Tinha sido um longo dia, e tudo que lorde Henson queria era conversar com seu amigo, e beber alguma coisa forte. Estavam os dois na sala da casa de lorde Tremelin, que tagarelava sobre a Normandia, e como estava interessado em viajar para lá muito em breve.
Mas ao que parecia, o amigo estava falando sozinho, porque Robert estava absorto de tudo, muito concentrado em contemplar o líquido âmbar na taça em sua mão. Era como se a bebia desvendasse todos os segredos do mundo diante dos olhos do lorde.
— Henson! Estou falando contigo! — chamou Eric, estralando os dedos na frente do amigo.
— Desculpe. Estava distraído. Sobre o que estava falando?
Tremelin bufou.
— Não importa. Parece que estava pensando na sua esposa, bom amigo. Ainda com problemas no casamento?
Lorde Henson colocou a taça sobre a mesa e encarou o outro.
— Tem certeza que os pulinhos ajudam? — quis confirmar.
— Sim. — o homem começou a rir.
— Eric, enganou-me? — o loiro ria alto. — Ora, me enganou, sim! Eu vou matá-lo!
— Eu só estava tentando tornar tudo mais engraçado. A cena deve ter sido hilária. Sinto muito amigo, não entendo nada de gravidez. — admitiu, secando os olhos, de tanto rir.
Henson bebeu toda o uísque e sentiu um arrepio no corpo. Olhou a hora em seu relógio de bolso e notou que já era tarde. Precisava voltar para casa.
— Estou indo.
— Nos vemos novamente esta semana certo? Aí terei tempo de contar minhas ideias sobre a Normandia. — disse Tremelin, cumprimentando o amigo.
— Veremos. — ponderou Henson.
Se despediram, e o lorde estava saindo da casa e pronto para entrar na carruagem que estava do outro lado da rua, quando no escuro, foi abordado por dois homens nas suas costas.
Sabia que Londres era perigosa a noite, mas nunca tinha se visto numa situação difícil. Teria que lidar com os malfeitores de algum jeito. Ele lutava toda a semana, não devia ser difícil.
— Parado aí, chefe. Passe tudo que tem. — um deles disse com a voz abafada por um lenço no rosto.
— Não tenho nada. — garantiu o lorde, erguendo as mãos. — Vão embora ou terão problemas.
— Não tente nada ou o mataremos. Passe tudo! — ameaçou o bandido.
Lorde Henson não acatou a ordem, em vez disso reagiu, derrubando o homem com um soco no queixo. Jogou-se sobre ele, batendo com toda sua força no rosto do bandido, que revidava. Ninguém passava pela rua no momento, e seu cocheiro não estava ouvindo os gritos.
Por Deus! Não podia perder para ele. Não agora.
Segurou no pescoço do homem, e acreditou que estava perto de ganhar, mas o pobre lorde havia se esquecido do outro bandido, que pegou uma pedra de tamanho considerável, e bateu com toda força na cabeça de Henson, que imediatamente caiu desacordado.
Os bandidos não levaram nada, assustados ao verem uma pessoa se aproximando, fugiram. Era o cocheiro, que chegara bem na hora.
— Senhor? Oh meu Deus! Senhor? —ele ficou desesperado, segurando o lorde nos braços.
Começou a gritar pedindo por ajuda, e como estavam na frente da casa de lorde Tremelin, o mesmo ouviu os gritos e saiu para a rua, sem entender o que estava acontecendo. Correu até o local, e assustou-se ao ver o amigo com um sangramento na cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro I
Ficção HistóricaTudo que lorde Henson queria era encontrar uma nova esposa, uma que não morresse tragicamente como as duas outras que tivera. Também queria, desesperadamente, um herdeiro, pois acreditava que já estava ficando velho. Acontece que devido sua fama p...