Capítulo Dezenove

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Tinha sido um longo dia, e tudo que lorde Henson queria era conversar com seu amigo, e beber alguma coisa forte. Estavam os dois na sala da casa de lorde Tremelin, que tagarelava sobre a Normandia, e como estava interessado em viajar para lá muito em breve.

Mas ao que parecia, o amigo estava falando sozinho, porque Robert estava absorto de tudo, muito concentrado em contemplar o líquido âmbar na taça em sua mão. Era como se a bebia desvendasse todos os segredos do mundo diante dos olhos do lorde.

— Henson! Estou falando contigo! — chamou Eric, estralando os dedos na frente do amigo.

— Desculpe. Estava distraído. Sobre o que estava falando?

Tremelin bufou.

— Não importa. Parece que estava pensando na sua esposa, bom amigo. Ainda com problemas no casamento?

Lorde Henson colocou a taça sobre a mesa e encarou o outro.

— Tem certeza que os pulinhos ajudam? — quis confirmar.

— Sim. — o homem começou a rir.

— Eric, enganou-me? — o loiro ria alto. — Ora, me enganou, sim! Eu vou matá-lo!

— Eu só estava tentando tornar tudo mais engraçado. A cena deve ter sido hilária. Sinto muito amigo, não entendo nada de gravidez. — admitiu, secando os olhos, de tanto rir.

Henson bebeu toda o uísque e sentiu um arrepio no corpo. Olhou a hora em seu relógio de bolso e notou que já era tarde. Precisava voltar para casa.

— Estou indo.

— Nos vemos novamente esta semana certo? Aí terei tempo de contar minhas ideias sobre a Normandia. — disse Tremelin, cumprimentando o amigo.

— Veremos. — ponderou Henson.

Se despediram, e o lorde estava saindo da casa e pronto para entrar na carruagem que estava do outro lado da rua, quando no escuro, foi abordado por dois homens nas suas costas.

Sabia que Londres era perigosa a noite, mas nunca tinha se visto numa situação difícil. Teria que lidar com os malfeitores de algum jeito. Ele lutava toda a semana, não devia ser difícil.

— Parado aí, chefe. Passe tudo que tem. — um deles disse com a voz abafada por um lenço no rosto.

— Não tenho nada. — garantiu o lorde, erguendo as mãos. — Vão embora ou terão problemas.

— Não tente nada ou o mataremos. Passe tudo! — ameaçou o bandido.

Lorde Henson não acatou a ordem, em vez disso reagiu, derrubando o homem com um soco no queixo. Jogou-se sobre ele, batendo com toda sua força no rosto do bandido, que revidava. Ninguém passava pela rua no momento, e seu cocheiro não estava ouvindo os gritos.

Por Deus! Não podia perder para ele. Não agora.

Segurou no pescoço do homem, e acreditou que estava perto de ganhar, mas o pobre lorde havia se esquecido do outro bandido, que pegou uma pedra de tamanho considerável, e bateu com toda força na cabeça de Henson, que imediatamente caiu desacordado.

Os bandidos não levaram nada, assustados ao verem uma pessoa se aproximando, fugiram. Era o cocheiro, que chegara bem na hora.

— Senhor? Oh meu Deus! Senhor? —ele ficou desesperado, segurando o lorde nos braços.

Começou a gritar pedindo por ajuda, e como estavam na frente da casa de lorde Tremelin, o mesmo ouviu os gritos e saiu para a rua, sem entender o que estava acontecendo. Correu até o local, e assustou-se ao ver o amigo com um sangramento na cabeça.

Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora