CAPÍTULO OITO

20 5 1
                                    


—Malessa—

Depois do que eu diria ser uma bagunça completa na mesa de refeições, fomos chamados para a sala de reuniões dos Reais.

Depois da pequena distribuição de palavras nada gentis entre mim e Drogo, ele saiu batendo os pés para fora da sala, dizendo que iria convocar os líderes do Conselho e decidir logo o que seria feito com a população que reclamava.

Provavelmente os homens de ontem, incluindo o barbudo, foram os que começaram toda a merda. Mas não me arrependia nem um pouco do que falei ou fiz. E logo depois de ficarmos sozinhos na mesa de novo, porque Valerya seguiu o marido com os filhos no encalço, Argos me olhou como se dissesse: "É melhor esperarmos pelo menos cinco minutos antes de encontra-los na sala de reuniões". Porque, muito provavelmente, o vampiro arrancaria os membros do Real por ter falado comigo e com Zander daquela forma.

Cinco minutos para ele acalmar os impulsos assassinos. Cinco minutos para Asena e Kam beberem água e respirarem fundo. Cinco minutos para eu e Zander finalmente nos levantar e seguir pelo mesmo corredor que os Reais tinham seguido, direto ao cômodo espesso com mobília em tons de cinza e prata.

Mesmo ao sentar em uma mesa menor que a da sala de jantar, junto com mais três pessoas do Conselho, tentei fixar o que Argos disse no caminho para cá.

— Eles vão atacar verbalmente. Ou pelo menos vão tentar. — ele havia se referido aos três conselheiros chefes.

Um para as economias e comércio do país. Outro para as relações políticas entre os países do Continente. E outro para a criação de novas armas e tecnologia. Apenas um deles era realmente decente, enquanto os outros dois eram humanos repugnantes que só queriam estar nas graças de Drogo. E como o Real não gosta muito de mim, imagino que minha situação não vá melhorar de qualquer jeito. Sorte a minha que Valerya ainda me suporta.

— Apenas defenda sua honra, e deixe as outras questões comigo. — ele falou em um tom grave.

— Vou ficar bem, sempre fico. Já você tem que respirar de vez em quando, ou uma veia vai acabar estourando dentro da sua testa. — brinquei, observando o quanto a testa dele estava franzida de raiva.

— Talvez eu morda a veia de alguém daqui pra mais tarde. — ele abriu um sorriso cruel, e Zander sorriu ao meu lado quando o ouviu.

Ele tinha ficado a caminhada até a sala mortalmente quieto. Não era o normal dele. Mas aqui estamos. Sentados novamente e esperando o pior. Valerya despachou Kamari para lidar com suas tarefas diárias, que era treinar os Novatos com Kenai, mas Asena continuou à mesa.

Nessa hora, escutei Zand respirar de alívio por não ter sido despachado junto com Kam para poder se juntar a ela e ao irmão com os Novatos, como Argos o ordenou ontem. Me segurei para não perguntar se a preocupação dele era em esbarrar com uma certa fadinha loira.

Não era uma boa hora para provocações, mas ainda assim, fiz uma nota mental para perguntar mais tarde, e o provocar até ele querer fugir de Nêmesis e me levar junto.

— Imagino que a conversa seja sobre o retorno dos dois. — o homem que cuidava das armas e tecnologia humanas, Myor, murmurou inexpressivo. Um dos cientistas mais brilhantes de Nêmesis. — Vejo que seus membros estão inteiros... — seus olhos neutros passam por mim e por meu irmão. — Os Deuses foram generosos, então.

E ele era o mais decente. Dei de ombros e repuxei um mínimo sorriso, indiferente. Zander não se deu o trabalho de demonstrar nada além de desinteresse e tédio completo.

— O assunto está mais para os problemas que esse retorno nos trouxe. — grunhiu Drogo, ainda vermelho de ódio.

— Se refere à população insatisfeita, Majestade? — o homem mais velho dos três, o que cuidava da política, usou um tom odioso. Petrux. O que eu menos gostava. — Suponho que se deve às ações impensadas e impulsivas da Caçadora à mesa.

~ɪᴍᴘéʀɪᴏ ᴅᴇ ᴅᴇᴜꜱᴇꜱ ᴇ ᴍᴏɴꜱᴛʀᴏꜱ~Onde histórias criam vida. Descubra agora