As vezes fico me perguntando onde estava com a cabeça em fazer um curso tão longo na faculdade e estagiar em um dos lugares onde os ômegas dificilmente habitam.
Quer dizer, sinto falta de quando não tínhamos o direito de trabalhar, o único lado bom nisso tudo era ser sustentado.
Não me leve a mal, eu amo meus direitos, mas não vamos negar que ficar debaixo da asa é muito melhor.
Meus olhos reviraram pela quinta vez consecutiva enquanto terminava de me arrumar, pude só dar um beijinho na minha gatinha e voar pela porta pra não me atrasar para o trabalho.
Mas meu coração errou algumas batidas ao ver um Mustang na porta do meu prédio, moro em bairro de pobre. Como que pode ter algo tão caro quanto a minha casa ali?
Acho que comecei a ver tudo turvo assim de Hyunjin saiu de dentro do carro com um sorriso largo nos lábios, naquela manhã horrorosa de sexta-feira.
Pessoas felizes de manhã me irritam.
— Bom dia, flor do dia! — se aproximou de mim com aquele sorrisão, além do copo de café e um simples cheesecake. — Dormiu bem?
E daí que vou ficar diabético? Comida grátis.
— Claro, como se tivesse acabado de morrer, inclusive. — peguei o copo de sua mão, bufando antes de beber um pouco daquele líquido maravilhoso que alegra às minhas manhãs. — O que está fazendo aqui há essa hora?
— Bom, nós fizemos um acordo... lembra? — falou em um tom inseguro, olhando para as próprias mãos antes de olhar em meus olhos. - Se sentindo menos irritado? — perguntou se referindo ao café.
— Acho que sim, antes eu queria amassar sua cara na parede. — sorri de lado ao ver seus olhos arregalados. — Agora só quero te amarrar na porta do carro e arrastar no asfalto.
— Até que não seria uma má ideia... —esse garoto precisa de um psicólogo urgentemente.
— Você é suicida assim mesmo ou fez algum tipo de curso?
— Faz parte do meu charme natural, pequeno gafanhoto. — piscou para mim antes de jogar aquele cabelo de Pantene no meu rosto.
Credo, só me aproximo de gente mais dodói do que eu.
— Você precisa de um psicólogo, Hyunjin.
— Se chegou no ponto de até você vir me falar isso, então talvez eu realmente precise. — deu de ombros, me deixando boquiaberto e ofendido em ouvir aquilo.
— Não sabia que eu era o parâmetro para pessoas malucas. — falei indignado antes de passar por si e entrar dentro do carro. Estou morto de fome, o que eu mais quero é comer e relaxar até chegar naquele pandemônio que é a delegacia.
— Está muito cedo... e já que seria estranho você chegar cedo no trabalho, queria... te levar em um lugar antes... — lá vem, esses olhinhos brilhantes me dizem o tipo de plano idiota que está dentro daquela cabecinha esquisita. — Pensei em andarmos juntos no parque um pouco, que tal?
— Hyunjin, você é muito malandro, sabia?
— E como você acha que eu me tornei o líder de uma gangue, Lee Pinto? — devem ter tacado ácido sulfúrico na cabeça dele ou talvez caiu do berço quando nasceu. — Sou um homem que não desperdiça oportunidades.
— Pelo visto a noção está em falta, né?
O maior revirou os olhos antes de começar a dirigir, com um pequeno sorriso nos lábios. Ele não tinha pressa e particularmente, eu também não. Estávamos em um silêncio agradável naquele momento.
Por mais que eu odeie admitir, estar com ele é agradável...
Pude observar a cidade pouco movimentada, ainda estava prestes a amanhecer. Me recordando de todo o inferno que passei no mês anterior, memórias que jamais poderiam ser esquecidas.
Ver todos os lugares por quais passamos para sobreviver, era nostálgico demais. As únicas coisas boas que recebi naquele dia foram Jisung, Changbin e Minho.
Talvez um dia meus filhos encontrem esse diário e possam ver os maiores perrengues que passei ao lado desse alfa insuportável. Espero que seja um ótimo entretenimento e que não sigam os meus gostos.
Pelo amor de Deus, finjo desmaio se me perguntarem sobre a existência disso... se bem que não posso julgar ninguém sendo um criminoso internacional...
O caralho que eu não posso! Isso me dá mais direitos ainda, é aquilo que papai Wooyoung sempre me diz:
"Do fundo do poço a gente não passa."
A viagem até o parque municipal que corremos do Ateez foi tranquila, pude saborear meu cheesecake de brigadeiro, por sinal estava ótimo... mas isso não foi tudo...
Eu via a forma como o maior sorria ao me olhar devorando o alimento pelo retrovisor, fico impressionado em ver um olhar tão bonito pra alguém que estava comendo da forma mais porca possível...
Pode ter certeza que meus pais repensariam em suas escolhas se visse...
— Adoro vir aqui... — assim que adentramos o parque, pude ver o sorriso alegre em seus lábios enquanto a única coisa que pude fazer foi o meu melhor olhar de indignação. — Me traz tantas lembranças...
— Você gosta de vir no parque que fomos perseguidos por uma gangue?!!!
— Não foi tão ruim assim, não se lembra do que aconteceu naquela árvore ali? — apontou para frente, me deixando ainda mais incrédulo.
— Antes ou depois do celular tocar e eu levar um tiro?! — cruzei os braços vendo o maior sorrir enquanto deslizava seus dedos pelo tronco. — Como pode achar bonito aquela noite?!
— Me lembra a história de Romeu e Julieta, sabe? Foi por causa daquela noite que nos aproximamos. — pude ver aquele olhar direcionado a mim, repletos de sentimentos.
Sentimentos que eu gostaria de fingir que não existiam.
— Romeu e Julieta morrem no final, Jinnie.
— Credo, verdade... não posso morrer, ainda preciso montar o meu time de futebol. — como é a peça?! Esse garoto está tomando água pelo nariz?!
— Time de futebol o caralho, tenho cara de incubadora por acaso?!
— E quem disse que eu estava me referindo a você? — perguntou rindo de forma divertida, me fazendo desviar o olhar por puro ciúme e orgulho.
A ideia de vê-lo com outro ômega me causa náuseas.
— Então boa sorte para conseguir transar com algum ômega sendo um alfa marcado, LÚPUS. — proferi com puro cinismo, colocando ênfase na última palavra. Cruzando os braços e me virando para direção contrária do maior.
— Mas eu quero bebês...
— E eu quero que você se foda!
Notas finais:
Eu sei que acharam que os Hyunlix estariam naquele romance todo, né? JAJSAJSOSJSKSJ
Espero que tenham gostado! O capítulo foi curto, mas o próximo acho que vai ser um pouquinho maior por mostrar melhor como vai ser esse dia caótico.
Nós vemos em breve!
Até logo!
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Caso 143 / Hyunlix [ABO]
Ciencia FicciónFelix não imaginava como sua noite conseguiria se tornar tão caótica devido há um pequeno problema que o manteria preso na delegacia. Só tinha uma escolha; ficar quieto e fugir daqueles que viriam atrás de si. ● Violência explícita, linguagem impró...