Cap 04

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A semana passa rápido entre idas e vindas ao shopping porque Beth me convenceu de que “minhas roupas parecem de uma senhora de 60 anos, e eu preciso mostrar pro mundo o quão gostosa eu sou” -palavras dela-, ela está certa de que vou conhecer alguém neste final e eu não gastarei minha energia para dizer a ela que eu não quero me envolver com ninguém nem tão cedo porque ela sabe disso, mas nunca deixará que desista de mim mesma. Ela é exagerada, eu sei, mas eu não sei como eu estaria sem ela agora.

(…)

Depois de algumas horas em um carro estamos em frente a uma casa enorme, Mayleen pediu que mandássemos mensagem para ela assim que chegasse, ficamos encarando um gigante portão de ferro enquanto estamos esperando.

— Ok, eu realmente tenho que te agradecer por ter me feito ir ao shopping tantas vezes -digo sem tirar os olhos do portão.

— Eu te disse, você nunca acredita em mim -Beth fala encarando seu celular.

O portão faz um barulho alto ao se abrir. Desço do carro agradecendo depois de tantas horas sentada na mesma posição, estico cada membro soltando um suspiro de alívio.

— Vocês demoraram -May se aproxima com o sorriso de sempre estampado no rosto.

— Samantha resolveu parar para comer alguma coisa, eu juro que acho que existe um dragão dentro dela, não é possível que ela coma tanto e continue tendo esse corpo.

— Sim, existe, e o nome dela é Liz em sua homenagem, Beth -abraço Mayleen e em seguida pego minha bolsa no carro.

— Vamos meninas, mostrarei onde fica o quarto de vocês, Sammy me desculpa, não consegui deixar vocês no mesmo corredor

— Sem problemas, pelo menos vou ter uma boa noite de sono sem ela roncando no meu ouvido.

Depois de deixar Beth em seu quarto e de uma luta para achar o meu, pois a casa é muito maior do que eu imaginava, eu tomo um banho longo e quente para tirar todo peso da viagem das minhas costas, Mayleen nos convenceu a sair essa noite, para um barzinho na beira da praia que ela diz ser um dos melhores lugares que ela já conheceu, ok que talvez ela possa ser um pouco exagerada, mas confesso que eu não estou me importando muito com isso, preciso e quero beber alguma coisa, esse final de semana tem tudo para ser um dos melhores que tive nos últimos meses.
Coloco um vestido azul leve, por mais que eu saiba que o lugar não tenha nada de simples, nada que envolve Mayleen é simples, faço uma maquiagem básica para noite, depois de muitas mensagens que Beth me enviou me apressando pego minha bolsa para sair. Assim que abro a porta do quarto me assusto com o que vejo e em um impulso involuntário fecho a porta, fico paralisada apenas olhando para a porta sem saber como reagir ou o que fazer, meu celular vibra na minha me fazendo pular de susto e me tirando do meu transe que eu estava.

            ~Mensagem~

— Entrada triunfal, Sam

Fico olhando para meu celular sem entender, pois não reconheço o número que está na tela.

— Aliás, aquele sua amiga me passou seu número aquele dia no restaurante

Me sinto uma adolescente que costuma fazer coisas sem pensar, me sinto envergonhada, mas eu normalmente não sei como agir quando estou nervosa, abro a porta e o vejo parado em frente a minha porta olhando para o celular, provavelmente esperando uma resposta minha.

— Me desculpe por isso, normalmente eu não sou tão estranha -não consigo segurar um sorriso assim que escuto o som da sua risada.

— Não esperava te ver aqui, não sabia que você conhecia a Mayleen.

— Eu estava trabalhando no restaurante dela, eu também não esperava te ver aqui esse final de semana, para ser sincera não esperava te ver em nenhum lugar.

— Você ia me ver, sim, não foi atoa que pedi seu número.

— Você pediu meu número? Por quê?

— Serio que você não sabe? Fui obrigado a sair sem pedir seu número aquela noite na festa.

