Cap 11

26 5 0
                                    

Estou parada no meu quarto olhando para duas opções de vestidos, um é vermelho de cetim com um decote na frente e bem justo, o outro é um vestido preto, sem brilho, um pequeno decote nos seios, com ombros caídos, duas opções que eu normalmente não escolheria, mas depois de muita discussão Beth me convenceu que talvez seria uma boa ideia ir a esse encontro e que sim, eu iria em uma versão minha em que ele não resistiria. Então cá estamos, Elizabeth, esperando que eu me decida qual vestido escolher para que ela possa terminar de me arrumar. Ela sempre amou mexer em meu cabelo, dizia que o sonho dela era abrir um salão para deixar as pessoas bonitas.

— Eu não tenho a noite inteira, Samantha.

— Ta com pressa porque Elizabeth?

— Não é apenas você que tem um encontro essa noite, agora decide logo.

— Ta, vou com esse vermelho.

— Errado. -ela se levanta e pega o vestido preto e empurra na minha direção. — Você vai com esse.

— Serio Elizabeth? Para que você trouxe os dois então.

— Porque eu queria saber se seu gosto para roupas melhorou, mas continua o mesmo. Agora vai.

Me tranco no banheiro para trocar de roupa, Beth fica do lado de fora falando sobre como eu deveria agir essa noite, dizendo que nem todo homem é como Phil, que alguns gostam de mulheres com atitudes e eu só consigo rir do jeito que ela fala, é como se ela fosse minha irmã mais velha nesse momento e fosse meu primeiro encontro e ela estivesse me preparando para todas as coisas que o mundo poderia fazer contra mim. Me olho no espelho e o que vejo me tira o folego, eu tinha me esquecido de como era me sentir bonita, me sentir atraente. Talvez Beth tinha toda razão quando disse que esse vestido faria com que ele não conseguisse tirar os olhos de mim a noite toda. Me assusto quando meu celular toca.

                                                                                 
                   ~Ligação~

— Oi, meu amor, finalmente me atendeu.

Droga, por que atendi o celular sem olhar para a tela?

— Oi, mãe, me desculpa, eu ando muito ocupada.

— Ocupada demais para atender sua mãe?

— Sim. Mãe, eu estou ocupada, podemos nos falar depois?

— Estou com saudades minha filha, quando você volta para casa?

— Eu não volto mãe, achei que já tinha deixado isso muito claro.

— Você está dizendo isso, mas minha filha, o Phil não vai…

— Me esperar para sempre, -a interrompo. — Você já disse isso, mãe, muitas vezes.

— Por que você tem que ser tão cabeça dura? Você é igualzinha ao seu pai.

— Mãe, depois nos falamos, boa noite.

— Samantha, espera.   -ela grita me impedindo de desligar o telefone.

— Fala mãe.

— Sinto sua falta, meu amor, de verdade. Eu só quero te ver feliz.

Solto um suspiro e me sento na cama de cabeça baixa. Eu e minha mãe nunca fomos tão próximas, grande parte da minha infância fui criada pela minha vó materna. Minha mãe trabalhava demais, ela era jornalista e amava o que fazia, mas passava grande parte dos dias no trabalho. Quando ela decidiu parar quis dedicar os seus dias as tarefas de casa e recuperar todo tempo perdido comigo, mas éramos completamente diferentes, ela sempre me dizia sonhar que eu me casasse com um homem bonito e rico, me mostrava como ser a esposa perfeita, já minha vó sempre me criou para ser dona do meu próprio nariz, para nunca depender de homem nenhum, porque como ela sempre dizia “Não existe coisa mais triste do que mulher que vive na sombra de um homem” e eu sempre concordei com ela. E por esse motivo eu e minha mãe somos completamente diferentes, não conseguimos concordar em nada.

— Olha, mãe, eu prometo que quando tudo se acalmar vou visitar vocês,

— O Phil iria…

— Sem o Phil, mãe.

— Ok, meu amor, tudo bem.

