Alguém pra mim

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Rubém

...

— Eu consegui! Uhu! – comemoro.

— Estou orgulhosa de ti, não acredito que consegui unir um casal. – diz Tamara animada.

— E eu nem fui envolvido nisso. – reclama Adélio.

— Primeiro ponto, você não gosta da Zara e segundo que eu sou a única cupido aqui. – diz Tamara.

— Não se preocupe com isso, meu irmão. No casamento, você será envolvido. – digo sorridente.

— De qualquer forma, estou feliz por ti. Espero de coração que seja feliz.

...

Ao voltar para casa, vejo minha mãe ocupada organizando algo, que imagino ser algum evento.

— Meu lindo, filho. Eu tenho algo para te contar. – diz minha mãe animada.

—  O que é, mãe?

— Seu avô vem ficar aqui por alguns dias.

Não me dou muito bem com o meu avô, ele sempre me crítica por não ser o neto que sempre quis ter. Todas as vezes que ele fica aqui, me sinto bastante desconfortável, como se até minha forma de respirar fosse uma decepção para ele. Queria que ele fosse como os outros avôs que já conheci.

— E por qual motivo? – pergunto.

— Seu casamento.

— Mas isso é só no início do ano que vem. – digo sem entender o porquê de ele ter que vir tão cedo.

— Bom, o casamento acontecerá neste ano, daqui há um mês.

— Esse não foi o combinado, mãe.

— Seu avô quer que seja neste ano.

— Mas eu não quero e além do mais, eu não vou me casar com a moça que você escolheu para mim.

— Rubém, não comece com isso de novo. Este final de semana, teremos a festa de noivado e não quero ouvir mais nada.

Minha mãe se afasta de mim.

Logo agora que tenho alguém que gosto no meu coração, me vem essa do casamento ter sido adiantado e ainda meu avô estar por trás disso. Isso tudo é um grande pesadelo.

...

Ver a Zara tocar piano me faz esquecer completamente de todos problemas, como se meu mundo só envolve-se ela e a melodia tão doce que toca.

A aplaudo, quando termina de tocar.

Ela se levanta e vem sentar ao meu lado.

— O que está acontecendo? Você parece estranho. – toco em sua mão com delicadeza.

— Se eu te pedisse para fugir comigo, o que diria?

— Que pergunta é essa?

— Só responde.

— Fugir nunca é uma boa solução e na vida real, não é como nas séries.

— As vezes da vontade de deixar todos pra trás, sair pelo mundo, só eu e você, para um novo recomeço.

— É por causa do casamento?

Coloco minha cabeça sobre seu ombro e sua mão delicada acaricia meu rosto.

— Eu queria que as coisas fossem mais simples pra nós, sem todo esse jogo de interesse. – digo.

— Pelo menos no meio de toda essa confusão, eu encontrei você.