Capítulo 10

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Tô chegando, tô chegando! E já com desafio! 

Se esse capítulo tiver bastante comentário, eu posto o capítulo seguinte na segunda.

Vamos? Conto com vocês! ❤❤❤


Elena

Na clínica onde trabalho, há uma loja completa em acessórios para pets, assim como uma variada seleção de ração. Costumo ajudar o veterinário nos atendimentos, quando há consultas, até como forma de treinamento. Como hoje está tranquilo e não há atendimento no momento, fiquei atendendo no balcão. É quase meio-dia, quando dois sujeitos muito estranhos entram. Eles vestem agasalho de moletom, embora não esteja frio. Bonés e o capuz sobre esses, as mãos enfiadas dentro dos bolsos frontais do casaco. Um frio se instala na minha barriga, automaticamente. Engulo em seco e aguardo que façam seus pedidos. Olho para os lados. Não estamos necessariamente sozinhos. Há outros clientes andando pela loja, a outra atendente os auxiliando. Mas isso não faz meu medo diminuir ou me sentir segura.

Os recém-chegados andam vagarosamente pelo lugar e noto que, volta e meia me lançam olhares curiosos. Depois de pegarem uma coleira grande preta, cheia de tachas metálicas, eles se aproximam e eu ergo meus ombros, disfarçando meu temor.

— Boa tarde. — forço um sorriso que não é retribuído. — É só isso? — apressadamente e sem esperar pela resposta, pego a peça, enfio a peça em uma sacola e estendo a eles, informando o valor.

Um deles saca um calhamaço de notas graúdas e eu engulo em seco novamente. Minha mão segue estendida, com a sacola no ar e oro para que não notem como estou trêmula. De repente, tenho meu pulso agarrado e sou puxada para perto de um deles, por sobre o balcão. E o cheiro familiar chega ao meu nariz. Um cheiro que acho que nunca mais vou esquecer. Cigarro e algo que eu nunca consegui identificar. Meus olhos se arregalam, meu coração dispara, enquanto o sujeito me diz, ao ouvido.

— O Escorpião mandou avisar que seu tempo está correndo. — ele então me solta com um safanão e joga um bolo de notas sobre o balcão. — Uma pequena contribuição. Tic-tac, tic-tac. — então se afasta, com um sorriso nojento em sua boca e os dois saem da loja, sem levar a corrente.

Posso sentir minha pulsação na garganta, enquanto estou encolhida junto a uma prateleira a qual quase derrubei, quando recuei de costas, até parar contra ela. Às cegas, corro para o banheiro e tranco-me lá. Abaixo a tampa do vaso e sento-me sobre ela. Minha respiração está acelerada, ainda estou tremendo. Por Deus, eu não vejo a hora em que todo esse pesadelo acabe! Os dez mil reais doados por Miguel, além de não fazer cócegas no montante pedido pelo agiota, se foram como água! Paguei algumas mensalidades adiantadas da faculdade, dois meses de aluguéis, outras pequenas contas da casa que estavam atrasadas e lá se foi todo o dinheiro!

E, para me livrar do Escorpião, preciso de Miguel de novo. Marcamos nosso encontro para o próximo sábado. Já estava ansiosa por inúmeras razões. Agora, com o lembrete de que o mafioso ainda me espreita, essa ansiedade se intensificou em muitos graus!

Estive no banco e consegui uma conta onde meu nome não apareça. Contém apenas uma numeração. Dessa forma, não serei rastreada, poderei manter meu nome no anonimato e depois de sábado, nunca mais verei Miguel novamente. Já me vi com uma sensação estranha ao pensar nisso, mas... Estou vendendo minha virgindade. Meu corpo. Eu, com toda certeza do mundo, não vou querer rever esse homem na vida! Até porque, que juízo ele fará de mim? Tento não me importar com isso, porque sei a razão de o estar fazendo. Mas, aquele incômodo fica na minha mente.

Colho a cabeça entre as mãos e fecho fortemente meus olhos. Tive alguns poucos meses de paz. Infelizmente a tormenta voltou com força total.

Minha vida nunca foi fácil, mas eu ainda teimo em manter as esperanças de que ela melhore. Oro para que tudo seja só um momento. Se eu não pensar dessa forma... não saberia como seguir em frente.

Uma noite com o bilionário - Virgindade leiloadaOnde histórias criam vida. Descubra agora