Não atrapalhe a minha caça

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Alerta de gatilho: Violência Explícita


Tô começando a perder a conta de quantas merdas eu fiz nessa vida, mas eu garanto que nenhuma delas me levou até essa situação fodida. Especificamente falando, a noite de Purificação.

Purificação nada, é só gente querendo pica e não sabendo pedir.

As luzes apagadas e as nossas respirações aflitas eram as únicas coisas audíveis, além dos passos daqueles riquinhos insuportáveis. Felizmente, estão distantes de nós, mas é só questão de tempo até nos acharem.

— Fiquem atrás de mim. — o gostos- quer dizer, Changbin pediu e nós apenas assentimos, a adrenalina estava me deixando tão concentrado que sequer pude cogitar a situação atual daquele alfa ridículo.

Um dos burgueses se aproximou com óculos de visão noturna, porém em um movimento rápido, Jisung chutou a terra no chão, formando uma poeira para distraí-lo. Aproveitando a brecha, o beta movimentou os punhos cobertos pelas amarras de ferro e acertou aquele caçador.

Antes que pudéssemos comemorar a vitória, senti meu pescoço ser agarrado e uma respiração pesada no meu pescoço. — Matar você seria um desperdício… — a língua nojenta daquele alfa passeou pela minha pele, uma forma antiga de marcar o ômega que sua classe desejava.

Meu corpo estava inerte com aquela arma apontada para a minha costela e a mão pressionando meu pescoço pela parte da frente, a única coisa que pude fazer foi fechar os olhos.

Por causa da escuridão e pelas classes que tinham, Jisung e Changbin não conseguiam enxergar no escuro, mas pelo instinto sabia que havia mais alguém ali. Porém não tinham noção de qual direção nós estávamos.

Mas esse burguês sabe em que direção eles estão, não posso alertar os meus amigos…

— Tira suas patas imundas dele! — a voz enfurecida e grave já era conhecida por mim, não pude evitar o sorriso aliviado ao escutar o uivo alto do alfa lúpus. Me sentindo feliz ao vê-lo livre das correntes e quebrando o pescoço daquele homem.

Hyunjin estava ali de pé, pronto para matar todos que se aproximasse de mim. — Muito obrigado, Lixie. A coleira destravou quando você me jogou no chão. — o maior sorriu de lado ao se aproximar e selar os nossos lábios rapidamente, me libertando e livrando os outros dois das correntes.

Estávamos libertos naquele momento e eu sequer sabia o que faria com a minha liberdade momentânea, contudo eu tinha certeza de que cumpriria a minha promessa, por isso permiti que o meu lobo fosse atrás da sua vingança.

Mas ver os pulsos roxos de Changbin me fez perceber que ele estava ali há mais tempo.

Capturado antes do feriado? Ele é um beta, não é tão valioso assim… a menos que…

— Tire eles em segurança daqui, as nossas coisas não devem estar tão longe. — ver a postura firme do Hwang me dava mais questionamentos, contudo não tenho tempo para pensar nisso agora. O maior entregou a arma para o Seo que assentiu prontamente. — Não atrapalhem a minha caça, Binnie.

Binnie?

A ômega me puxou pelo pulso para até a porta da arena, deixando o beta ir na frente enquanto nossos olhos estavam atentos, observando todo o cenário em que nos encontrávamos.

Minha cabeça está cada vez mais confusa e tenho tantas dúvidas… entretanto não tenho tempo pra obter as minhas respostas, tô mais perdido que cego em tiroteio.

Mas convenhamos, confiar na minha visão é a mesma coisa que pedir pra confiar no meu pai…

Eu não tenho pai.

Caso 143 / Hyunlix [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora