Capítulo Dezesseis

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 Apesar de estar frio, o sol aparecia lindamente naquele belo dia de inverno. Era finalmente o dia da festa de Robert. Mnemosyne estava na cozinha, apenas observando as criadas trabalhando.

Tudo que ficara animada foi tornando-se uma completa decepção, diante do arrombamento da noite anterior. Ela sabia quem fora, tinha certeza, e infelizmente não podia contar a ninguém, porque ele mataria todos sem piedade.

Mas estava resignada, faria daquela uma noite inesquecível, porque dentro de alguns dias seu destino estaria traçado, e ela encontraria o demônio novamente. Pela última vez.

A jovem experimentou um doce de caramelo e suspirou, tentando se animar.

— O que achou, senhora?

Ela olhou para a criada com um traço de tristeza que já não saía mais de seu rosto.

— É maravilhoso. Os convidados vão adorar. — enquanto as criadas tagarelavam, levantou, saindo da cozinha.

Parou em frente a pintura do marido no alto da parede, e imaginou se ele se casaria pela terceira vez quando ela se fosse. É provável que sim, pensou, desanimada com a ideia. Ela não pudera dar o tão sonhado filho a ele, mas não haveria problema, porque ele possivelmente logo encontraria outra mulher tão jovem quanto ela para ser sua quarta esposa. Talvez aquele fosse o destino de Henson, procurar o amor desesperadamente em outras pessoas.

Ela soltou o ar dos pulmões.

Seria difícil esquecer tudo que estava vivendo ali, quando fosse embora. Não sabia ao certo se conseguiria ser feliz novamente, e achava que tudo se baseava na tristeza que sentia por dentro.

Mas não, aquele dia era dia de alegria, e ela faria de tudo para se divertir. Conheceria os amigos do marido, veria jovens da idade dela, e beberia e comeria tudo que quisesse.

— Senhora? — era lorde Tremelin que tinha acabado de entrar. — Bom dia, desculpe chegar tão cedo, mas preciso falar com lorde Henson.

Ela apontou para o escritório.

— Ele está lá desde que o dia raiou. Acho que pode entrar. Aceita um chá? — ofereceu a jovem, sorridente.

— Não é necessário, senhora. Com licença. —passou por ela e entrou no escritório.

Mosyne estranhou a atitude do lorde, mas não podia fazer nada a respeito, e decidiu conferir mais uma vez a decoração.

**

— O que está me dizendo? — o amigo estava em choque com o que acabara de ouvir.

— É isto mesmo, Robert. Tenho seis meses para encontrar uma esposa, ou serei deserdado pelo meu pai. — sentou em frente ao lorde moreno. — É claro que tenho meu próprio dinheiro, mas a herança é minha por direito. Não posso aceitar uma coisa dessas.

Henson tamborilava os dedos sobre a mesa, com o olhar em Eric.

— Então decidiu casar-se. — ponderou.

Tremelin riu.

— Quase isso. Falei com o médico do meu pai, e ele me disse que o velho não vai chegar até o próximo ano vivo. Tudo que preciso fazer é arranjar uma noiva falsa para apresentar a ele, e depois posso simplesmente desmanchar o enlace quando achar conveniente.

Fantástico! Henson não podia acreditar que o amigo iria encontrar o problema de frente com seu nariz desse jeito.

— Não seria mais fácil casar de verdade? Eu te digo, de verdade, não há nada melhor que um casamento...

— Considero realmente que não preciso me casar agora, tenho muito tempo de vida. Agora me resta encontrar uma noiva bonita, gentil e dócil. —considerou o lorde, pensativo.

Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora