Capítulo 15

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"Não podia supor que fosse um objeto de admiração para um homem tão importante."

— Orgulho e Preconceito.

Maio de 1843

Penelope aperta o robe ao redor do corpo. Estava sendo dramática, e sabia disso. Mas não lhe animava nenhum pouco a ideia de usar vestido, mesmo que acima dos tornozelos para nadar.

Quer dizer, entrar na água, já que sua dama deixou bem claro que as damas não nadavam e ela não poderia de maneira alguma molhar os cabelos. Esses estavam escondidos por uma touca de tecido ridícula. Todo seu traje era horrendo.

E de repente um pensamento incômodo cruzou sua mente: pensaria Lorenzo o mesmo?

Penny apostava que sim.

Ela choraminga, estava a ponto de desistir de entrar na água, até que pensou que não seria de todo ruim quebrar pelo menos uma regra.

E com isso, tirou a touca do cabelo, deixando eles soltos. Despiu o robe e abriu a porta que dava para as escadas que levavam até a água.

As mulheres haviam ido primeiro para se prepararem, então nenhum dos homens estava ali até o momento. A dama de Penélope, que a observava da areia, lança um olhar reprovador para a garota, que bate os cílios fingindo inocência.

Penny entra na água e Luna vem até ela com um sorriso.

— Oh, meu Deus! Está tão gelada — ela estremece.

As ondas suaves faziam as duas balançarem. A água batia nos ombros da loira, enquanto Penny ficava submersa apenas até a cintura.

— É isso? Vamos ficar aqui com se fossemos crianças? — Penélope revira os olhos — Talvez se fossemos mais para o fundo...

— Nós não podemos, Penny! — Luna dá uma risada estrangulada — E, sinceramente, estou bastante satisfeita aqui.

Lorenzo termina de ler o jornal e então vai para a praia, para ficar com sua mãe e Carmem na areia enquanto Luna e Penélope tomavam banho de mar.

Ele não pretendia entrar na água naquele momento para poder dar privacidade para as garotas. Pretendia ir mais tarde, quando todas as mulheres estivessem tomando chá e conversando à tarde.

Ainda estava incomodado com a sua reação exagerada durante o jogo de cartas ao simples toque de Penelope. Tinha passado uma noite péssima, revirando na cama e pensando nas implicações daquilo. Por fim, tinha dormido pouco e agora estava com sono e mau humorado, mas não podia estragar a viagem de sua família por conta de seu humor de cão.

Sentou na areia com sua mãe e observou as duas nadando e riu discretamente ao notar os trajes das duas.

— Não sei como não se afogam com esses trajes ridículos.

Ele aponta as duas com a cabeça para a mãe e então se deita na areia, aproveitando o sol no rosto.

Eliza dá uma risada discreta.

— Não seja maldoso, querido — ela olha de relance para ele, pelo menos parecia que seu filho não estava de todo mal humorado.

Tinha reparado em sua postura irritadiça desde o desjejum. Na verdade, essa postura sempre aparecia quando a Srta. Crane estava por perto.

— Estive pensando... — ela começa — Depois que Luna casar...

— O que vai acontecer em breve — fala Carmem com um sorriso presunçoso.

𝘼 𝙋𝙧𝙤𝙢𝙚𝙨𝙨𝙖 𝙙𝙤 𝘾𝙖𝙥𝙞𝙩ã𝙤Where stories live. Discover now