CONTRA-ATAQUE/ PARTE 2

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Seth 

"— Meu senhor…eu juro que não sei do que estou sendo acusada…"

— Não sabe mesmo?! — ouvimos a voz de Néftis, que adentra o salão majestosamente trajada em suas roupas de rainha. Sua mãe vem com ela de braços dados. Empurro Akantha para longe de mim e vou recebê-las.

— Bem-vinda, mãe! — saúdo beijando sua testa —Bem-vinda, minha rainha! — beijo ligeiramente seus lábios — Senhoras e senhores, tudo que fiz nos últimos dias foi para expor os crimes dessa fêmea traiçoeira! — aponto para Akantha, que olha entre sua irmã e sobrinha com um misto de fúria e medo. — Ela hoje responde pelo crimes de usurpar o trono da irmã, matar os soberanos de Atlys e conspirar contra a rainha de Alfa-Kynl, o que em si já é mais do que suficiente para executá-la. Vocês podem ver por si mesmos… — digo fazendo um sinal para que as servas entreguem os dispositivos portáteis aos convidados, onde eles mesmos podem confirmar o que Akantha fez com minha fêmea na enfermaria e os depoimentos de Jendayi sobre tudo que ela fizera antes. Todo esse material fora enviado para Atlys como prova, então, o que estávamos tendo hoje aqui era um julgamento e não uma cerimônia de acasalamento.

Posso sentir as vibrações furiosas no ar e de alívio também, quando eles acessam as informações. Bom, acho que fui perdoado por meus servos. 
Akantha jaz no chão, de olhos vermelhos e enfurecidos. Ela levanta num rompante e corre para atacar Néftis, mas para minha surpresa, recebe um tapa no rosto, dado por sua irmã.

— Fique longe da minha filha, sua naga maldita! — grita para ela e lhe dá outro tapa e mais outro…ninguém interfere e ela só pára quando a fêmea cai. — Você é tão nojenta que nem merece que eu suje minhas mãos desse jeito…— Jendayi dispara.

— E você e sua bastarda se acham melhores, não é?! Eu fiz pouco! Deveria ter matado as duas quando tive oportunidade! — vocifera fora de si e então se volta para mim — Seth, será que não percebe?! Somos feitos um para o outro! Eu sou muito melhor do que Néftis jamais será… deixe-me matá-la…eliminá-la e a esse bastardo na barriga dela, eles são a sua fraqueza…

Grrr… — esse grunhido não partiu de mim. E ele foi estrondoso demais nesta sala para ter vindo de um único ser vivente. 

Maldição! 
Olho ao meu redor e percebo que sentinelas, servos e convidados estão prontos para atacar a miserável. Eles agem como uma unidade quando o rei ou a rainha estão em perigo. E a simples ameaça despertou seus instintos mais primitivos.
Que problemático! Se eu permitir que façam isso, não sobrará nada de Akantha para que Néftis ou Jendayi tenham uma vingança.

Quietos! — ordeno em suas mentes, mas eles me ignoram totalmente.

Vejo o capitão Gikyw puxar sua arma ao sentir a tensão no ar.

— Não faça nenhum movimento brusco! — sinalizo para ele, sabendo que os meus iguais acabaram de se tornar irracionais por causa de sua rainha.

A essa altura, Akantha já está aos gritos, percebendo que a fúria é direcionada a ela.

Eu os mandei parar! — ordeno enérgico, fazendo uma onda vibrar através deles e os derrubar. 

Porém, novamente estavam de pé e prontos para atacar.

Recuem! AGORA! — Ouço a voz da minha fêmea conectando todas as mentes como se um bramido ecoasse em nossos ouvidos, fazendo os mais sensíveis tapar as orelhas. 

Eles pararam assustados, tendo sido imediatamente arrancados de seu torpor primitivo. 

— Sim, minha rainha! — falaram em uníssono, enquanto se curvavam perante ela.

NÉFTIS E O CEIFADOR DE MUNDOS: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora