"Se os seus são ainda os mesmos que manifestou em abril passado, diga-o imediatamente. Minha afeição permanece inalterada; basta porém uma única palavra sua para fazer com que me cale para sempre."
— Orgulho e Preconceito.
Outubro de 1843
Era meio de outubro e o clima já estava começando a esfriar em Romney Hall. Mas isso não impediu Penelope de fazer sua costumeira cavalgada pela manhã.
Porém, aquele dia havia levantado mais cedo que usual. A verdade é que mal dormira a noite inteira, o que costumava acontecer com frequência desde que retornou de Londres.
Ela veste um par de calças que pegara de Oliver, assim como a camisa e um casaco longo. A com a propriedade ainda despertava aos poucos quando ela sai cavalgando em meio aos campos banhados de orvalho.
O ar condensado saía pelos lábios entreabertos de Penelope enquanto ela cortava contra o vento entre as árvores. Ela se segurava firme nas rédeas, provavelmente mais tarde teria bolhas nas mãos, mas a sensação de galopar livremente era tão boa que ela não se importava. Os primeiros raios de sol já apareciam no horizonte. A folhagem acobreadas das árvores passavam por ela como um borrão, mas ainda assim, Penelope podia sentir seus cheiros diferentes e frescos.
Costumava dizer que gostava de passar tempo ao ar livre, mas ultimamente aquela atividade só servia para suas escapadas quando precisava de um tempo sozinha. Percebendo o cansaço da égua, Penelope diminui o ritmo para um leve trotar, ainda teriam um caminho mais ou menos longo de volta a casa.
Depois da conversa com Luna, Lorenzo sentiu que havia tirado um peso enorme das costas e por fim decidiu fazer o que queria, que era pedir a mão de Penelope em casamento.
Zarpou imediatamente para a Inglaterra e agora estava atracado no porto de Dorset. Tinha chegado no final da tarde e como estava ansioso, como nunca esteve na vida, alugou uma carruagem e partiu de imediato para Gloucestershire.
Chegou na vila próxima onde Penelope morava de madrugada e depois de se lavar e trocar de roupa na estalagem onde se hospedou, não conseguiu parar quieto um segundo sequer, esperando apenas o nascer do sol para poder ir atrás de Penelope.
Ficou observando o céu mudar de cor e quando viu os primeiros raios de sol, saiu decidido em direção à propriedade dos Cranes.
Assim que chegou perto da estrada que dava para a entrada da propriedade, Lorenzo titubeou. Estava muito cedo para perturbar a família dela, por mais que ele quisesse vê-la logo.
Olhou no relógio que tinha no bolso e soltou um xingamento. Pelo visto, teria que esperar horas ali na estrada, até que fosse um horário decente.
Tinha desmontado de seu cavalo e estava andando de um lado para o outro, nervoso, até que escutou o relincho de um cavalo ao longe e uma pessoa vindo em direção a ele.
A pessoa estava com calças compridas e montando à cavaleiro, mas Lorenzo notou ao longe os cabelos esvoaçando ao redor dela enquanto cavalgava em direção a ele e sentiu seu coração palpitar ao perceber que só poderia ser Penelope.
Penelope respira o ar puro enchendo os pulmões e fecha os olhos, apesar do frio, o clima não estava ruim. Dorothea relincha e Penelope se inclina para acalmá-la.
— Me desculpe, Dolly, mas dessa vez não trouxe-lhe uma maçã.
Ela ainda trotava, estava no pasto próximo a entrada da propriedade.
Um movimento discreto lhe chama a atenção pelo canto do olho. Ela puxa as rédeas parando a égua. Um homem caminhava em sua direção. Alto e moreno. Penelope conhecia aquele andar, conhecia aqueles trejeitos. Não seria possível... Ou seria?
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𝘼 𝙋𝙧𝙤𝙢𝙚𝙨𝙨𝙖 𝙙𝙤 𝘾𝙖𝙥𝙞𝙩ã𝙤
FanfictionPenelope Crane nasceu do amor de Eloise Bridgerton e Sir Phillip Crane. Espirituosa, bela e inteligente, ela tinha tudo para ser uma das incomparáveis da temporada, mas seu temperamento esquentado e sua língua afiada a tornaram não só mais uma debu...