Caso 143 / Hyunlix [ABO]

Eu estou com medo

Os olhares de Hyunjin para Hongjoong eram mortais, mas nada era tão impressionante quanto Jisung pronta para atacar também. Não sentindo medo algum perante os alfas.  — E então? O gato comeu a sua língua princesa.

— Minha língua continua aqui intacta, mas deveria ver se a do seu marido permanece lá. — é sério que a bonita decidiu ser debochada no meio do fogo cruzado? Eles estão achando que isso aqui é o quê?! Um filme?! — Já que foi um prazer meter uma bala na perna do Seonghwa.

Espera um pouco, então quer dizer que antes de começarem a nos perseguir estavam atrás dela?! E ela sozinha atirou no ômega daquele alfa?! O que ela tem na cabeça?! Certamente merda, porque é difícil existir um cérebro ali.

O sorriso do capitão daquela gangue se fechou e deu espaço ao olhar sombrio do menor, andando na direção da ômega que estava de pé o olhando sem temê-la. Eu não sei se admiro tamanha coragem ou fico com medo de qualquer coisa ruim que possa acontecer…

Somos ômegas, corremos risco desde o berço, crescemos sabendo como a realidade nunca vai ser fácil pra gente. Além de sermos biologicamente mais fracos, não podemos confiar em ninguém.

Vê-la ali de pé, com determinação e coragem me fazia sentir orgulho de ela não baixar a cabeça e se erguer, mas sinto medo de que alguma coisa ruim possa acontecer com ela. Somos dois ômegas no meio de vários alfas.

— Deveria tomar cuidado com o que fala, seu namoradinho não vai sair do hospital para te proteger. — sua voz de alfa não tinha efeito sobre mim, mas pelas mãos trêmulas da Han sei que ela está lutando contra a vontade de se submeter.

— Não preciso de um alfa pra me proteger.

Eu sou um covarde… ela está ali de pé pronta para enfrentar qualquer coisa e eu estou aqui acuado, com medo de me impor. Do que adianta ser um lúpus se a única coisa que eu faço é ter medo?

— Você tem sorte de valer alguma coisa, se não já teria a matado há muito tempo. — quando ele apontou para nós, soube que não hesitaria em nos levar nem que fosse sem as pernas ou os braços. — Agora parem de cerimônias e vem pacificamente até nós.

Só queria voltar pra casa, estar na presença dos meus gatos e não nessa situação toda. Por que minhas mãos estão tremendo tanto? Não entendo como tantos cenários fictícios conseguem ser criados em minha cabeça com tanta facilidade.

Só consigo temer pelo pior.

Sem perceber, me levantei e fiquei de frente para todos aqueles alfas. Minhas pernas trêmulas denunciavam como poderia cair a qualquer momento e nada ajudava com minhas mãos do mesmo jeito.

Isso tudo é culpa minha, eles querem a mim, sei o quanto não vão hesitar em vir atrás de mim. Eu coloquei todo mundo nisso, então é a minha responsabilidade lidar com as consequências dos meus atos.

— Leve apenas a mim no lugar deles. — pude ver no meu campo de visão os olhos do ômega se arregalarem enquanto o alfa tinha uma expressão incrédula no rosto. Talvez ele não esteja entendendo a minha proposta.

— Você deve achar que eu sou idiota se vou deixar minha grana ir embora.

— Nós dois sabemos que um ômega lúpus vale muito mais do que um alfa e uma ômega normal. — o olhar desconfiado mostrava como parecia tentado com a minha proposta. — Dobre o preço pela minha cabeça e ficarão mais ricos como sequer imaginam.

— Por que eu deveria acreditar em você?

— Eu não tenho nada a perder.

Um sorriso de lado do alfa me fez acreditar que ele aceitou a proposta, mesmo que uma parte de mim estivesse aliviada, isso não mascarava o medo que eu sentia.

Porém tudo aconteceu rápido demais…

Hyunjin estava em cima daquele homem desferindo socos tão fortes que pude ouvir o som do maxilar se quebrando, a dificuldade para o capitão do Ateez de respirar. Era como ver um filme de terror diante dos meus olhos.

Não conseguia reconhecer o Hyunjin.

Seus olhos estavam repletos de ódios, seu rosnado eram altos e suas unhas tinham tamanho o suficiente para cortar qualquer um. Apenas quando o Hwang se certificou de que aquele homem não iria se levantar, que ele saiu de cima dele.

— Sabe… vocês cometeram três erros hoje. — a sua voz suave poderia acalmar qualquer um se não fosse pela expressão em seu rosto. — O primeiro foi de ter atrapalhado a minha foda. — suas mãos foram para o pescoço do capitão apenas para apertar com força e ergue-la um pouco do chão. — O segundo foi de ter assustado e ameaçado o meu ômega. — sua mão segurou a cabeça do garoto apenas para batê-la no chão. — Mas o maior erro de vocês… foi de ter me deixado puto.

Quando ele abandonou o corpo no chão. Um sorriso sádico moldava seus lábios carnudos, caminhando em passos lentos até os alfas que ainda estavam ali por lealdade ao seu capitão enquanto os outros se sentiram intimidados pela presença do Hwang.

Seus feromônios não me afetavam comparado a presença que ele emanava, era assustador. Quem era a pessoa diante de mim? Aquele não era o alfa insuportável que jogava cantadas idiotas para cima de mim ou que fazia piada até com a própria sombra.

Aquele homem que estava massacrando os alfas sem se importar em estar coberto de sangue não era ele, principalmente quando o pesadelo não parecia ter fim.

Eu estou com medo, se ele fez isso com todos esses alfas o que fará comigo? A ômega do meu lado não está tão diferente de mim. Posso ver suas pernas trêmulas prontas para cederem a qualquer momento. Precisamos sair daqui o quanto antes.

Andem pernas funcionem, cérebro não me abandone por favor, eu sei que está ai, ômega rabugento. Reaja e me der forças para fugir desse inferno!

Com o medo se apossando do meu corpo e o pavor em nossos olhos, peguei Jisung no colo e voltei para os trilhos correndo sem olhar para trás, tentando ao máximo fugir daquele alfa. Tenho medo do que possa acontecer conosco.

A garota se agarrava ao meu pescoço com medo e podia sentir algo molhado ali, denunciando que estava chorando baixinho de medo. Enquanto meu corpo se esforça ao máximo para fugir por instinto.

O que mais me assusta nisso tudo… foi uma parte de mim ter se orgulhado do que viu…

Notas finais:

Espero que tenham gostado! Perdão a demora, estava jogando lol enquanto escrevia.

O capítulo foi curto, mas estamos nos aproximando do fim.

Até logo!