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Zara

Pela primeira vez na minha vida, me preocupo com alguém que não seja parte da minha família, que conheci no meio da maior confusão da minha vida.

Alguém que não quero ver chorar ou triste, mas quero que seja feliz, mesmo que esse sentimento seja contrário ao meu objectivo inicial.

Não organizo festas nem para meus irmãos, mas fiz questão de pensar em cada detalhe da surpresa de boas vindas do Rubém. Mesmo que eu saiba que nada pode se comparar a estar ao lado da pessoa que se ama.

Meu coração dói ao ver ele sofrer, gostaria de fazê-lo sorrir, assim como ele me fez sorrir.

— Você precisa de alguma coisa, querida? – pergunta senhora Benedite.

A família do Rubém me recebeu com todo o carinho e me colocou num quarto confortável, me sinto em casa, mais do que na minha própria casa.

— Eu tenho tudo o que preciso, agradeço a hospitalidade.

— Você é tão educada e gentil, a Carmen fez um óptimo trabalho. – senhora Benedite se senta ao meu lado, na cama.

Com certeza, já que tive que ser a única a suportar as reclamações e críticas, deve ser por isso que sou tão educada.

— Mal posso esperar para enfim sermos família.

As vezes me esqueço que no final de tudo, terei que me casar com o Rubém, somos próximos agora, mas ele não me ama e jamais aceitará casar com alguém que não ama.

— Não falta muito, mas eu ainda não sei como o Rubém irá reagir à tudo isso. – digo apreensiva.

Sra. Benedite segura minha mão.

— Não se preocupe, querida. Conheço meu filho, ele já sente algo por você.

Espero que ela esteja certa.

...

Como esperado foi preparada uma enorme festa para o herdeiro da família, onde minha família compareceu com suas roupas elegantes, condizendo com o evento em si.

— Está fazendo um óptimo trabalho, vejo que são próximos agora. – diz minha mãe.

— Não é como se eu tivesse escolha. – digo.

— Você está bem melhor agora, parece até mais feliz. – diz Artur.

— O que você diria, meu irmão?

Rubém e sua mãe aproximam-se de nós.

— Boa noite a todos. – diz senhora Benedite.

— Eu vim te salvar. – Rubém sussurra no meu ouvido.

— O que estão cochichando? – pergunta senhora Benedite.

— Nada demais, mãe. Só estava convidando a Zara para ver algo que quero mostrar.  – diz Rubém.

— Podem ir, depois conversamos. – diz minha mãe.

— Voltaremos em breve.

Rubém me guia pela mão até o jardim, iluminado por luzes artifíciais, mas isso não tira o encanto.

— Que bom que me tirou de lá, estava ficando irritada.

— Eu percebi.

— Como?

— Seus olhos são muito sinceros.

— E de longe você viu o que se passava comigo?

— Digamos que sim.

Alguém pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora