6

15 7 9
                                    

Rubém

— Espera por mim... – tento alcançar a Selena que pedala na minha frente.

— Você precisa se exercitar um pouco mais, está ficando muito lento. – Selena pára em frente à uma trilha que dá para a floresta.

— Você que é rápida demais. – digo ao parar de pedalar, ofegante.

— Está com sede?

— Claro.

Selena pega uma garrafa de água da cesta da bicicleta e me entrega, ao receber meus dedos tem um breve contacto com os seus e nossos olhares se encontram.

Ela trata de tirar sua mão e desvia o olhar para a trilha.

— Vamos dar um passeio na floresta.

Selena não espera que eu diga nada e caminha para a floresta, eu a sigo.

Este lugar se assemelha aos bosques dos contos de fadas, mas arrisco dizer que é melhor que os que já vi na tv. Uma das provas é a princesa mais linda que caminha em frente de mim e seu sorriso até atrai as borboletas, uma até ousou pousar em sua mão.

— Eu conheço uma cachoeira linda, quer conhecer?

— Claro, eu quero sim.

— Me alcança se conseguir.

Selena corre por entre as plantas e algumas rosas no local e eu a sigo.

Depois de alguns minutos, chegamos a cochoeira. As águas cristalinas caiem das rochas e o céu límpido tornam a vista mágica.

— Quando o José me mostrou este lugar, eu fiquei imaginando como seria vir aqui contigo.

— E então, é como imaginou? – pergunto olhando no fundo de seus olhos.

— Não exactamente, mas desta vez é real.

Me aproximo e toco com delicadesa na mão da Selena.

— Eu quero que tudo o que nós vivermos aqui seja real.

Ela sorri.

...

Depois do passeio com a Selena, fomos ajudar José a pegar lenha para a fazendo onde trabalha junto da Selena e apesar dela estar de folga, ainda quis ajudar.

— Pronto, essa foi a última. – diz José.

Ana corre na nossa direcção com uma cesta cheio de várias frutas e o sorriso encantador de sempre.

— Hora do lanche.

— Não precisava se incomodar. – diz José.

— Não seja por isso, vou devolver as frutas à casa de minha avó. – Ana se vira para ir embora, porém José como se fosse um raio, se põe na frente dela.

— Não seja maldosa, vamos lanchar juntos, sim? – José sorri, apesar de Ana tentar disfarçar, no fundo gosta muito dele.

— Deixa que te ajudo com a cesta.

Pego o cesto e coloco na pequena mesa, de fora do local onde se armazena a lenha.

— E aquela sua nova amiga da escola? Não vai convidar para vir aqui algum dia? – pergunta Ana.

— Eu não sei se ela iria querer vir até aqui, não parece ser a cara dela. – responde Selena.

— Com certeza não iria. – penso alto.

— Como tem tanta certeza? Até parece que a conhece. – diz José.

— Se bem que, você pareceu muito a vontade com ela quando emprestou seu tênis para ela. – diz Ana.

Alguém pra mimOnde histórias criam vida. Descubra agora