O DIREITO DA PRIMOGÊNITA

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Vi que foram feitos pedidos por um capítulo sob ponto de vista da mãe de Néftis. Então tomem seus lugares, que hoje temos "drama mexicano" Inter-planetário e Alienígena. 🤣🤣🥰❤️

Fiz um capítulo com mais de 2 mil palavras, só para satisfazer e compensar vocês.

Abraços! Espero que gostem!

VOTEM E COMENTEM ! ❤️🥰
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Jendayi ( a rainha verdadeira)

Antes…

"O direito da primogenitura é de Jendayi". Guardem essas palavras, porque foi por causa delas que fui arremessada do paraíso para o inferno.

Não posso dizer que tive uma infância simples, sendo que nasci na realeza e mesmo eu ou minha irmã, não poderíamos nos livrar das tradições. O nascimento de gêmeos idênticos, não era considerado um bom presságio, segundo nossos sábios. Por ordem de nascimento, eu era a primeira filha e Akantha veio logo em seguida. E mesmo a lenda dizendo que uma de nós traria maldição para o reino, nossos pais nos mandaram para "a casa de aprendizagem", um lugar ermo e cuidado por sacerdotes.

Abri meus olhos logo cedo para entender sobre a lenda, mas recusei-me a acreditar que isso fosse verdade. Na minha cabeça eram apenas falácias dos mais velhos para aterrorizar os mais novos. Esse foi o meu primeiro erro, não acreditar. Meu segundo erro, foi perceber os "deslizes" de Akantha e sempre acobertá-la, por não querer perder minha irmãzinha. Ninguém deveria ser tão estúpido assim. Uma hora ou outra, ela cometia travessuras com os outros filhotes, o que sempre resultava em machucados severos. Fechei meus olhos para isso e de certa forma, tornei-me conivente com seus atos.

Assim, quando nossos pais vieram e eu fui anunciada como herdeira, soube imediatamente que Akantha viveria ali para sempre, mas nada do que fiz foi capaz de convencê-los a levá-la conosco. Ela seria relegada ao esquecimento, como se nunca tivesse nascido. Nunca mais se falaria nela, embora fosse continuar sendo tratada como uma princesa. Foi um golpe duro demais. Saí dali destruída, mas com a promessa de sempre retornar para vê-la. E cumpri. Nunca a esqueci. Passei a visitá-la escondido. Enfim, crescemos, nos tornamos adultas e cada vez mais idênticas. Era como olhar num cristal de refletir.

Nesse meio tempo, um mercador desceu em Atlys com uma carga peculiar: humanos e alguns dos seus primatas. Esse último, foi adquirido por alguns do nosso povo, como bicho exótico. Já os humanos, custavam muitas moedas universais e não podíamos nos dar ao luxo de tê-los. Bom, isso é apenas uma parte do todo.
Um dos machos humanos conseguiu escapar no meio da "feira" e acabei sendo sua passagem para a liberdade. Se ele me ameaçou?! De modo algum, ele estava assustado demais para planejar algo do tipo. Simplesmente resolvi ajudá-lo. Levei-o para que minha irmã me ajudasse a acobertá-lo. Não digo que esse foi meu terceiro erro, mas foi o divisor de águas.

Não me arrependo do que fiz, embora esteja ciente de que roubei aquilo que fora considerado "propriedade" de alguém. Nunca concordei com a escravidão de qualquer espécie que fosse. Todos tinham direito de ser livres, mesmo assim, isso não diminuía minha culpa.
Por fim, desenvolvi sentimentos pelo macho humano, com nome curioso. Sempre me arrancava risos chamá-lo de Marx, já que fazia um sonido engraçado a cada pronúncia. Como resultado, fiquei prenha e desesperada. Meus pais abominavam a ideia de envolvimentos interraciais, ainda mais que gerassem crias.
Foi nesse momento a definitiva abertura dos portões do inferno para mim.

Busquei consolo e ajuda em Akantha. Ela, óbvio, concordou, mas já tinha seus próprios planos em mente. Marx me aconselhou a falar a verdade, porém minha irmã me convenceu do contrário…e pior ainda, convenceu-me de deixá-la assumir meu lugar, enquanto minha gestação avançava. Usamos suborno para que minha condição ficasse em sigilo e no fim, o boato de que minha irmã estava grávida e não eu, chegou aos ouvidos dos nossos pais. Não entendi como isso foi acontecer, até descobrir que ela o fez propositalmente.

NÉFTIS E O CEIFADOR DE MUNDOS: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora