Capítulo 2

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(Jeongin): Eu disse que não seria como você estava pensando. Como se sente?

—Obrigada. —Agradeci sentindo meus olhos se encherem.

(Jeongin): Prometemos cuidar um do outro.

—Algum dia eu vou entender como faz isso? —Pergunto rindo.

(Jeongin): Talvez. —Diz um pouco sério.

   Algumas vezes eu não entendia muito bem suas reações, algumas vezes parecia distante, ou pensativo demais, mesmo que eu perguntasse sobre ele não dizia, sempre mudava de assunto ou acabava me distraindo com outra coisa. Então dessa vez, não perguntei nada, só abracei ele.

(Jeongin): O que foi? —Pergunta baixo.

—Ficou pensativo de novo. —Sussurro.

   Ele me fez olhar pra ele, e percebi seu sorriso completamente iluminado, assim como seus olhos.

—O que?

(Jeongin): É a primeira vez que me abraça.

—Achei que seria melhor do que perguntar. Eu sou sua melhor amiga, e realmente espero que me conte tudo que te incomoda, ou que importa pra você, mas como sua melhor amiga, eu tenho que respeitar o seu tempo. E os seus motivos. Então, enquanto você não estiver pronto pra me contar o que quer que seja isso, vou fazer o possível e o impossível pra te apoiar.

(Jeongin): Você é o meu orgulho. —Diz me abraçando mais forte.

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Jeongin

   Subi as escadas com calma, o silêncio da casa só podia indicar três possibilidades, ou ela estava dormindo, ou trabalhando, ou lendo. Eu preferia que não estivesse trabalhando, pelo menos não por enquanto. Ela precisava de uma pausa, precisava de um tempo pra respirar mesmo que não quisesse admitir.

   Parei na porta do quarto dela e me apoiei no batente da porta, ela passava as páginas devagar, parecia tão conectada com a história que talvez estivesse vivendo aquilo de verdade. Seus olhos acompanhavam cada palavra e vez ou outra ela fazia algumas expressões e eu tinha certeza de que estava imitando algum personagem.

   Queria que todos os momentos fossem assim, com ela estando bem. Sem nenhuma preocupação, ou pelo menos com algo mais importante do que qualquer outro problema, isso me lembrava de uma outra época. De quando a conheci.

—Por que está sorrindo? —Pergunta sem tirar os olhos do livro.

(Jeongin): Parece tão inofensiva lendo, que nem parece a minha melhor amiga. —Respondo a fazendo rir.

—Hm. Não seria legal?

(Jeongin): O que?

—Se existissem lugares assim.

(Jeongin): Lugares assim...?

—Como nos meus livros de fantasia, lugares com fadas, cachoeiras mágicas, lagos que espelham outros mundos, outros lugares dentro daquele universo... Magia. —Responde me olhando com aqueles olhos brilhantes.

   Queria poder contar a ela, queria lhe mostrar, queria poder desfazer o que foi feito... Queria ver aquele mesmo brilho nos olhos, aquele mesmo sorriso mais do que alegre, queria poder vê-la de novo naqueles dias. Senti ela me abraçar e nem mesmo tinha notado quando ela levantou da cama e andou até onde eu estava.

Locked MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora