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Charles Leclerc 

Custou-me bastante ter que deixar Amélia para trás para embarcar para mais um destino de uma corrida, aquele abraço que eu dei a ela foi o mais sincero que eu já alguma vez dei a alguém. Todos os "eu te amo" que eu lhe disse foram verdadeiros e vieram do coração, eu realmente amava ela e talvez eu tenha me percebido isso muito tarde. 

Como ela disse tudo correu mal entre nós dois, mas eu me recuso a aceitar que a gente não é feito um para o outro. O que eu sinto por ela eu nunca senti por nenhuma outra namorada que eu tive, eu só queria que ela me tivesse dado uma chance para a gente tentar e eu puder mostrar que iria realmente ser diferente, eu agarraria a oportunidade como se fosse a última coisa que eu iria fazer na minha vida. 

Ouvir a mulher que eu amo me dizer que não confiava em mim cortou meu coração e ao mesmo tempo me deixou desanimado, mas eu iria mostrar para ela que eu estava diferente e que queria fazer o certo por nós dois.

Uma outra coisa que me deixou pensativo foi, novamente, o nosso abraço. Não sei porquê mas parecia uma despedida e aquilo me deixou a pensar por alguns momentos. 

Mas ela não iria embora? Ela não tinha comentado com ninguém sobre, então isso me fez ficar mais relaxado e acreditar que ela não me deixaria de um momento para o outro. 

Se eu a perdesse antes de puder mostrar tudo o que eu sinto por ela , eu não sei o que eu faria. 

(...)

Caramba!

Finalmente as coisas pareciam começar a correr bem para o meu lado, tinha acabado de ganhar mais uma corrida e assim me coloquei em primeiro na luta pelo campeonato. Mal esperava para puder chegar a casa e contar a Amélia que eu tenho chance de ser campeão do mundo esse ano. Tenho a certeza que ela me vai abraçar e me dar os parabéns do jeitinho dela, como ela sempre faz. 

Eu realmente amo aquela mulher!

Estava a achar estranho o facto de eu ter mandado uma quantidade gigantesca de mensagens para ela e ela nem sequer as recebeu ou respondeu. Penso que quando chegar ao hotel tenho que lhe ligar. 

(...)

Com toda a celebração do pódio e a festa que aconteceu depois acabei por nem sequer ter tempo para ligar para Amélia, me repreendi mentalmente por isso. Agora que já estava no avião não lhe iria ligar por isso apenas esperei até chegar a Mónaco e puder ir encontrar com ela pessoalmente. 

Confesso que estava nervoso, a gente tinha dito que iria conversar sobre nós dois e eu realmente esperava que aquela conversa corresse bem. Se ela me dissesse que não queria sequer pensar na possibilidade de tentar ter alguma coisa comigo, meu mundo caíria aos meus pés.

-Ai Amélia, só você para me deixar assim. -murmuro para mim próprio enquanto conduzo até à sua casa. 

Quando paro no prédio e por o porteiro já me conhecer, ele apenas me cumprimenta e me deixa entrar. O olhar de pena que ele me deu me fez pensar que alguma coisa estava errada, mas também como eu sou paranoíco pode não ser nada. 

Quando paro na frente da sua porta eu respiro fundo várias vezes na intenção de tentar explusar todo o nervoso do meu corpo. Acho que nem na corrida mais importante da minha vida eu iria estar assim tão nervoso. 

Bato a primeira vez na porta e não recebo resposta, à terceira vez eu esperava pelo menos ouvir o som dos chinelos se arrastando, na décima vez eu comecei a me preocupar será que tinha acontecido alguma coisa?

Liguei para Richard para perguntar sobre ela, a probabilidade de eles terem saído era enorme e também eles andam sempre pegados alguma coisa ele deve saber. 

📱Richard📱

-Oi? 

-Oi Richard, aqui é o Charles. Queria saber se você sabe alguma coisa da Amélia?

-Então...

-O que foi?

-Aconteceu alguma coisa?

-É melhor você vir para cá para a gente conversar melhor

-Ok, mas está tudo bem com ela?

-Sim...

-Só vem para cá

-Estou chegando

A ligação com Richard ainda me deixou muito mais nervoso e apreensivo, o que será que aconteceu? O tom de voz dele não me agradou nem um pouco. 

Passo pelo porteiro a mil quilómetros à hora e chego na casa do Richard num instantinho, queria nem saber se iria apanhar multa por excesso de velocidade, só queria saber se tinha algo de errado com ela. Toco na campainha e logo ele abre com cara de poucos amigos, ele me convida a entrar e eu assim o faço. 

-Onde ela está? -pergunto olhando em volta. 

-Ela não está. -diz e eu paro olhando para ele. 

-Como assim? -digo e espero a resposta dele. 

Ele parecia procurar uma forma de me dizer o que tinha para dizer, estava ficando inquieto e queria que ele falasse logo. 

-Ela foi embora, Charles. -diz e eu sinto meu coração parar. 

-Embora? -pergunto ainda atónito. 

-Você não recebeu a carta dela? -diz e eu nego com a cabeça. -Pensei que ela tinha feito uma para todos, pelo menos foi o que ela escreveu. -diz e eu nego com a cabeça. 

Ando às voltas na sala de Richard e ele está sentado olhando para mim. 

-Para onde ela foi? -pergunto quase sem voz.

-Numa missão dos médicos sem fronteiras. Foi tentar travar um surto de Ébola que emergiu à pouco tempo na África. -diz e eu nego com a cabeça novamente. 

Perco as forças nas pernas e me sento do lado de Richard, ela não podia ter ido. 

-Isso é tão perigoso e se ela não voltar? -pergunto e penso na hipótese de ela não voltar, minha vontade de chorar aumenta. -Quanto tempo ela vai ficar lá?

Eu já tinha medo de fazer certas perguntas pois tinha um medo maior ainda das respostas. 

-Seis meses. -diz e aquilo foi a cereja no topo do bolo para eu chorar. -Temos que entender os motivos dela, Charles. 

Diz mas na minha cabeça não fazia sentido e eu não conseguia entender o porquê de ela ter ido arriscar a vida dela daquela forma, e como é que eu a poderia entender se ela não me tinha dito os motivos?

-Eu vou embora. -digo baixinho. 

(...)

Chego a casa e procuro novamente por uma carta, queria tanto encontrar uma. Pelo menos queria saber que ela se tinha lembrado de mim. Não conseguia acreditar que todos tinham recebido uma carta menos eu.

Grito contra uma almofada, a dor que eu estava sentindo era enorme mas a desilusão por ela nem sequer se ter dado ao trabalho de se despedir de mim era ainda maior. Ligo várias vezes para o seu celular na esperança de ela atender e voltar por mim. 

Mas todas as minhas chamadas não foram atendidas e continuar a chorar pareceu o mais honesto a fazer neste momento. Apesar de estar magoado, esperaria seis meses para poder voltar a falar com ela.





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Meus amores, o que estão achando?

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐦𝐚𝐧 ➤ 𝗖𝗵𝗮𝗿𝗹𝗲𝘀 𝗟𝗲𝗰𝗹𝗲𝗿𝗰Onde histórias criam vida. Descubra agora