Desligo o celular e o coloco na bolsa. Toda a minha energia e minha animação se foi, ela sempre conseguiu fazer isso comigo mesmo de longe. Elizabeth parece perceber e entra abrindo a porta com força, me tirando da cama e me empurrando em direção a porta sem ao menos dizer nada, ela sabe que se ela desse brecha para que eu começasse falar, eu provavelmente iria desistir de ir essa noite, então, sim, essa foi a melhor coisa que ela poderia fazer. Começo a andar rápido assim que vejo que estou extremamente atrasada, o barulho de meus saltos contra o piso ecoa pelos corredores. Sinto um vento frio batendo no meu rosto assim que chego ao estacionamento. É uma noite fria, mas o céu está estrelado e a lua esta linda. Joseph me disse que estaria no fim do estacionamento, onde ninguém poderia nos ver saindo juntos. Está escuro onde ele me disse que estaria, consigo ver apenas a luz da tela do celular clareando o seu rosto. Ele tem um cigarro em seus lábios, ele o apaga e joga no lixo assim que me ver andando em sua direção. O seu sorriso em cativa e como ímã me atrai diretamente para si.

— Boa noite, Sam.

— Boa noite, Senhor Quinn

Joe abre um sorriso e se aproxima de mim dando um beijo em minha bochecha, pude sentir seu perfume, não era uma fragrância forte, mas com certeza conseguia marcar onde passava, era extremamente cheirosa. Ele abre a porta do carro para mim esperando para que eu possa entrar.

— Você não vai me dizer para onde vamos? -entro no carro.

— Não.

Com um sorriso ele fecha a porta e vai em direção ao lado do motorista. Desde o momento em que aceitei esse encontro venho tentando convencê-lo de dizer para onde iriamos, ou o que íamos fazer, mas ele é cabeça dura e não quis me dizer, disse apenas que eu iria gostar.
A viagem é um tanto quanto longa, conversamos e rimos, ouvimos músicas e mesmo o tempo não parecia passar, eu estava ansiosa, e ele adorava isso, pois ele me olhava e sorria, e quando eu perguntava o que estava acontecendo ele apenas falava “JÁ DISSE QUE ADORO ESSA SUA VERSÃO” de fato ele consegue ser irritante quando quer. O carro para e ele não diz nada, apenas sai e antes abre a porta para mim antes que eu mesma fizesse.

— To quase acreditando que você realmente é um cavalheiro, Joseph.

— Não acostuma, Sam. Só quero causa uma boa primeira impressão. -ele sorri.

Ele pega minha mão e anda comigo para um restaurante lindo, tem poucas pessoas dentro, alguns sentados o balcão bebendo, alguns casais em mesas espalhadas pelo salão. Joseph parece estar familiarizado com o local, ele sabe exatamente para onde ir, os atendentes que o cumprimentam o chamam pelo primeiro nome. O hoste nos acompanha assim que entramos até uma mesa em um canto afasto, um lugar silencioso e com vista para o mar que está logo a frente.

— Aqui está a sua mesa, Senhor Quinn

— Elijah, eu já pedi para me chamar de Joseph.

— Me desculpe senhor. Joseph.

Elijah se vira para mim com um sorriso gentil no rosto, com todo seu jeito profissional impecável.

— Gostaria que guardasse seu casaco. Senhorita?

Com um sorriso retiro o sobretudo e o entrego. Antes que eu possa me sentar noto Joseph me olhando atentamente, seus percorrem por todo meu corpo, fazendo com que eu me sinta como se estivesse exposta em um museu, como uma escultura nua e a sensação é boa, era a exata reação que eu queria.

— Meus olhos estão aqui em cima, querido. -digo me sentando na cadeira

Joseph se da conta de que estava me olhando descaradamente e pela primeira vez eu o vejo ficar vermelho enquanto se senta na cadeira.

— É, me desculpe, eu não tive a intenção de… bom… você sabe

Jogada do destino.   -  Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora