Estacionei meu carro em uma pequena vaga em frente ao hospital, deixando no sol sem me importar. Desci do carro batendo a porta com a ansiedade.
Eu já estava tendo crises e crises devido as drogas e queria saber o que estava acontecendo comigo. Meu corpo está exausto e parece travar as vezes. Não me aguento em pé e acelero até a recepção do Southern California Hospital, um dos melhores aqui em Los Angeles.
Minha última overdose foi semana passada, em uma festa do Guns na Sunset Strip depois de um show deles. Ingeri muito álcool e cheirei mais de 40g de cocaína em 4 horas. Me recordo de acordar no chão de casa. Sozinha.
Enquanto abandono meu carro, andando até a entrada do lugar, eu penso em meu estado de agora e a palavra solitária ecoa em minha mente. Parei para pensar e não tenho um "herdeiro". Se eu morrer, para quem irão minhas coisas, certamente não aos meus pais, nem sei onde estão. Não tenho marido, como sempre sonhei, nem filhos. Eu me encontro em solidão. Claro, tenho os meninos do Guns e do Motley, Kurt e o Metallica também são meus amigos, mas... ainda sim, começo a me imaginar fora da convivência deles e nada muda, talvez eu esteja ficando louca.
Empurro a barra de ferro da porta do hospital com uma força bruta, como se estivesse me abrigando atras dela e deixando meus pensamentos perturbadores no estacionamento. Eu estou no pior inverno da minha vida.
- Oi. Quero fazer um exame para ver se estou bem. - digo a recepcionista e ela me diz para esperar que logo me chamaram na porta. O hospital está vazio hoje, pego uma cadeira facilmente.
Odeio esse ambiente, essa atmosfera triste que o hospital me transmite, por mais que esteja errada sobre sentir isso. A luz branca me causa frio telepaticamente. As cadeiras são frias que chegam a me machucar, mas ao mesmo tempo, essa atmosfera do hospital me limpa, queima minha impurezas e me deixa com as mais desconfortáveis sensações.
- Rose Elaine Jones, consultório 3. - me levando e caminho com determinação ao meu médico.
Em poucos segundos eu estou sentada na cadeira de tecido um pouco mais confortável do que a anterior, amparando meus braços no colo devido a falta de apoio de braços na poltrona. O homem me minha frente me faz perguntas simples, porem com um grande significado por trás. "o que eu mais como?", "que horas eu durmo?" e se eu fumo ou bebo são uns exemplos. Por mais da vergonha em admitir meus pecados, eu respondo tudo com sinceridade.
- Senhorita, Jones. - eu volto a atenção a ele. - De acordo com o que você me disse, seria bom fazermos um raio x para vermos como estão seus pulmões. - ele diz se levantando. - me acompanhe por favor. - eu o segui.
Andamos em silencio até a sala do exame, que ficava só a três corredores de distância. Ao chegar na porta, tinha um aviso de, se caso a luz estivesse vermelha, não deveríamos entrar, e de fato estava.
- Espere aqui, daqui a pouco ele te chama. - o meu médico deu de ombros e se foi.
Sentei-me em uma cadeira esperando minha vez, demora e demora resumia o momento. Não sei o porque de minha pressa se não quero saber o resultado do exame, tenho medo que minhas milhares de noites na farra tenham estragado minha vida para sempre.
- Pode entrar, senhorita Jones. - diz o homem de branco que sai de dentro da porta assim que ela é aberta.
Eu o obedeço e logo eu estou na sala escura de raio x. Ele se esconde atrás de uma cabine de metal e me orienta para que o escute. Tenho que levantar os braços alto, depois abraçar o monitor do exame, depois tirar a blusa.
Acabamos tudo em minutos, teríamos sido mais rápido se eu não tivesse meio lenta da noite anterior, vocês sabem... Festa.
Cá estou na recepção novamente, aguardando o meu resultado. Se antes estava vazia, agora está deserta. Só há 2 pessoas para serem atendidos aqui. Me impressiono com a raridade da situação, geralmente não é assim.
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Senhoras e Senhores... Rose Jones.
FanficObrigada pelas 1.000 views, amo vocês 🖤 12 de março de 1984. Rose Jones virou sua primeira garrafa de Jack Daniel's com 13 anos e foi a melhor sensação da vida dela. Toda a adrenalina e euforia no seu segredinho a deixou com vontade de fazer mais...