Néftis
— Seth!
— Hã?! — É difícil entender o que se passa agora. O que esse louco está tentando me dizer?
— Não é Ceifador, meu nome é Seth! — esclarece.
E mais essa agora?! É claro que sei que Ceifador não é o seu nome verdadeiro, mas sequer estou perguntando ou interessada em saber. Dar seu nome a alguém significa intimidade, coisa que não quero com ele.
— Aham! Olhe, é melhor acabarmos logo com isso. Não precisa ser amistoso com sua presa. — não tenho a menor intenção de postergar o inevitável, seria o mesmo que gostar de ser torturada.
— Bom, que seja conforme sua vontade! Mas será nos meus termos. — fala com um tom cruel.
— É claro! Não seria o Ceifador de Mundos se não houvesse alguma tortura envolvida… — desdenho.
— Tortura?! — Seu olhar sobre o meu corpo é pura luxúria. Meu cabelo é afastado de modo a expor meu pescoço, onde seu polegar percorre minha jugular, o que me fez recordar uma parte importante da minha missão; Os fluídos corporais faziam parte da dieta dele, então, eu nada mais era do que um bom prato servido em sua mesa.
— Vá em frente! — o incentivo, ainda preferindo virar seu alimento do que ir parar em sua cama — Isso deve ser melhor do que todo o resto!
— Não! Ainda não! — ele se nega. Por reação, cerro as mãos em punhos. Um impulso violento me induzindo a atacá-lo, embora eu saiba que não tenho qualquer chance numa luta corporal. — Deixe-me apreciá-la! — apesar de parecer um pedido, estava bem longe de ser. O laço da minha túnica foi desfeito, fazendo todo o peso descer em cascata e cair sobre meus pés com um som abafado. A pior parte de estar tão exposta, foi ter que aguentar a humilhação de ele andar em volta de mim me avaliando, como se eu fosse um item à venda num leilão. — Hum, agrada-me!
— Que pena! — Lamentei, desejando ter me tornado uma besta horrenda igual as que vivem em nossos pântanos. Seus dedos traçaram um caminho até minha poma direita, o que só me irritou — Acabe logo com isso! — exigi.
— Eu poderia lhe dar prazer…
— Eu teria que querer, o que não é o caso…prefiro a morte logo…sem subterfúgios! — acredito que não foi uma boa ideia rechaçá-lo dessa forma, mas se eu não estava contente, por que ele deveria estar?!
— Que seja! — concordou não contendo a irritação — Deite-se e abra as pernas! — ordenou com um fio de voz que dizia muito mais do que se estivesse gritando comigo.
Obedeci, embora me recusasse a ser amável com ele. Fechei meus olhos e fiquei imóvel. Senti o exato momento que ele subiu na cama, se colocando entre minhas pernas. Eu era uma guerreira, então já estava acostumada com a dor, porém algo me deixava apreensiva; passar-me pela rainha não me fazia ser ela. Ainda era eu sob o disfarce, uma fêmea que nunca fora acasalada, diferente da minha senhora, que já dera até cria.
Será que o Ceifador notaria a diferença?! Espero que não!De súbito, o senti empurrar contra minha fenda, abrindo caminho em meu canal. Meu corpo enrijeceu automaticamente, ante a invasão. No entanto, resisti à dor, recusando demonstrar qualquer reação. Ele não teria isso de mim. Mantive-me firme quando suas investidas tornaram-se duras, fazendo meu corpo chacoalhar na cama. Não entendo como podia ser possível não ter me partido ao meio, porque a sensação era de estar empalada. E a cada movimento seu, meu canal ardia como se tivesse queimando.
Céus, quando isso vai terminar?!
O tempo pareceu parar num looping infinito. Realmente, não consigo entender como as fêmeas podem gostar de acasalamento. Depois de mais um tempo, senti-no se avolumar em meu interior e logo em seguida, meu canal foi inundado por algo quente, que flui para fora, empapando a parte interna das minhas coxas. Ele parou, retirando-se de dentro de mim, o que, de certa forma, fez-me sentir vazia.— Eu poderia ter sido gentil! — sussurra em meu ouvido, enquanto seus dedos acariciam meu pescoço. É inútil me dizer baboseiras. Não vim aqui para ter prazer com meu algoz.
— Não se detenha! — incentivo virando o rosto de lado. Se não o fez antes, a alimentação viria agora.
Achei que já havia tido o pior, mas não! Ainda era só o começo. Mais uma vez, a dor sobreveio sobre meu corpo; agora, através da sua mordida na pele sensível da minha garganta. Quis gritar, mas contive o ímpeto, enquanto apertava as cobertas.
Bruscamente, ele se afastou. Encarei-o confusa.— Tu não és a rainha! Seus fluídos são diferentes…não tem o mesmo sabor dos fluidos da criança… — ele praticamente rosna essas palavras.
— C-como?! — não posso acreditar que ele provou o sangue do príncipe, do contrário, não teria como saber a diferença.
De súbito, meu colar é arrancado, sem que eu tenha tempo de qualquer reação.
— A guerreira?! Como se atrevem a me enganar?! — agora tenho um macho furioso diante de mim. Não havia mais motivos para manter o bom comportamento. Meu próximo passo foi tentar me desvencilhar, quem sabe eu tivesse uma oportunidade de contra atacar. — Você pensa que a deixarei ir assim?! — meus braços são segurados com muita força, acima da minha cabeça, quase ao ponto de ruptura.
— Maldito! Vou te matar! Jamais tocará minha rainha! — brado a pleno fôlego.
— Sim, eu terei a rainha! Mas antes, acabarei contigo! — disse e rasgou o próprio pulso — Dormirei e você morrerá! Quando eu despertar, irei atrás da rainha. Terei minha vingança contra Atlys. Aniquilarei seu povo. — prometeu e então empurrou o pulso contra minha boca.
Debati-me, mas não consegui me livrar. Seus fluídos fluíram para minha garganta, fazendo todo o caminho até meu estômago. Meus olhos marejaram, por quanto tentava manter uma respiração equilibrada, ao mesmo tempo que me engasgava com o líquido viscoso e rubro. Outra vez, ele voltou para meu pescoço, suas presas me rasgaram com mais voracidade que a primeira vez.
Busquei empurrá-lo, porém era como tentar mover uma montanha fixa de lugar. Não desisti, continuei empurrando, até meus braços prenderem moles.
Respirar com o peso em cima de mim se tornara cada vez mais difícil. Meu coração batia lentamente, desacelerando como se fosse parar.
Minha consciência oscilou com idas e vindas. Então, o vi pender de lado, com os olhos ainda fixos em mim, contudo com um brilho opaco, como se estivesse se apagando.
Sequer tive forças para pensar no que isso significava, quando minha própria escuridão me reclamava.Por isso, não relutei em ir…essa era a morte que vim buscar…
Viva bem, minha rainha! Fiz uma última prece.
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NÉFTIS E O CEIFADOR DE MUNDOS: Contos Alienígenas
Historia CortaO Ceifador de Mundos está em busca de sua companheira e tem destruído civilizações, só para conseguir o que deseja. Porém, em meio a mais uma negociação, acaba sendo enganado e leva consigo uma substituta. Néftis é só uma guerreira leal, que por gr...