Abri meus olhos assustado ao me ver no meu quarto, revivendo aquele fatídico dia mais uma vez. Meu coração estava acelerado, assim como as gotículas incessantes de suor deslizavam pelo meu rosto.
Podia escutar o som dos meus pulmões inspirando e expirando enquanto minha respiração se tornava cada vez mais pesada…
Até ouvir aquela voz familiar ecoando pelos meus ouvidos, tornando meu corpo trêmulo, deixando meus pensamentos tão bagunçados quanto a dor incessante que sentia em meu coração pela ferida aberta até então feita.
— Você achou mesmo que eu te amava? — escutei o alfa gargalhar diante dos meus olhos marejados, com um sorriso que jamais poderia ser desvendado por mim. — Achou mesmo que viveríamos um conto de fadas, Felix? Você não é nada além de um troféu…
— Você não é real… não é o Hyunjin! — minha voz saiu trêmula enquanto falava de forma incessante, era difícil ver o mesmo homem de fios longos e um sorriso fofo com aquela postura diante de mim.
Aquele não era o homem que vivia sendo insuportável na delegacia ou superprotetor.
— Como você pensou que eu poderia amar um monstro?! — e em flash, o corpo dos alfas e o ômega grávido apareceu ao nosso redor, a cena brutal sendo repetida por mim mesmo enquanto o sorriso sádico em meus lábios tornava tudo ainda pior. — Sinto nojo toda vez que lhe vejo!
— Não! I-Isso não é r-real! — ver o meu corpo coberto de sangue diante de mim, me deixava ainda mais apavorado. Sentia os espasmos em meu corpo pelo medo, ver o meu lobo me dominando e até mesmo o sorriso sádico piorava tudo. — Não tem como ser real! É um s-sonho, tem que ser!
Eu via meu corpo, os típicos olhos azuis do meu lobo, as garras afiadas e até mesmo os caninos grandes, o sorriso sádico e o sangue escarlate das vítimas cobrindo-me.
Mas aquela figura diante de mim não poderia ser eu… me recuso a acreditar…
Em passos lentos, pude vê-lo caminhar em minha direção, dessa vez eu estava sentado no chão gélido daquele lugar, olhando somente para aquelas iris nubladas. O seu brilho era tão sombrio quanto qualquer um que já pude presenciar, assim como o som dos típicos sapatos sociais.
— Se é um sonho, então me diga, Felixie… — senti a ponta de suas garras deslizarem por minha pele. — Isso dói? — gritei de dor ao ter o meu útero perfurado por aquela versão de mim mesmo.
Escutava a risada alta de todos, apavorado ao olhar ao redor e ver meus amigos rindo de mim… Jisung, Changbin, Hyunjin, Chan e…
Até mesmo eu.
Fechei os olhos, gritando com a força restante que tinha, implorando para acordar daquele pesadelo.
Mais uma vez naquele mês, acordei ofegante, olhando ao redor e sentindo meu corpo pegajoso pelo suor… fala sério… quantos dias se passaram desde então? Um dia? Uma semana? Um mês? Sinceramente, isso não importa… só tenho continuado a viver no automático.
Me sentei no chão colocando as mãos em minhas coxas. Minhas garras estavam visíveis, minhas mãos trêmulas e era impossível impedir os soluços altos, alertando minha gata que veio desesperada em minha direção.
Só o autor dessa história sabe o quanto pensei em ir dançar ciranda cirandinha no céu, inclusive estou aguardando esse merdinha dar um ‘glow up na minha história.
Infelizmente alguém precisa pagar as contas e dar uma vida de burguesa pra minha gata e não tem ninguém além de mim aqui…
Era patético levantar todos os dias e olhar no espelho com várias rachaduras pra ver o meu reflexo… não conseguia fazer nada além de sentir pena de mim mesmo.
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Caso 143 / Hyunlix [ABO]
Fiksi IlmiahFelix não imaginava como sua noite conseguiria se tornar tão caótica devido há um pequeno problema que o manteria preso na delegacia. Só tinha uma escolha; ficar quieto e fugir daqueles que viriam atrás de si. ● Violência explícita, linguagem impró...