CAP. BÔNUS (MINHA QUERIDA FÊMEA)

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Eliot 

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Eliot 

Desde que Jendayi chegou a Alfa-Kynl que tenho me sentindo diferente do que costumava ser. Já vi muita coisa nessa vida e fêmeas em situações ainda piores do que a encontrei, mas nada que despertasse meu instinto protetor como aconteceu agora.
Simplesmente tenho me dedicado a cuidar dela e não medi esforços para salvá-la, usando meus próprios fluídos para conseguir. Eu havia recebido um cadáver para cuidar e era esse seu destino final.

Por sorte, os fluídos que correm nas veias da minha espécie, têm propriedades medicinais e durante todo o seu tratamento, fiz uma mistura no líquido nutritivo para que ela pudesse ter a chance de escapar. Não contei isso a ninguém, não queria interrogatórios sobre o motivo do meu sacrifício, porque sim, de certa forma eu estava me sacrificando, sendo que tal procedimento me debilitava. Porém, nunca passou pela minha cabeça ter qualquer arrependimento sobre isso.

Vivi os últimos ciclos acolhendo a dor de uma fêmea que não me pertencia e até evito pensar sobre isso. Jendayi é uma fêmea que foi quebrada de muitas formas. Eu estou sendo o suporte que precisa para sair do buraco psicológico onde a enfiaram. Se não fosse por respeito à minha rainha, eu teria lidado pessoalmente com Akantha. No entanto, me agrada saber que ela está vivendo um verdadeiro inferno no planeta prisão. E desejo que ela tenha vida longa para conseguir pagar por todas as atrocidades que cometeu.

Tenho estado frequentemente com ela nas minhas horas vagas e sempre levo de presente o fruto Liriacthia, já que, assim como a rainha, ela demonstrou apreciá-lo e esse é um dos tesouros daqui, então é mais valioso que muitas jóias.
Por muitas vezes, pego-me olhando para a pequena criatura sem ser visto. Já faz tanto tempo desde que tive uma companheira, que não sei como lidar com os sentimentos que se abatem sobre mim. Tenho até evitado entrar nos meus aposentos, porque seu perfume ainda está ali, mesmo depois que saiu…mesmo depois da limpeza.

E à medida que ela melhora, tenho me afastado. Em breve, terei de vê-la partir, o que não está me animando em nada. Meu instinto possessivo só exige que a tome para mim, mas que direito tenho sobre aquela fêmea?! Não, eu não posso fazer algo tão estúpido assim e minha melhor chance é ficar longe. Ela nunca me fez qualquer tipo de promessa. Tudo que fiz foi por minha própria vontade, então ela não tinha dívidas comigo. Procurei ficar mais tempo em meu laboratório. Até mesmo o bastardo do Seth, percebeu que eu estava me ligando à fêmea.

"— Não acha ela pequena demais para você?!" — provocou certa vez, obviamente acessando meus pensamentos. Que filho ingrato! Como ele se atreve a me provocar dessa maneira?! Não se tem mais respeito pelos mais velhos?! Só não revidei porque seria o mesmo que assinar uma confissão de culpa.

Hoje terminei meu trabalho bem mais tarde do que o habitual. Confesso que estou muito cansado. Tenho trabalhado muito e descansado pouco. Enquanto estou atendendo ou absorvido por outras demandas, minha mente não fica me lembrando de Jendayi a cada minuto, num loop infinito.
Tomo um refrescante banho e ponho roupas leves para dormir, aliás, tentar. Observo, um pouco, meu corpo no cristal de refletir, avaliando os sinais do tempo. Ainda estou em forma. Temos uma boa genética e mesmo depois de milhares de ciclos fora dos campos de batalha, ainda tenho bons músculos. 

NÉFTIS E O CEIFADOR DE MUNDOS: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora