Mnemosyne recebeu Stella no dia seguinte. A mulher, com o bebê nos braços, apareceu sorridente, cumprimentando a outra com um abraço.
Era um refresco para a jovem ter companhia da idade dela, e embora tivera apenas algumas amigas nos anos passados, sentia falta de ter contato com alguém da sua idade. As duas sentaram-se nos sofás, enquanto bebia chocolate quente e comiam biscoitos. A filha de Stella brincava no tapete, e Mosyne não tirava os olhos dela. Como era bonita, gorducha e saudável!
— Está gostando de morar em Londres?
— Sim. Confesso que no começo estranhei o movimento, vivi minha vida toda no campo, mas agora me agrada muito essa cidade. —comentou Mosyne.
Stella deu um biscoito de nozes à filha, que logo levou a boca, mastigando pedacinho por pedacinho. A menina tinha o cabelo loiro, igual o da mãe, e do tio, e mesmo a jovem não tendo visto o pai da menina, que viajava muito, ela a achou parecida com Stella.
— Soube o comentário da semana? Lady Mary está grávida e não quer revelar o pai do bebê. —contou a loura, bebendo depois um gole da bebida.
A jovem assustou-se.
—Ela não é casada? E agora? Como vai criar o bebê? — tinha tantas dúvidas.
Nunca se imaginara numa situação como essa, mas se acontecesse, ela faria qualquer coisa para criar o filho, mesmo sem a ajuda do pai.
— Não sei. Só sei que ela está grávida. Que tipo de sociedade estamos vivendo? Um escândalo após o outro. — reclamou Stella.
— Se fosse meu pai, arrancaria meus cabelos, e me jogaria na rua. — confidenciou ela, assustando a amiga. — Acalme-se, meu pai já morreu.
A loura riu, tapando a boca, contrariada.
— Desculpe, eu rio de coisas tolas. Sempre. —suspirou, olhando para a filha. — Disse que tinha uma coisa para me mostrar. O que era?
— Ah sim. — ficou em pé, assoviou alto e esperou. Descendo as escadas vinha uma bola de pelos cinza. O animal parou aos pés dela, encarando o bebê. — Christian, sente.
— Oh, Christian é cinza! — Stella se abaixou para acariciar o cão, e ele lambeu sua mão. — Olhe que gracioso, Leia. — ela pegou a mãozinha da filha e fez carinho no animal, que retribuiu lambendo-a, desencadeando risadas na menina. — Imagino que lorde Henson tenha surtado quando o viu.
— É verdade, ele ficou muito bravo, mas eu consegui adestrá-lo. —ela obviamente se referia ao marido.
— Fico contente em saber que está feliz aqui, Mnemosyne. Aliás, sempre quis perguntar, qual o significado do seu nome?
Ela sorriu, sentando-se ao lado da outra.
— Minha mãe amava mitologia grega. Mnemosyne era filha de Urano e Gaia, uma titânide que personificava a memória. Na história, ela se uniu com Zeus, e passou nove noites com ele. Depois, ela deu à luz a nove musas. —contou, com as poucas recordações que tinha da mãe.
— Oh, eu nunca imaginei que era isso. E pensa em colocar o nome de seus filhos assim?
— Não sei. — sorriu fracamente. — Sinceramente ainda não pensei nisso. Acha que eu já deveria estar grávida, Stella?
A amiga ponderou, olhando a filha brincar com o cão.
— Cada mulher tem seu tempo. Eu levei quase um ano para conseguir ficar grávida de Leia. — confidenciou.
Mosyne quase prendeu a respiração. Então era normal. Mas era melhor que não estivesse grávida mesmo... Apertou a saia do vestido entre os dedos, discretamente. Era uma mulher dividida entre ter um filho do homem que amava, e entre não ter porque quando fugisse e estivesse grávida sofreria mais.
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Quando um lorde encontra o amor - As irmãs Bredley livro I
Ficción históricaTudo que lorde Henson queria era encontrar uma nova esposa, uma que não morresse tragicamente como as duas outras que tivera. Também queria, desesperadamente, um herdeiro, pois acreditava que já estava ficando velho. Acontece que devido sua fama p...