Sinto minhas bochechas esquentarem com vergonha, olho para baixo tentando disfarçar torcendo para que ele não tenha percebido, quando o olho novamente ele está com um sorriso no rosto.

— Você também está sendo obrigada a ir naquele bar que Mayleen disse?

— Sim, mas honestamente estou precisando de uma bebida hoje.

— Se estamos indo para o mesmo lugar -ele se vira de lado e me oferece seu braço direito. —Por que não vamos juntos? -relutante cruzo nossos braços para irmos em direção a praia onde todos estão nos esperando.

— Não sabia que você era do tipo cavalheiro Joseph.

— Apenas nas horas vagas, mas tenho que manter a pose de namorado perfeito. -o encaro com uma sobrancelha levantada. — Pelo menos é o que dizem na internet.

O caminho até a praia é um pouco longo, pois a casa é grande, nós passamos o tempo todo conversando e rindo, a conversa com ele é fácil e flui naturalmente como se nos conhecêssemos há muito tempo. Assim que chegamos onde todos estão, Beth vem correndo na minha direção falando alto.

— Amiga, você não sabe quem a May disse que vem passar o final de semana, o Joseph -ela fala sem pausas e sem perceber a presença dele ao meu lado.
—Você finalmente vai ter sua chance de agarrar aquele homem maravilhoso, como você sempre quis amiga.

Joseph, que estava do meu lado o tempo todo ouvindo sem dizer uma palavra, limpa a garganta para que Elizabeth perceba sua presença, em seguida abre um sorriso assim que percebe a cor do rosto de Beth desaparecendo.

— Você pode por favor repetir a parte do homem maravilhoso e que ela quer me agarrar? -me olha com o sorriso de lado.

— Me desculpa Joseph, eu não te vi aí, eu não disse nada disso, você descobriu tudo isso sozinho.

— Assim como ele descobriu meu número sozinho, Elizabeth?

— Ok, ela me chamou pelo nome, então isso é minha deixa para sumir, boa sorte com ela. -ela se vira e vai em direção ao bar.

— Mais sutil impossível. -um riso curto escapa.

— Ela é meio doida, mas é minha melhor amiga fazer o que, né.

Antes que nossa conversa possa continuar, Mayleen com todo seu jeito doce nos vê e anda na nossa direção com o sorriso que sempre está lá, a grande taça de vinho em sua mão indica que talvez ela já esteja um pouco mais alegre que o normal.

— Sammy, Joe, fico feliz que vocês já se conhecem, eu queria ter tido a chance de apresentar vocês dois, mas fico feliz mesmo assim.

— Por que você queria ter nos apresentado? -digo com um tom pouco nervoso.

— Ah, Sammy, eu sei que vocês dois se dariam muito bem, vocês são mais parecidos do que vocês poderiam imaginar. -ela passa o braço pelos ombros de nós dois nos puxando para mais perto dela. — Acho que vocês seriam grandes amigos, e eu não costumo errar.

Joseph e eu trocamos um olhar sem entender exatamente o que ela está querendo dizer.

— Mas odeio interromper vocês dois, preciso roubar o Senhor Quinn por alguns minutos, preciso tratar de negócios com ele.

Me deixando sozinha, os dois saem em direção a uma mesa que está vazia, me sento ao bar chamando atenção do bartender, com um sorriso gentil peço uma cerveja, me sento em direção as pessoas que estão ali, observo por um tempo, todos muito chiques, as mulheres muito bem vestidas, com saltos gigantescos, maquiagens carregadas, completamente lindas, alguns homens bem vestidos, outros de terno e gravata, quem usa terno na praia? Balançando minha cabeça tiro meu sapato e ando em direção a areia da praia, sempre gostei da sensação dos meus pés tocando a areia, vejo um sofá grande vazio no caminho, está afastado o suficiente para o som das conversas sumirem, e o som da música se tornar baixo, me sento apenas para aproveitar a noite, e aproveita a brisa do mar.

Jogada do destino.   -  Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora