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Zara

...

— Como foi o final de semana na praia? – pergunta Alexander.

— Foi bom.

— Já contou pra ele sobre o casamento?

— Por que está tão curioso?

— Não é curiosidade, estou preocupado com você.

Alexander não é o tipo que demonstra preocupação, muito menos de admitir, é uma supressão para mim.

— Isso é novo.

— Pode não parecer, mas me preocupo com você. Era você que ficava comigo sempre que todos saiam, que cantava parabéns e sempre esteve do meu lado.

Quando meu irmão nasceu, eu me sentia sozinha e já percebia a diferença de tratamento entre mim e o Artur, enquanto eu era dita para não pensar em comandar a empresa algum dia, meu irmão mais velho sempre teve a confiança de meus pais no seu potencial.

Eu esperava que o meu irmãozinho fosse aquela pessoa que seria meu porto seguro e melhor amigo na família, mas não foi exactamente como imaginei, mas isso nunca me impediu de amar e cuidar dele.

Nos seus aniversários, sempre faço questão de comprar o bolo que ele mais gosta e cantar parabéns. Já meus pais, preferem dar cartões de crédito para ele gastar a vontade, o que ele faz como ninguém.

— Eu também me importo contigo, chatinho. – digo sorridente.

— Que novidade, não estão discutindo. – diz Artur ao surgir na sala.

— Como se você fosse pacífico. – digo.

— Você que gosta de contrariar todos aqui, quando não está, a casa fica mais tranquila. – diz Artur.

— Não se preocupe, logo logo sairei daqui e não precisará me ver.

As vezes parece que Artur me odeia, talvez desde que eu nasci.

...

A minha mãe me colocou como organizadora da festa de casamento, a proximidade do dia da verdade, me deixa angistiada.

Tenho medo de perder a única coisa que tenho do Rubém, sua amizade.

— Aqui estão as flores mais perfumadas para escolher. – diz a funcionária da floricultura.

São tantas variedades de flores, uma mais linda que a outra.

— Você acha que um girassol é apropriado para uma festa de casamento? – pergunto.

— Eu acho que todas as flores que combinam com o que sentimos, podem ser usadas nos eventos que quisermos.

Rio.

Minha mãe me mataria se eu enchesse o evento de girassóis, mas seria bem divertido ver ela um pouco irritada.

— Vou comprar lírios africanos. – digo olhando para as flores na minha frente, extasiada com sua beleza e perfume.

— Boa escolha, eles significam amor puro.

Exactamente o que sinto, um amor que não precisa de ser correspondido, não precisa de muito, que me faz querer que quem amo seja feliz. Algo forte e sensível.

Depois da floricultura, vou até a cafeteria encontrar com as meninas, já que Mary me chamou para passar a tarde com elas.

— Quem é viva sempre aparece? Nem parece que está na mesma cidade que nós. – diz Mary.

— Eu tenho estado ocupada ultimamente.

— Nós vimos, está ocupada com o novo aluno que veio contigo, o Rubém. – diz Karen.

Alguém pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora