Amélia Lorenzi
Observava todos à minha volta felizes, com sorrisos gigantes no rosto e enquanto isso eu sentia uma tristeza enorme dentro de mim. Ouvia meus amigos falarem sobre algum acontecimento que se tinha passado no ínicio desta semana, eu estava literalmente boiando no assunto porque não estava percebendo nada. Também não fiz questão para isso pois minha cabeça estava presa noutro sítio e noutra pessoa.
Charles ainda continuava sentado do meu lado,do mesmo jeito que eu ele não falava com ninguém, mexia no celular e desde que me sentei do seu lado ele não olhou para mim sequer. Meu coração estava doendo e eu não conseguia entender o porquê dele estar assim para mim. Será que eu tinha feito alguma coisa de errado? Eu acho que não.
A esta altura eu já criava mil e uma teorias na minha cabeça sobre o porquê dele estar assim comigo, eu me sentia angustiada. A minha teoria principal era que ele tinha continuado a sua vida sem mim e tinha arranjado uma namorada super controladora que não o deixava falar com nenhuma mulher que ela não conhecesse, talvez seria por esta razão que ele está assim comigo.
Tenho a certeza que se eu falar para ele, neste momento, ele irá me ignorar e fingir que não tem ninguém falando para ele. De canto do olho eu consigo ver aquilo que ele está a fazer, ás vezes joga um joguinho de carros completamente estúpido e outras vai ao twitter.
Meus amigos faziam de tudo para tentar me incluir no tema da conversa, mas eu apenas dava pequenos sorrisos, concordava com o que eles diziam e dava respostas curtas. Talvez fosse um erro eu ter vindo aqui, eu deveria ter ido para o meu apartamento.
Por causa do tratamento que recebi de Charles, me sentia quase uma intrusa ali, minha vontade de ir embora era enorme. A única coisa que me estava a fazer ficar naquele momento era a bebida que Richard me tinha dado para beber. Ao contrário daquilo que pensei, ainda estava sóbria o que realmente me surpreendeu bastante.
(...)
O tema da conversa tinha trocado, agora meus amigos falavam sobre relacionamentos, um tema que eu super odeio. Realmente não sou uma mulher que se dá muito bem com o amor. Como eu não queria ficar decepcionada com aquilo que eu poderia ouvir, eu apenas me levantei e avisei que iria no banheiro.
Procurei pelo banheiro naquele bar que era bastante chique, e quando finalmente o encontrei entrei nele. Olhei para o espelho do banheiro e fiquei olhando para a minha figura, debaixo dos meus olhos estavam umas olheiras um pouco grandes e eu estava um pouco mais magra por causa das pequenas porções que comia no país africano.
Eu tinha tanta ansiedade e angústia presa dentro de mim que o que eu fiz foi chorar, mas não muito porque alguém poderia entrar de um momento para o outro e me ver neste estado, odiava parecer vulnerável para os outros.
Todos estes sentimentos presos dentro de mim, me fizeram voltar algum tempo atrás quando eu ainda era amante e pensava que Charles nunca iria olhar para mim com outros olhos. Quando ele finalmente o fez, eu fui embora e provavelmente deitei todas as opções de ficarmos juntos um dia para o lixo. Realmente eu só fazia merda.
Enfim, estava lavando meu rosto para disfarçar que estive chorando e iria regressar para onde meus amigos estavam. Eu realmente esperava que o assunto do amor já tivesse acabado, porque se continuasse teria que voltar a fugir do local. A porta do banheiro foi aberta, nem olhei para quem tinha entrado, pois pensei que era uma mulher visto que aqui é o banheiro feminino.
-Amélia. -ouço a voz de Charles e fico parada no lugar onde estava.
Fodasse, é impressionante que depois de tanto tempo ele ainda tem o mesmo poder sobre mim. Olho para ele que esta parado na porta do banheiro, olho para a sua estrutura e aprecio por momentos, talvez não venha a ter outra opurtunidade para o fazer.
-Charles. -digo olhando nos olhos esverdeados dele, um arrepio percorre o meu corpo.
Ficamos ali durante algum tempo olhando para o rosto um do outro, alguma distância nos separava mas minha vontade era encurtá-la e beijar o homem na minha frente. Mas não o fiz, infelizmente.
Tiro coragem do cu e pergunto aquilo que queria perguntar a noite toda.
-Você está assim comigo porquê? -pergunto e ele suspira pesado. -O que mudou? -pergunto com angústia.
-Nada. -responde simples, desviando os olhos brilhantes de mim por milésimos de segundo.
Tinha mudado tudo.
-Você parece estar bem, tendo em conta o lugar onde você esteve. Estou contente por te ver de novo. -diz e um pequeno sorriso aparece nos seus lábios. - E também por você não ter morrido.
Os olhos de Charles brilhavam mais que o normal. Sorrio para ele minimamente, que clima era este entre nós dois? Era impossível ficar no meio de toda aquela estranheza.
Vejo novamente Leclerc a ficar sério e a voltar a olhar para mim indiferente, como se eu não significasse nada para ele. Mas apesar de tudo os seus olhos continuavam brilhantes e ele parecia magoado, mas com o quê?
Eu não sabia o que fazer nem o que falar, então só fiquei no mesmo sítio olhando para ele. Ele fecha os olhos e respira fundo, vejo ele se virar e sair pela porta me deixando novamente sozinha dentro do banheiro.
O que eu tinha feito para ele me olhar com tanta mágoa e indiferença?
Fico a tentar processar tudo o que se passou nestes quase 10 minutos que eu estive com Leclerc dentro desse banheiro. Eu não sabia o que pensar, nem o que sentir. Eu só queria saber se eu tinha feito alguma coisa errado?
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Gente, The Other Woman chegou nas 15 mil leituras e eu só quero agradecer vocês por todo o apoio que vocês têm dado. O vosso apoio é o que tem me motivado a continuar a escrever essa história, que infelizmente já está acabando. Que tristeza né?
Eu não sei se vocês acompanham muito futebol mas eu queria perguntar para vocês, quem vocês acham que passa paras as meias finais da Champions League, Real Madrid ou Manchester city?
Eu espero que seja o Real Madrid.
Beijinhos<3
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𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 ➤ 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘀 𝗟𝗲𝗰𝗹𝗲𝗿𝗰
Teen FictionAmélia sempre soubera que lhe pertencia, mas ele... Ele era só mais um homem que nunca encontrou o amor verdadeiro e vivia num relacionamento falhado. Sabia que em casa sempre estaria alguém a esperar por ele, mas também sabia que quando quisesse ta...