Alguém pra mim

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Zara

Brilhante e talentosa.

Nascida em uma família de posses, sempre tratada como uma rainha, várias empregadas ao meu dispor e tantas pessoas querendo estar perto de mim. Estudo num dos melhores colégios, toco piano e sou a perfeita burguesa.

Não me acho melhor do que os outros, mas não posso colocar ninguém acima de mim. Devo ser forte e me portar como uma das moças mais delicadas e refinadas que a alta sociedade já viu.

Essa moça que descrevi em primeira pessoa, é o que quero que você e todos tenham em mente como minha identidade. Mas talvez com o tempo, você consiga ter uma noção de quem realmente sou.

— Senhorita, seu vestido acabou de chegar. – diz uma das moças que trabalha para nós.

Dou última olhada no meu rosto perfeitamente maquiado, ajeito meu robe rosa, me levanto e me afasto de minha penteadeira.

— Traga-o para que eu o veja e avise à minha mãe que irei ficar na casa da Jane hoje.

— Assim farei. Com licença.

Sigo com meu ritual diário, arrumo meu cabelo em um lindo coque alto e ajeito minha franja.

Abro meu guarda-roupa, meticulosamente organizado por cor e pego meu uniforme.

Me troco e como toque final, coloco meu colar de prata e meu perfume com aroma mais doce que já foi criado.

Desço as escadas e vou para a sala de jantar, pego uma maçã e saio.

Meus pais e meus irmãos geralmente não tem o matabicho junto de mim, por isso nem perco tempo me sentando à mesa.

...

Ao chegar na escola, como sempre sou acompanhada pelos olhares de admiração, que conquistei por mérito próprio.

Sou a melhor aluna do colégio e presidente do conselho estudantil, preciso me esforçar bastante, se eu quiser provar para meu pai que posso administrar a empresa, mesmo sendo mulher.

— Zara, migs! – diz Mary.

Marian, ou melhor, Mary como gosta de ser chamada é minha amiga desde que me lembro de estar nesta terra.

— Oi, Mary!

— Pronta para o dia das meninas na casa da Jane?

Jane não é o que chamaria de amiga próxima, apenas me aproximei dela por incentivo de minha mãe, pois naquela época nossa empresa precisava do investimento da empresa do pai dela e desde então, somos “amigas”.

—  Claro, Mary. Será inesquecível! – digo pegando meus livros e trancando meu armário – Hora de ser a cérebro da sala.

Sorrio e caminho para a sala de aula.

...

— Olhem só, meninas! – diz Jane apontando para os produtos de skincare sobre a cama dela – Todos importados da Itália, daqui a pouco serei a moça com a pele mais suave e brilhante.

Eu já imaginava que seria a mesma coisa de sempre, Jane mostrando as coisas novas que comprou e as meninas elogiando.

— Uau, que incrível. Sua pele estava precisando, se quiser algumas dicas, eu não me importo em compartilhar. – diz Karen, a prima da Jane.

Ela gosta de colocar sua prima para baixo e a mãe da Jane apoia os comentários da Karen, dizendo que sua filha devia ser metade do que a sobrinha é.

Por sinal, Karen também é uma das melhores alunas, perdendo para mim.