Apesar de estar frio, o sol aparecia lindamente naquele belo dia de inverno. Era finalmente o dia da festa de Robert. Mnemosyne estava na cozinha, apenas observando as criadas trabalhando.
Tudo que ficara animada foi tornando-se uma completa decepção, diante do arrombamento da noite anterior. Ela sabia quem fora, tinha certeza, e infelizmente não podia contar a ninguém, porque ele mataria todos sem piedade.
Mas estava resignada, faria daquela uma noite inesquecível, porque dentro de alguns dias seu destino estaria traçado, e ela encontraria o demônio novamente. Pela última vez.
A jovem experimentou um doce de caramelo e suspirou, tentando se animar.
— O que achou, senhora?
Ela olhou para a criada com um traço de tristeza que já não saía mais de seu rosto.
— É maravilhoso. Os convidados vão adorar. — enquanto as criadas tagarelavam, levantou, saindo da cozinha.
Parou em frente a pintura do marido no alto da parede, e imaginou se ele se casaria pela terceira vez quando ela se fosse. É provável que sim, pensou, desanimada com a ideia. Ela não pudera dar o tão sonhado filho a ele, mas não haveria problema, porque ele possivelmente logo encontraria outra mulher tão jovem quanto ela para ser sua quarta esposa. Talvez aquele fosse o destino de Henson, procurar o amor desesperadamente em outras pessoas.
Ela soltou o ar dos pulmões.
Seria difícil esquecer tudo que estava vivendo ali, quando fosse embora. Não sabia ao certo se conseguiria ser feliz novamente, e achava que tudo se baseava na tristeza que sentia por dentro.
Mas não, aquele dia era dia de alegria, e ela faria de tudo para se divertir. Conheceria os amigos do marido, veria jovens da idade dela, e beberia e comeria tudo que quisesse.
— Senhora? — era lorde Tremelin que tinha acabado de entrar. — Bom dia, desculpe chegar tão cedo, mas preciso falar com lorde Henson.
Ela apontou para o escritório.
— Ele está lá desde que o dia raiou. Acho que pode entrar. Aceita um chá? — ofereceu a jovem, sorridente.
— Não é necessário, senhora. Com licença. —passou por ela e entrou no escritório.
Mosyne estranhou a atitude do lorde, mas não podia fazer nada a respeito, e decidiu conferir mais uma vez a decoração.
**
— O que está me dizendo? — o amigo estava em choque com o que acabara de ouvir.
— É isto mesmo, Robert. Tenho seis meses para encontrar uma esposa, ou serei deserdado pelo meu pai. — sentou em frente ao lorde moreno. — É claro que tenho meu próprio dinheiro, mas a herança é minha por direito. Não posso aceitar uma coisa dessas.
Henson tamborilava os dedos sobre a mesa, com o olhar em Eric.
— Então decidiu casar-se. — ponderou.
Tremelin riu.
— Quase isso. Falei com o médico do meu pai, e ele me disse que o velho não vai chegar até o próximo ano vivo. Tudo que preciso fazer é arranjar uma noiva falsa para apresentar a ele, e depois posso simplesmente desmanchar o enlace quando achar conveniente.
Fantástico! Henson não podia acreditar que o amigo iria encontrar o problema de frente com seu nariz desse jeito.
— Não seria mais fácil casar de verdade? Eu te digo, de verdade, não há nada melhor que um casamento...
— Considero realmente que não preciso me casar agora, tenho muito tempo de vida. Agora me resta encontrar uma noiva bonita, gentil e dócil. —considerou o lorde, pensativo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro I
Historical FictionTudo que lorde Henson queria era encontrar uma nova esposa, uma que não morresse tragicamente como as duas outras que tivera. Também queria, desesperadamente, um herdeiro, pois acreditava que já estava ficando velho. Acontece que devido sua fama p...