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Amélia Lorenzi

Leclerc apoiava-se no meu ombro enquanto custosamente eu tentava levá-lo até ao parque de estacionamento onde meu carro estava. Passar no meio daquelas pessoas todas alteradas que estavam dentro da boate tinha sido complicado para mim porque Charles preocupou-se mais em fazer de meu segurança e ver se alguém tentava mexer comigo, deixando a tarefa de manter o próprio equilíbrio para mim. 

Agradeço a Deus por não ter bebido muito porque não sei o que nesta situação dois bebâdos iriam fazer, algo de bom de certeza que não iria ser. 

-Hoje o céu está tão bonito. -ouço Leclerc dizer enquanto tombava a cabeça para trás para observar o céu, quase caindo. 

Eu apenas murmuro um "hum" pois estava focada em não o deixar cair.

-Você cortou seu cabelo? -diz tocando agora no meu cabelo. 

-Não. Você é que já está vendo mal. -digo chegando no meu carro. 

Deixo Charles sozinho por um minuto e procuro as chaves do carro na minha bolsa, enquanto isso tinha uma belíssima trilha sonora de fundo, ou seja, Charles Leclerc cantando My heart will go on da Céline Dion. Tento não rir de toda aquela situação, mas é impossível quando eu tenho uma Céline Dion do AliExpress do meu lado. 

- My heart will go on and on. -canta alto e totalmente desafinado, rio dele sem ele perceber. - You're here, there's nothing I fear. -continua cantando altíssimo a parecer uma gazela engasgada. 

Finalmente encontro as chaves no fundo, fundo mesmo da minha bolsa e agradeço pois meus ouvidos não estavam aguentando mais a voz desafinada de Charles. 

-Leclerc. -digo e ele torce a cara resmungando um "Leclerc não" -Vamos. -digo e vou até ele para ajudá-lo a entrar no carro. 

(...)

-Vai me levar onde? -pergunta e eu reviro os olhos, estava aproveitando o momento de silêncio. 

-A sua casa? -digo como se fosse óbvio. 

-Não. -diz fazendo birra, isso é um homem ou uma criança. 

-Sim. -volto a afirmar, mas sempre com minha atenção na estrada. 

-E se eu vomitar enquanto durmo e morrer engasgado com o vómito? E se eu cair das escadas e bater com a cabeça em algum sítio e morrer. -diz fazendo drama. -Você vai se sentir culpada. 

Respiro fundo por causa de todos os cenários trágicos que ele criou na cabeça dele, seria um bom cinegrafista ou roteirista com certeza. 

-E me diga seu dramático, quer ir para onde? -digo e ele sorri. 

-Para a sua casinha. -diz fazendo cara de cachorrinho que caiu da mudança. 

-Tudo bem, mas quando eu acordar não quero ver sua cara nem pintada de ouro. -digo e ele suspira. 

-Para de maltratar meu coração Lia, não acha que já não me fez sofrer o suficiente? -diz e eu sorri. 

-Nunca. -digo sorrindo mas de uma forma diferente da dele. 

-Má. -diz baixinho. 

-Eu ouvi isso Leclerc. -digo ainda com os olhos na estrada. 

Quando olho para ele vejo ele de braços cruzados e fazendo beicinho. 

-Uma autêntica criança. -digo entredentes. 

-Ei, eu te ouvi. -diz. -Não era uma autêntica criança quando você gemia meu nome né? -diz e olha para mim malicioso, meu coração dispara com a fala dele. 

O poder que este homem tem sobre mim não tá escrito nem nas estrelas. 

-Pelo amor de Deus, eu estou condenada. Leclerc. -chamo-o e ele olha para mim. -Só cale sua boca. 

-Você adora me mandar calar. -diz e eu faço "shhhhhh".

(...)

Coloco a chave dentro da fechadura e abro a porta para meu apartamento, Leclerc ainda vinha pendurado em mim e minhas costas já estavam doendo. Ele iria ter que me pagar por meus serviços. 

-Se sente no sofá que eu vou trocar de roupa. -digo. 

-Não posso ir com você? -pergunta cheio de malícia. 

-Não, aquieta o seu cu. -digo e vou para meu quarto. 

Passado poucos minutos volto para junto de Leclerc. 

-Pensei que me tinha deixado sozinho. -diz triste.

Esse homem muda de estado de humor como quem muda de calcinha. 

-Para te deixar sozinho sem você dar conta eu teria que pular do andar mais alto desse prédio, você acha que eu faria isso? -pergunto. 

-Sei lá, você é maluca. -diz, balançando os ombros. 

Vou até ele dando um tapa na sua testa, claro que ele fez o seu drama mas não colou comigo. 

-Venha até meu quarto para tomar banho. -digo e ele se levanta rapidamente. 

-Você vai tomar comigo? -pergunta sorrindo de lado. 

O fogo desse homem é enorme. 

-Em momento algum eu disse que iria. -digo e me viro começando a andar. 

-Mas podia. -diz. 

No próximo instante ele vem até mim, sem eu dar conta, e me abraça por trás. Não vou mentir que sentia falta dos abraços dele e de sentir o corpo dele perto do meu e não só. Senti uma impressão nas minhas costas e logo fechei os olhos ao associar que aquilo era seu pau, automaticamente ruborizei, mas me deixei ficar naquela posição. 

-Tá sentindo? -pergunta perto da minha orelha fazendo eu ficar arrepiada. -É assim que você me deixa Amélia, só você. -ele diz e logo se afasta. -Tem toalha no banheiro? -pergunta como se nada daquilo tivesse acontecido, Charles era um bebâdo imprevisível. 

Concordo com a pergunta dele e vejo ele ir para meu quarto, me deixando congelada na sala. Ainda tentava processar o que se tinha passado aqui, meu coração batia acelerado e minhas bochechas estavam quentes. 

Vou até meu quarto só para me certificar que ele não caía no banheiro e quando ele saiu veio se deitar do meu lado, ele me abraça colocando quase seu corpo em cima do meu. 

-Te dou dois segundos para sair de cima de mim e se virar para o outro lado Leclerc. -digo e ele levanta a cabeça que estava encostada no meu peito e logo saí. 

Ele se vira de costa para mim e eu apenas aproveito o silêncio para tentar dormir, finalmente Charles se iria calar por alguns momentos e isso era o que minha dor de cabeça estava pedindo nesse exato momento. 

-Tá díficil de ela entender que eu amo ela. -diz sussurrando baixinho, muito baixo mesmo. 

Como é que é suposto eu reagir a isto?









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Oi bbs!

Como é que é susposto a Amélia reagir a isto?

O que vocês acham que vai acontecer entre esses dois? Será que vai demorar muito até eles ficarem juntos?



𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 ➤ 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘀 𝗟𝗲𝗰𝗹𝗲𝗿𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora