Alguém pra mim

4

Rubém

Eu senti falta do campo e da tranquilidade desse lugar, onde posso ser quem eu sou.

O som dos pássaros e alguns insectos, o ar puro... Ahh, isso que é vida.

— Seja bem vindo de volta, Rube. – diz José assim que chego na fazenda em que trabalham ele e a Selena.

— Desta vez, vou ficar por um ano com vocês. – digo olhando para a natureza ao meu redor.

— A Selena ficará feliz em ouvir isso.

Selena.

O quão bom é ouvir seu nome, principalmente sabendo que vou reencontrar ela em breve.

— Onde ela está?

— Alimentando as galinhas.

— Vou ver ela, depois nos falamos.

Sigo ansioso até meu grande amor, eu sinto tantas saudades dela.

Quando a conheci, eu era apenas um riquinho curioso por algo que nunca viveu, queria experimentar várias actividades que pessoas de situação financeira inferior faziam e nessa acabei aprendendo sobre o valor do trabalho, da luta para conseguir o que quer.

Algo que alguém como eu, nunca precisou passar, por ter nascido herdeiro.

Avisto Selena sorridente enquanto alimenta as galinhas, ela faz seu trabalho com amor e dedicação, que é algo que me encanta bastante.

— Selena.

Ela olha para mim com um brilho em seus olhos castanhos e sai apressada para me abraçar.

— Você veio.

Desfazemos o abraço.

Bagunço seu cabelo com a mão e esboço um sorriso.

— E desta vez, eu vou ficar.

— Estou muito feliz que voltou. – me abraça novamente.

— Deixa te ajudar a alimentar as galinhas.

Desfazemos o abraço.

— Claro, eu te ensinar a ganhar a confiança delas.

Fiquei um bom tempo ajudando a Selena com suas actividades e depois fui para o quarto que fiquei da última vez, ao me aproximar da porta do quarto, me surpreendo com uma escrita numa das portas.

Não me incomode se tem amor à vida.

Parece que o vizinho mal humorado só piorou, agora até deixa plaquinhas na porta.

— Ele precisa de um pouco de alegria para deixar de ser mal humorado. – desenho uma cara sorridente.

Continuo caminhando pelo corredor, em direcção ao meu quarto.

A vista da janela é linda, a natureza traz uma vibe mágica e tranquila do campo.

...

Ao anoitecer, fui até a casa de José, Selena irá cozinhar e poderemos comer em volta da fogueira, vendo as estrelas como fizemos antes.

— Eu senti falta disso.

— Da minha comida? – pergunta Selena.

— Também, mas me refiro à ter vocês ao meu lado. Sempre que sentia vossa falta, eu olhava para às estrelas e pensava em vocês.

— Em nós ou somente na Selena? – pergunta José de implicância.

— Para de ser bobo, José. Claro que senti sua falta também.