Nem esperei para escutar mais gemidos no meu quarto naquela quinta-feira à noite. Tudo porque ouvi alguém batendo palmas no jardim, quase a uma hora da manhã. Olhei pela janela de soslaio, meio temerosa porque já era bem tarde, e vi duas mulheres lindíssimas em frente à varanda da safada do 119. O meu corpo inteiro congelou quando ela saiu de casa e as recebeu, dando-lhes abraços e beijos intensos. Na boca! Conversaram um pouco, riram um bocado, até que Maraisa as guiou para dentro de sua residência.
Não sou estúpida para achar que não rolaria um ménage muito louco, por isso me antecipei e peguei o maldito colchonete. Já estava ficando puta com a situação. A minha vizinha era uma maníaca sexual incansável. E eu uma mulher carente que não aguentava mais ouvi-la em ação. Não estava fazendo bem para os meus hormônios, que não paravam de me avisar que eu precisava de alguém, para o meu sono, metade do meu tubo de corretivo tinha ido embora só com o intuito de disfarçar as minhas olheiras pela manhã, e principalmente para o meu pescoço, que ainda estava meio dolorido.
Revirei no colchonete até quase três horas da manhã. Não consegui pregar o olho, imaginando a safada transando com as duas gostosonas. Eu podia ir ao meu quarto para escutá-las, mas me recusei a fazer isso. A curiosidade, daquela vez, não podia falar mais alto.
Em vez de bancar a bisbilhoteira preparei um chazinho de camomila. Abri as janelas da sala e da cozinha, pois a noite estava quente e eu ainda não tinha um ventilador, só o ar-condicionado do quarto. A brisa suave da noite logo melhorou o clima abafado da minha casa, trazendo-me um pouco mais de conforto.
O relógio que pendurei na cozinha me deixava cada vez mais frustrada. Os minutos avançavam em uma velocidade que achei ser maior que a normal, e, enquanto os meus pensamentos vagavam e eu bebericava o chá, perdi totalmente o sono. Sabia que ficaria me sentindo horrível durante todo o dia, mas resolvi cumprir a promessa de não ficar chateada. Só precisava de uma boa solução. Estava na hora de começar a resolver o meu problema. Fiz uma limpeza geral na minha cozinha, de novo. Lavei o banheiro e varri a sala. Estava parecendo uma louca viciada em limpeza, afinal, tudo ainda estava limpo, mas precisava me distrair. Sabia que não ia adiantar ficar revirando no colchonete, precisava dar utilidade à minha noite em claro.
Eram quase cinco horas da manhã quando tive coragem de entrar no meu quarto. Fiquei esperando por algum gemido, mas nada escutei. Aliviada, tomei um banho e comecei a me arrumar lentamente para ir ao trabalho. Ainda deu tempo de deitar na minha cama e cochilar durante uns quarenta minutos, trajando o uniforme do trabalho - calça social preta e a camisa da empresa.
O meu despertador me acordou às sete, e embora aquele fosse o horário de acordar e me arrumar, decidi sair de casa de uma vez. Estava em meus planos comer qualquer coisa na padaria da esquina e passar no mercado para comprar os itens que precisaria para fazer a feijoada do sábado.
Para a minha surpresa e total espanto, assim que saí de casa visualizei a safada de cueca e camiseta segurando um regador e molhando as plantinhas que jaziam perto do pé de pitanga. Detive-me ao seu corpo exposto durante alguns minutos. A bunda enorme e redondinha ainda estava lá, dando um formato impressionante à cueca. As coxas bronzeadas e lisinhas expostas, os braços definidos, o cabelo adoravelmente bagunçado a essa hora da manhã... aquela mulher era uma espécie rara que exaltava toda a beleza feminina.
Foi impossível não a desejar, mesmo estando puta da vida com a canalhice dela. Suspirei profundamente enquanto analisava sua bunda e suas coxas grossas, condizentes com todo o restante do corpo. Ela estava tão absorta em regar as plantas que nem percebeu a minha aproximação.
Apesar de estar me sentindo um zumbi, embora externamente estivesse parecendo uma Barbie toda maquiada e produzida, e de ela ser a real culpada por isso, não podia deixar a situação me abalar. Eu conhecia muito pouco da Maraisa, tão pouco que nem sabia ao certo como era o seu nome completo. Com muita sinceridade, o meu real desejo naquele instante não foi de brigar ou de esbofeteá-la com aquele regador, embora tenha pensado nisso por alguns segundos, mas sim saber um pouco mais sobre a safada que comia um monte de vadia diariamente. A sua história devia ser, no mínimo, interessante.
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A VIZINHA DO 119 | MALILA
FanfictionA analista de sistemas Marília Mendonça aos 28 anos finalmente compra um imóvel e realiza o sonho de morar sozinha. Assim que ela se muda para a casa de número 120 descobre que sua nova vizinha, Maraisa, é uma chef de cozinha bonita, jovem e safada...