Alguém pra mim

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Zara

...

- Não devia ter saído no meio da chuva. - diz Davi enquanto dirige.

- Eu nem molhei tanto, o guarda-chuva me protegeu.

Diferente de mim, o Rubém ficou completamente encharcado, tudo para cumprir a promessa que me fez, mesmo eu não estando aqui.

- Não quero que fique doente.

Sorrio.

- Está preocupado comigo?

- Eu? Claro que não, só não quero ter problemas com sua família, caso fique doente.

- Sei.

Observo as gotas de chuva caindo sobre o vidro do carro, enquanto o Davi volta a dirigir em silêncio.

...

Acordo meio indisposta, mas não quero faltar a aula e vou assim mesmo.

- Então você voltou. - diz Tamires.

- Como pode ver, sim.

- Devia ter ficado lá.

- Você não é ninguém para dizer onde eu devo ficar ou não.

Caminho para longe da cópia barata da Karen e sigo para a sala de aula, onde vejo uma tentativa desesperada de me afectar. Então esse é o inferno do qual ela falou.

Não chego a trocar muitas palavras com os amigos do Rubém, até porque estou repensando minha antiga posição neste lugar, que quase me distraiu do meu objectivo neste lugar.

Desta vez, estou mais focada em assegurar esse casamento com o Rubém, do que em criar laços com as pessoas daqui. Até porque não vim aqui para passar o tempo ou ser livre como o Rubém, mas para resolver o problema que meu irmão criou.

Como minha mãe sempre diz, o objectivo deve ser nosso foco e nada deve nos distrair dele.

...

Depois de perceber que significo algo para o Rubém, vou usar isso ao meu favor, antes não tinha nada, mas agora tenho por onde começar.

- Zara, nos podemos conversar? - pergunta Ana.

Assinto que sim com a cabeça.

- Eu fui uma idiota contigo, peço desculpas pelo que falei e pela forma como agi.

- Não estou chateada contigo, eu realmente já esqueci isso.

- Então, por que se afastou de nós?

- Eu tenho meus motivos.

- Não entendo.

- Você e o pessoal são realmente incríveis, mas eu preciso de um tempo só pra mim.

- Tudo bem, eu vou respeitar sua decisão.

Ana caminha para longe.

...

Expiro.

Acho que não foi uma boa ideia sair do carro no meio da chuva.

- Olha só, alguém está ficando doente. - diz uma voz familiar, me viro e vejo o Davi atrás de mim, sorrindo.

- O que está fazendo aqui? - pergunto.

- Vim te levar para casa, sabia que a chuva te faria mal e estou aqui para cuidar de você.

Davi me leva para casa em seu carro, ele já tinha comprado algo para eu comer, remédios, termometro.

- Eu não estou tão mal assim, não precisava de tudo isso.