M
nemosyne acordou naquela manhã sentindo-se estranha. Pela primeira vez tinha vontade de desistir de tudo e, no fim, entregar-se ao passado que corria atrás dela.
Enquanto comia sozinha na cozinha, foi chamada à porta novamente, e dessa vez já sabia do que se tratava. Mas daria um jeito na situação, estava decidida. Talvez morresse tentando.
Encontrou o mesmo menino de antes. Ele tinha os olhos arregalados para dentro da cozinha, e ela pensou que poderia estar com fome.
— Agora que tem dinheiro, é bom que consiga uma boa quantia para ele — equando começou a correr, Mnemosyne fez o mesmo, seguindo-o.
O menino corria tanto que ela achava que não conseguiria acompanhar, mas logo depois ele diminuiu a marcha e entrou numa viela à direita, onde havia um vendedor de chapéus. Escondida atrás de caixas de madeira, Mosyne viu o homem dar uma moeda à criança, que saiu saltitando.
Quem era ele? Por que estava fazendo isso com ela?
Reuniu toda a coragem para se aproximar. Se ao menos tivesse tido tempo depegar uma faca para defender-se, estava desarmada, e com receio.
— Mnemosyne? — Oh, não... Ela conhecia aquela voz. Virou-se para trás e encontrou o marido de braços cruzados a encarando. — Espero que me diga o que está fazendo aqui.
— Passeando — a jovem disse sem jeito.
Henson olhou para os lados.
— E onde está sua criada?
— Eu vim sozinha. Mas não fique bravo, marido. Já estou voltando. Acompanha-me?
Ele envolveu o braço no dela, e caminharam devagar pela rua movimentada.
— Estou pensando em fazer uma viagem no fim do mês. Suponho que não se importará de ficar alguns dias sozinha — informou ele.
Ela sorriu.
— Com toda certeza não. Meu marido é um homem importante e ocupado, devo ficar grata por ter tido bons momentos ao seu lado antes que me fosse roubado — brincou ela.
O lorde cumprimentou um homem que passava e apertou o braço da esposa.
— Está de bom humor hoje, nem parece que quase me esfaqueou ontem à noite — recordou o marido.
Ela tossiu, envergonhada.
— Vamos esquecer o passado, marido. Estou certa de que ambos podemos perdoar um ao outro pela noite passada.
— Acho que essa conversa é muito íntima para ser exposta desse jeito. Deixemos para mais tarde. — Ele a conduziu até a entrada da casa e abriu a porta. — Como está sua leitura? Continua praticando?
— Oh, sim. Consigo ler algumas palavras, e escrevê-las também. Queria saber se poderíamos tentar ler um daqueles belos livros da biblioteca —pediu, os olhos amendoados quase implorando.
— Certo, podemos. Hoje à noite vou levar alguns para você. Perdoe-me,meu bem, mas tenho alguns assuntos a tratar durante o dia. Espero que encontre algo que a divirta nesse tempo — e com um beijo na bochecha dela, despediu-se.
Ela ficou parada no salão, vendo-o ir para o escritório.
Enquanto subia as escadas, pensava que não tinha mais como evitar, não havia outra alternativa para apaziguar o coração a não ser entregar-se a ele. Não existia outra possibilidade que fosse suficiente para encontrar a felicidade, porque sim, estava infeliz, e sentia-se, ainda por cima, incompleta. Era como se lhe faltasse uma parte da alma.
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Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro I
Fiksi SejarahTudo que lorde Henson queria era encontrar uma nova esposa, uma que não morresse tragicamente como as duas outras que tivera. Também queria, desesperadamente, um herdeiro, pois acreditava que já estava ficando velho. Acontece que devido sua fama p...