Capítulo Vinte e Dois

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Um dia antes do marido viajar, Mosyne decidiu que seria um dia feliz, um dia daqueles para guardar para sempre na memória, então, quando acordou nos braços do marido, saiu de mansinho da cama, desceu até a cozinha e voltou com uma bandeja de comida.

Enquanto ele não acordava, ela ficou vendo-o dormir, e ele parecia tão em paz, tranquilo. Pobre homem, nem podia imaginar o que estava prestes a acontecer.

Mesmo assim ela sorriu, sabendo que sentia-se feliz por tê-lo conhecido, por ter descoberto nos braços dele o que era amor. Esperava que ele continuasse a vida depois que ela fosse embora, que possivelmente encontrasse outra esposa, uma que não era seca por dentro.

Aquela união estava fadada ao fracasso desde o início, pensou ela. Como seria possível dar certo uma relação o qual a mulher escondia o passado do marido quando ele foi sempre muito sincero com ela, abrindo-lhe o coração sobre tudo? Ora, era impossível que um amor como aquele vingasse.

Estremeceu.

Amor? Da parte dela ao menos. Ele nunca dissera que a amava, mas isso já nem era mais importante. Estava nos segundos finais dessa história.

Notou que o marido estava acordando, então levantou da cadeira que estava sentada e voltou para a cama.

— Bom dia, meu amor. — ele disse sorrindo.

— Bom dia. Trouxe seu desjejum. — contou ela, mostrando a bandeja na mesinha.

Henson se sentou.

— Já deve ser tarde, deveria ter me acordado. Mesmo assim, obrigado, passarinho. — beijou-lhe o dorso da mão.

— Às vezes acho que não sou uma boa esposa. — lamentou ela. — Você merecia alguém melhor.

Robert negou.

— Você é a esposa perfeita. Tudo que posso fazer é agradecer aos céus por isso. Por que está agindo assim hoje? É por que vou viajar?

Ela mordeu o lábio, ansiosa.

— Bobagem, não há nada com o que se preocupar. Estou bem. Agora coma um pouco, marido. — insistiu ela.

Ele fez isso, comeu, e dividiu com ela um pão doce, enquanto riam de qualquer coisa. Era um bom momento juntos, e ela queria eternizar para sempre aqueles minutos maravilhosos ao lado do homem que amava. Mas não podia, restava pouco tempo para eles.

Certo momento, Henson contou a passagem de quando lorde Tremelin ateou fogo, sem querer, a uma carruagem quando viajavam, isso por causa de seu charuto. Os dois precisaram descer às pressas, e viram o veículo ser consumido pelas chamas, enquanto Eric praguejava.

— Acho que Tremelin nunca pensou que isso aconteceria, mas bastou acontecer para ele decidir nunca mais fumar seu charuto dentro da carruagem. — contou o lorde, rindo.

— Você não fuma charutos. Por quê?

— Porque não me agrada de nenhuma maneira. Quanto a Eric, um dia irei contar tudo sobre o que aconteceu com ele. Mas agora preciso levantar. O sol já está alto. — ele disse, indo vestir sua roupa e lavar-se.

Mnemosyne sabia que não podia ficar o dia inteiro com o amado, então resumiu seu dia em ler um livro novo, um sobre plantas, igual sua irmã fazia, enquanto lorde Henson se preparava para a viagem do dia seguinte.

À noite, certa de que era a última noite ao lado do marido, a jovem banhou-se, vestiu seu melhor vestido, usou seu melhor perfume e as jóias mais bonitas.

Jantaram juntos, e ela sentia o clima mais agradável de todos ao lado de Robert, e pensava por que não merecia viver aquilo todos os dias. Que tipo de pecado havia cometido para não ser digna de vivenciar um amor como aquele. Uma mulher destruída, indigna, abusada e desmoralizada.

Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora