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Amélia Lorenzi

Faziam exatamente duas semanas desde a última vez que eu falei com Charles, se esta distância me estava a afetar? Não estava. 

Não ter a presença dele no meu dia a dia era algo a que eu já estava habituada, nunca a tive e acho que se a começasse a ter iria estranhar. O único momento da minha vida em que eu partilhei uma "rotina" com Charles, foi enquanto a gente andava na escola. Naquela época o via todos os dias, por causa de sermos do mesmo grupo de amigos e por sermos amigos próximos. Mas depois que ele começou a namorar com Charlotte ele se afastou um pouco de todos.

Foi em uma festa, quando nós já estavamos muito alterados, que aconteceu a primeira traição. Jurei para mim mesma que nunca mais iria acontecer, porém essa jura só durou até à próxima festa onde tudo voltou a acontecer. A partir daí tudo começou a ficar recorrente, e as ficadas no banheiro das boates passaram a ser no meu apartamento.

Admito que sempre gostei de Charles e comecei a ficar com ele por pensar que ele um dia iria gostar de mim de volta, o que claramente não aconteceu. O problema foi que os meus sentimentos por ele apenas aumentaram e eu me apaixonei por ele.

Aí eu percebi que dali para a frente, só para trás. 

Eu sempre tentei mostrar com ações que eu o amo, eu acho que ele percebe isso mas simplesmente não quer saber. Durante estas duas semanas tive algum tempo para pensar sobre nós. Eu não queria que isso que temos acabasse, mas está a me fazer tão mal que eu sinto necessidade de o fazer. 

(...)

📱Charles💕📱

Lia

Vou passar aí no seu apartamento

Leclerc agora não dá

Chego aí em 5 minutos

---

Respiro fundo ao ver a mensagem, qual foi a parte do agora não dá que ele não percebeu? O que é que ele vinha aqui fazer?

Era muito óbvio ele vinha aqui fazer o que faz sempre, mas desta vez ele vem muito mal enganado. Tinha trazido para casa um monte de casos de pacientes que estavam na UTI e que eu precisava de analisar, tinha muito trabalho a fazer.

-Criatura mais teimosa não existe. -reclamo voltando meus olhos para os papéis. 

(...)

Ouço a campainha tocar lentamente me levanto e ando devagar até à porta, dou de cara com Leclerc com um sorrisinho no rosto. 

-Oi Lia. - Charles entra para dentro do apartamento.

-Oi. -digo e olho para ele.

Charles espera que eu feche a porta e vem até a mim para me beijar. Desvio o rosto e noto o seu olhar confuso em mim. 

-O que foi Amélia? -pergunta enquanto segura suavemente no meu queixo. 

-Nada, tenho que trabalhar. -digo e ele continua a olhar para mim enquanto segura o meu queixo. 

Aqueles olhos verdes acastanhados procuravam no meu rosto alguma expressão que não fosse a indiferença com que eu olhava para ele. De alguma forma, consigo me soltar dele e começo a andar para o meu quarto. Amava a forma como Charles era rápido a esquecer o que se passava. A birra que ele fez há duas semanas atrás por causa de Richard parece ter passado pelo esquecimento na cabeça dele, mas pelo meu não passou. 

Sinto Charles me acompanhar no caminho até meu quarto e me sento no chão para continuar a analisar todos os casos que estavam espalhados por este, Charles se senta à minha frente. 

Se tinham passado quase dez minutos e eu continuava a olhar para os papéis à minha frente, há exatos dez minutos eu sentia o olhar do homem em mim. Simplesmente fingia não ter a presença dele ali.

-O que se passa Lia? -ouço a voz de Charles.

Respiro fundo para mostrar o descontentamento que estou. 

-Já disse que não é nada. -digo, sempre mantendo a atenção no que faço. 

Reparo que Leclerc se levanta, vindo sentar do meu lado. De canto de olho o vejo se inclinar na minha direção. Me arrepio quando sinto os seus lábios tocarem no meu pescoço, que estava desnudo, por instinto fecho os olhos aproveitando o toque. Mas logo me lembro do que estava fazendo e me afasto. 

-Leclerc, para. -digo já longe dele e finalmente olho para ele. 

-Porquê? -pergunta. -Porque é que você está assim comigo hoje, Lia? -pergunta e eu rio. 

-Tem muitos motivos, mas neste momento um deles é porque eu tou farta de você praticamente ignorar a minha existência e depois aparecer na porta de minha casa mesmo quando eu disse para você não aparecer. -digo me levantando. 

-Mas eu queria ver você, Lia. -olho para ele incrédula. 

-Eu também queria muito coisa Leclerc, e olha só eu não tenho. -respondo um pouco alterada. 

Neste momento Charles já estava de pé à minha frente. 

-Porque é que você não me queria aqui? Está à espera de alguém? Não me diga que é do seu amiguinho Richard? -diz Charles com os braços cruzados. 

-Vai se fuder Charles! -digo alto olhando para ele incrédula. -Existe uma coisa que se chama trabalho, e agora que você fala devia ter chamado mesmo o Richard para vir aqui em casa. -digo e vejo ele olhar para mim chateado com um olhar raivoso. -Sabe lá o que já estaríamos fazendo naquela cama. -disse aquilo apenas para o provocar, era nojento pensar em eu e meu melhor amigo fazendo alguma coisa com teor sexual. 

Charles se aproxima de mim ficando cara a cara comigo. As nossas respirações estavam se misturando. 

-Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, Amélia. -diz quase rosnando e se aproxima ainda mais. 

Institivamente me aproximo também. 

-Eu poderia estar a brincar Charles, mas estou falando bem sério. As vezes imagino como será ter outro homem me fudendo. Sabe, achoque tenho que experimentar a concorrência. -digo bem na cara dele.

Quase não consigo raciocinar pois a única coisa que sinto é Charles me beijando com velocidade. Correspondo ao beijo na mesma intensidade, todos as nossas discussões levavam a isto. Ele me fudendo de todas as formas possíveis em todos os cantos desta casa. É impossível exisitir um canto nesta casa onde Charles ainda não me tenha comido.

-Me diz que você é minha Amélia. -Charles diz enquanto metia em mim e apertava meu pescoço. -Me diz que eu sou o único que te fode assim.












𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 ➤ 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘀 𝗟𝗲𝗰𝗹𝗲𝗿𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora