, vamos lá.

As duas voltaram a se arrastar em direção ao vilarejo, Lily já podia sentir o cheiro que emanava de uma padaria ali perto e seu estômago rugiu violentamente. Victorie, por sua vez, parecia incrivelmente abatida e a ruiva, de vez em quando, ouvia a prima fungando.

Ela resolveu ignorar isso, concentrando-se em conseguir comida.

- Você tem dinheiro trouxa? - Lily perguntou à Victorie.

Esta pareceu acordar de um devaneio e olhou para a prima, apalpando sua jaqueta e retirando dinheiro de verdade.

- Onde conseguiu?

- Os tios de Meg são trouxas - Ela disse, a voz baixa - Os outros da Ordem acham que estamos na casa deles, tinha que valer a mentira.

Lily assentiu, não querendo aprofundar-se no assunto. Depois de algumas horas, as duas empoleiravam-se próximas ao pequeno rio do vilarejo, tinham acabado de comer e Lily lavava-se, enquanto Victorie andava de um lado para o outro, lembrava Rose.

A saudade arrebentou o coração de Lily. Com tudo o que acontecera, era como se seus irmãos não tivessem voltado, ela, odiando-se por isso, esquecera até o pobre Alvo. Naquele momento, olhando para seu reflexo no rio, Lily percebeu o quanto crescera.

O cabelo estava bem maior, quase alcançando a sua cintura, os olhos castanhos estavam mais escuros e ela possuía uma expressão mais madura. Parecia bem maior para uma simples garota de catorze anos.

De repente, seu reflexo sumiu e ela viu Meg. Foi como se tivessem lhe acertado um feitiço estuporante no peito, Lily sacudiu a cabeça, guardando as lágrimas para mais tarde, então voltou-se para Victorie.

- Podemos ir agora?

- Vamos - Victorie estendeu-lhe a mão, parecia incrivelmente ansiosa.

Lily segurou a sua mão, e, pela milésima vez naquele dia, desaparataram.

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A cabeça de Rose latejava, ela viu novamente os relampejos de luzes dos feitiços, a correria e a casa no Largo Grimmauld sucumbindo ao fogo.

Então, acordou, arfante.

- Ai, Rose! - Era a voz de Hugo.

A Weasley virou-se para o irmão, deitado ao seu lado. Ele esfregou a testa, pois levara um tapa de Rose, esta sentou-se incrivelmente atordoada. Estavam em um quarto, do qual Rose não lembrava-se de como fora parar ali, ela e Hugo estavam deitados na mesma cama e o irmão também parecera que acabara de acordar. Na outra cama, estava Ana e Naara. No chão, espalhados em sacos de dormir, estavam Scorpius, Alvo, James, Lorcan e Lysander.

A filha dos Potter: A Era das Trevas (III)Onde histórias criam vida. Descubra agora