Capítulo 15

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Charles's p.o.v

- Você podia se esforçar para pelo menos disfarçar um pouco essa cara de bunda. - fala Pierre tomando um gole do seu whisky logo em seguida. Eu apenas reviro os olhos. - Ninguém te obrigou a vir. - eu o olho cético - Bom, ninguém te arrastou até aqui. - meu amigo reformula a frase. Eu não fazia a mínima questão de vir nesta ou qualquer que fosse a festa. Mais uma vez eu havia fracasso em casa. Não havia motivo nenhum para celebrar. Mas o francês não me deixou em paz até o momento em que eu aceitei vir para esta porcaria.

- Você tem que começar a ver o copo meio cheio, você completou a corrida esse ano, garantiu alguns pontos. - eu apenas respiro fundo.

- Eu só não te dou um soco agora mesmo porque tem muitas testemunhas. - ele apenas ri. -

- Sabe do que você precisa? Uma boa dose de whisky. - fala ele me passando seu copo. Eu apenas aceito e viro toda a bebida. Era provavelmente a primeira vez que Pierre estava certo esta noite. E já que eu não conseguiria me livrar dessa festa tão cedo, talvez eu realmente devesse beber.

E então eu bebo. Bebo para esquecer mais um fracasso em Mônaco. Bebo para esquecer mais um fracasso no campeonato. E bebo para esquecer o caos que está minha vida.

E talvez eu não tenha sido o único a ter essa ideia. Não posso dizer qualquer que seja o motivo que fez meus colegas também resolverem beber tanto hoje, mas seja para afogar as mágoas ou apenas celebrar - afinal, algumas pessoas tinham motivo para isso -, estávamos um pior que o outro.

Pierre, Carlos e eu não conseguimos parar de rir enquanto George dançava - ou pelo menos tentava - dançar ao som de um reggaeton com Carmen. A situação era tão cômica que nem mesmo ela conseguia parar de rir do namorado. Mas para ser justo, Lando e Max não estavam tão melhor assim.

Checo se junta a nós na sequência. E se eu estava mal, o mexicano estava em Nárnia. Mas ao contrario de mim, ele tinha muitos motivos de sobra para comemorar, e estava aproveitando todos eles - no seu modo mias mexicano possível. Ele estava tão feliz com aquela garrafa de tequila que eu não conseguia nem mesmo sentir raiva por dele ter vencido a corrida.

- Você tá fazendo errado! - o mexicano acusa Pierre quando este estava prestes a tomar seu segundo shot. - É arriba, abajo, al centro e adentro, e não abajo, arriba, al centro e adentro. -  eu não conheço muito da cultura mexicana, mas pela reação de Checo, tomar tequila da forma errada com certeza era uma grande ofensa.

- Gasly se autoproclama o rei da noite mas não sabe nem tomar tequila direito? - é Lando quem fala se aproximando. Aparentemente ele e Max decidiram descansar um pouco da dança. Uma grande perda para o entretenimento da festa.

- De tequila eu entendo, é o espanhol que complica. - e francês começa a se defender e logo começa a questionar as habilidades de Lando na dança. O inglês por sua vez não deixa barato, e se inicia uma discussão divertidíssima entre eles.

Por um momento eu esqueci de tudo. Eu estava feliz por estar ali. Apesar do desastre de hoje, eu estava conseguindo me divertir.

Só que, aparentemente, Charles Leclerc fora mandado à Terra para sofrer.

E no milésimo de segundo que eu olho para o lado, não consigo mais voltar a paz ignorante de segundos atrás. Como piloto, eu sei a importância de cada milésimo de segundo. E aqueles malditos faziam uma diferença colossal.

Aquele Charles antes concentrado em Lando e Pierre, agora estava preso nos olhos caramelos de Eloise Piquet - e, para ser honesto, no restante do conjunto da obra. O vestido preto justo era bonito e simples, mas Eloise não precisava de roupas chamativas para brilhar. Ela era o centro das atenções. Não importava o que ela vestisse, Eloise sempre seria a mulher mais bela do recinto porque... bem, porque ela era a mulher mais linda do universo, e isso era uma verdade imutável. Eu ficaria horas apenas assistindo ela caminhar, mas ao notar meu olhar, ela decidiu que eu não era digno daquela visão do paraíso, e deixou a irmã vindo em direção ao nosso grupo sozinha.

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