Alguns meses antes...
Tudo mudara, desde aquela noite em que seu tio, irmão do seu pai apareceu para conversar com ele. Falaram a sós enquanto a filha preparava o jantar. Sopa de abóbora com carne de perdiz assada ao molho de ervas. Ela tentara ouvir alguma coisa da cozinha, mas falavam muito baixo, e ela se perguntava se era algo importante. Pelo visto sim, porque seu tio quase nunca vinha visitá-los.
Ah! O trabalho dobrara desde que Adrastéia tinha ido morar fora. Sua irmã mais velha era tão bonita, mas bonita de verdade mesmo, não simples e sem graça como Mnemosyne. Ela tinha os cabelos da cor do sol, e parecia um ser mágico como as histórias que ela contava para a mais nova. Sabia cantar, ler e escrever. Bordava muito bem, e tinha dom de cuidar das plantas. Enquanto a pobre jovem só sabia trabalhar. Mas ela não podia reclamar, vivia bem com seu pai, que a cuidava muito bem.
Bem cuidara, até aquela noite.
Ela serviu o jantar, eles comeram em silêncio, beberam muito. Quando seu tio foi embora e ela ia se deitar, o pai, bêbado, a segurou pelo braço e gritou em alto e bom som:
— Eu odeio você e sua mãe. Duas vagabundas! — empurrou a filha para o lado e foi deitar-se.
Em choque, Mnemosyne chorou a noite toda, sem entender o que tinha acontecido. Por que seu pai falara aquilo? O que tinha acontecido? Será que estava sendo uma filha ruim?
Os dias que se passaram o pai não falou direito com a filha, tratava-a com ignorância, mal a olhava. A jovem dobrava-se no trabalho da casa, no cuidado das plantas e ainda lavava roupa para os vizinhos. Quando chegava a noite, ela só queria dormir.
Mas, houve um dia que as coisas ficaram mais estranhas ainda. Seu pai saiu pela manhã, e voltou meio dia, bêbado, carregando um saco de moedas.
— Onde conseguiu esse dinheiro, pai? — perguntou ela, secando as mãos num pano.
— Vai pagar pelos erros da sua mãe. Eu fiz o certo. — disse amargamente.
Novamente, ela não entendeu o que tinha acontecido, mas seu destino estava traçado, quando, à meia tarde, dois homens apareceram com uma corrente de ferro que servia para prender animais. Ela os recebeu, e achou que o pai tinha vendido uma das ovelhas.
— O que querem?
— Você. Eu vim buscá-la. — o homem que falou era alto, corpulento e muito feio. Cheirava mal.
— O quê? Buscar-me? Não... — ela tentou correr até o pai, mas o mesmo estava atrás dela, e a segurou pelo braço. — Pai, não me deixe eles me levaram!
O pai não disse nada, ela só conseguia ver raiva, ódio no olhar dele. Alguma coisa muito grávida tinha acontecido. Ele tinha a vendido? Era isso? Por quê? O que estava acontecendo?
— Segurem-na. — o homem, que ela acabara de apelidar de demônio, enquanto seu pai e o outro mais magro a seguravam, passou as correntes pelas mãos dela.
— Não! Socorro! — Menmosyne chorava, se debatia, mas o homem era mais forte. Ela foi arrastada até uma carroça, onde foi jogada e presa. Enquanto se afastavam, ela via o pai na porta de casa, chorando. — Pai!
Ela não sabia dizer mais onde estava, pois haviam jogados uma capa sobre ela. Mas percorreram um longo caminho, e ela tinha sede, os lábios grudavam. Queria seu pai! Queria sua casa!
Era noite quando chegaram. Ele a tirou da carroça. Ela viu à luz da lua uma casa de pedra antiga, cheia de trepadeiras nas janelas. O homem a empurrou para dentro da casa escura. Levou-a até uma sela que só havia o chão frio de pedra e uma vasilha com água. Estava escuro, mas ela conseguiu se agachar, beber um pouco da água e sentar-se.
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Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro I
Ficción históricaTudo que lorde Henson queria era encontrar uma nova esposa, uma que não morresse tragicamente como as duas outras que tivera. Também queria, desesperadamente, um herdeiro, pois acreditava que já estava ficando velho. Acontece que devido sua fama p...