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Amélia Lorenzi

Se eu pensei que não faria nada nas minhas férias de inverno, eu estava completamente enganada.

Neste momento viajava juntamente com os meus amigos para os alpes suiços, visto que Charles nos tinha convidado a todos para passarmos aquele tempo com eles. A cara de Charlotte enquanto Charles nos fazia o convite foi a melhor, dava para ver exatamente que ela não queria que nós fossemos, pois planejava que aquele fosse um momento apenas dos dois. Quem me dera ter um telefone naquele momento para puder gravar as suas feições.

Nós pudemos convidar uma pessoa para nos acompanhar na viajem pois a maioria das pessoas do nosso grupo namora, como eu não namoro tive a opurtunidade de escolher algum amigo ou amiga para me acompanhar. 

Eu escolhi o doutor Milner, que agora para mim era Zack. O escolhi porque depois daquela trágica cirurgia a gente começou a se falar mais e esta viagem era uma ótima opurtunidade para nos conhecermos melhor.

Claro que quando cheguei à porta de embarque para o avião com um homem que ninguém conhecia todos, principalmente as minhas amigas, começaram a perguntar se éramos namorados ou se estávamos juntos. Charlotte pareceu aliviada ao ver o homem do meu lado, sinceramente não sei o que se passa naquele cérebro do tamanho de uma ervilha mas tudo bem.

Charles ficou quieto no seu canto e na única vez que olhei para ele, os seus olhos que estavam presos em mim e pareciam totalmente perdidos, diferente de todas as outras vezes que ele olhava para mim sempre que me via acompanhada de um homem. Parecia pensativo e triste, podia ser comparado a uma criança quando perde o seu brinquedo preferido. 

Os lugares do avião posicionam-se três a três e imaginem quem é que vai no meio de mim e de Zack, isso mesmo Charles Leclerc. Charlotte decidiu que queria ir com minhas amigas.

Para começar eu e Zack escolhemos um lugar para sentar juntos lado a lado, mas quando este se retirou para ir no banheiro antes do avião descolar. Charles aproveitou para vir apressado até mim e se sentar no lugar que antes pertencia a Zack, ou seja, o lugar do meio. Quando Zack voltou do banheiro ficou surpreso com Charles sentado no assento dele, mas não constestou e apenas se sentou no da ponta. 

Ainda bem que a viagem era curta porque apesar de ainda amar o palhaço sentado do meu lado, quanto mais tempo eu puder estar longe dele melhor. Sabe-se lá o que eu posso fazer, das duas uma,  ou eu faço um estrago naquela carinha bonita ou eu volto para ele. E a segunda opção não estava de todo nos meus planos, eu não poderia voltar a cair nos encantos de Leclerc. Ele é que iria cair nos meus, se é que já não caiu.

Durante a viagem senti os olhares de Charles sempre em mim qualquer movimento que eu fazia ele seguia com os olhos, mas em momento algum eu olhei para ele. Para além de ainda estar chateada por ele me ter beijado no banheiro da boate, queria mostrar para ele que estou pouco me importando com a sua existência. Ele pelo menos ele não abriu a boca para falar merda, por isso essa viagem foi suportável. 

Quando chegamos ao aeroporto francês Charles parecia contente, poderia dizer que aquela animação era por ter conseguido fazer com que Zack tivesse trocado comigo um total de zero palavras mas não tinha a certeza. 

(...)

Isto só podia ser uma piada de mau gosto. Adivinhem quem é que ficou no quarto ao lado do meu? Isso mesmo Charles e Charlotte. Agora me digam quanta sorte uma pessoa tem que ter para tudo isto acontecer em tão pouco espaço de tempo. Eu vejo isto mais como azar, mas a vida que segue. 

Combinamos de jantar no restaurante do hotel onde estávamos ficando, e agora olhando para todos o meu grupo de amigos sentado junto eu sorria. E pensava o quanto eu era sortuda em ter chamar alguns deles de amigos. 

-Você está de novo com cara de pastel, Lili. -ouço a voz irritante de Richard no meu ouvido e automaticamente reviro os olhos. 

-Pelo menos eu tenho cara de pastel, que é uma coisa gostosa. Agora você só tem cara de bosta mesmo. -digo sorridente.

-Você acordou e escolheu a violência. -diz desafiador, se ninguém nos parasse iríamos estar às picardias um com o outro até amanhã.

-E você acordou e escolheu a estupidez. -digo também desafiadora. 

-Cada vez acho mais que você precisa de visitar um psiquiatra, querida. -diz com um sorrisinho de lado. 

-Vamos juntos, meu amor. -digo também sorrindo. 

Ficamos nos encarando discutindo atráves do olhar, vendo quem seria o próximo a provocar o outro. 

-Porque é que eu sinto que a terceira guerra mundial está prestes a acontecer. -ouço Zack dizer e toda a gente se ri.

-Esquece eles Zack, eles são desse jeito mesmo maluquinhos de todo. -diz Laura. -Meus amores, vamos parar sim. -diz para mim e ele que agora já sorriamos um para o outro. -Lindos meninos.

(...)

Depois de tomar banho fiz meu skincare, fazia tempo que já não fazia uma limpeza profunda na minha pele e sentia que ela estava mesmo a precisar, por isso dediquei algum do meu tempo a ela. 

Já perto da uma da manhã decidi ir dormir porque amanhã seria um dia cheio de planos, principalmente ir fazer ski. Passado algum tempo depois de ter encostado a minha cabeça na almofada começei a ouvir um barulho, pareciam batidas de alguma coisa na minha parede que era a que eu partilhava com o quarto do casalzinho. O som era constante e logo associei que eles estavam praticando o ato.Fiquei totalmente chateada e não vou dizer que não senti ciúmes porque eu senti. Eu ainda me roía de ciúmes por ele. Me volto a revirar na cama na tentativa de deixar de ouvir o barulho, porém o barulho cada vez ficava mais alto.

Ele ia rebentar a menina, que pena. 

Ela é que está aproveitando.

Estava tudo ótimo, como quem diz né, até eu começar a ouvir gemidos femininos. Eu devia ter sido uma pessoa muito má na minha vida passada para estar a merecer isto e a ter tanto azar no dia de hoje.

-Credo menina geme mais baixo. -sussurro para mim própria. -Oxi!

Ai Charlotte, como eu te entendo!





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𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 ➤ 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘀 𝗟𝗲𝗰𝗹𝗲𝗿𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora