Os soluços baixos da garota contrastavam com a voz do rei de Asdry, agora ela tinha suas mãos no chão enquanto chorava. Ela sentia a terra pulsar como sempre havia sido pra ela, sentia o ar correr ao seu redor, sentia Asfhymor viva em si. Ela queria que sua família estivesse ali, queria ao menos se despedir...
Ela não suportava a ideia de que não os veria novamente, mesmo que tenha conseguido protegê-los do pior, não era isso que ela queria... Klark se virou para a mortal, e posicionou a espada com firmeza, a levantou e então a desceu rumo à cervical da garota. A força investida era perceptível, a decapitaria na mesma hora.
Toda a multidão parecia congelada em expectativa, o sorriso do rei apenas crescia, a espada brilhava com mais força á medida que se aproximava da garota, mas antes que pudesse encostar em um átomo sequer de S/N a lâmina se quebrou... Explodindo em cacos...
Seu forte poder foi liberado e lançou Klark pra longe da garota, enquanto os cacos da espada se espalhavam por todos os lados, o poder irradiou por todo o lugar empurrando os demais pra trás deixando apenas ela no centro do altar. Ela levantou seu rosto sem entender o que havia acontecido, não havia ninguém, Klark estava longe demais dela. Sua mão latejava, de início ela pensou ser pela queimadura de mais cedo, mas parecia ficar mais forte a cada pulsar.
A terra estava pulsando novamente e dessa vez pulsava mais forte do que nunca, ela sentia como um terremoto se formando embaixo de si, as lamparinas foram apagadas pelo vento forte que se formou de uma hora para outra, o céu se fechou quase imediatamente e raios começaram a iluminar o céu junto a pouca luz das luas agora filtrada pelas nuvens. As árvores cantavam alto novamente, como S/N nunca tinha as visto fazer.
Filha de Asfhymor
Filha de Asfhymor
Filha de AsfhymorSaiph sobrevoava o altar lá de cima, a garota levantou seus olhos até o dragão buscando uma resposta pra tudo aquilo. Ela era apenas mortal, não havia como ser filha de Asfhymor. Algo estava se aproximando pela floresta, ela ouvia as folhas se remexendo no chão, ela não tinha forças pra se levantar e ver o que era, mas ouviu o grito de Klark quando algo o puxou rumo a floresta, e logo fez o mesmo com os outros dois Reis.
Filha de Asfhymor
Filha de Asfhymor
Filha de Asfhymor
Nada a machucaráE então ela sentiu não estar mais sozinha ali. Ele se abaixou na frente dela, segurou seu rosto procurando por algum machucado, analisou todo o corpo dela buscando por algum ferimento, mínimo que fosse encontrando a queimadura em sua mão.
(Chan): O que ele fez com você? —Sua voz era como gelo fino, que poderia cortar qualquer um que ousasse tocá-lo.
Ayla
A terra tremeu em um terremoto furioso, as paredes cederam com as algemas e sem elas não havia nada que anulasse nossos poderes, portanto nada nos prenderia ali.
(Jeongin): Precisamos ir.
Sem mais uma palavra nós quebramos as barras das celas e saímos do palácio. Klark empunhava a espada dos Reinos em direção a S/N, mas antes que pudesse tocá-la a espada se quebrou. Seu poder agora liberto o lançou pra longe dela, os meninos foram até o altar e eu deixei que meu poder se libertasse indo atrás do Klark.
Ele se contorcia de dor, com certeza o impacto com o chão tinha quebrado algo. O puxei mais profundamente na floresta ouvindo seus gritos.
—Olá Klark. —O cumprimento sorrindo.
(Klark): Você... Quem libertou você?
—Asfhymor. —Respondo o erguendo no ar.
O senti se contorcer enquanto meu poder o envolvia lhe tirando o ar, quebrando os ossos que ainda estavam inteiros o fazendo gritar em agonia e terror.
Narradora
A garota se encolheu minimamente ao ouvir os gritos de Klark, não por pena ou algo assim era apenas um pouco sombrio.
S/N
(Chan): A Ayla não deixaria ele impune.
—Foram vocês?
(Chan): Não... O chão de Asfhymor tremeu até que conseguisse nos libertar. Asfhymor te salvou.
—Por que? —Minha voz não passava de um sussurro, meus olhos já estavam inundados mais uma vez.
(Chan): Por quê é sua casa, o seu lar. Ela reconhece isso, portanto... Te fez filha dela. Por isso sente o mundo á sua volta.
Não conseguia parar de chorar, ele me envolveu com todo o carinho que podia existir em um abraço. Assegurando que mais nada aconteceria conosco. Saiph pousou, seguiu o caminho até a floresta seguindo os gritos do rei, assim que o dragão estava perto o suficiente, os gritos cessaram.
(Hyunjin): Acabou. —Avisa pousando ao meu lado. —Está machucada?
Levei minha mão em sua direção, e ele a segurou. Logo depois o mais novo pousou. Eles estavam ali, minha família estava bem. O alívio era algo sublime o suficiente pra me deixar mais leve. Voltei meu olhar pra floresta vendo a feérica sair de lá, seu poder negro ainda irradiando de suas mãos, seus olhos cintilando, suas asas abertas. Às vezes Ayla era um pouco assustadora. Saiph a seguiu de volta pro altar, e assim que chegaram ela me abraçou.
(Ayla): Ele não vai voltar. —Garantiu séria.
Senti algo gelado percorrer a palma da minha mão, voltei minha atenção para a mesma onde o Hyun estava curando a queimadura.
(Jeongin): O que ele fez com você?
—Um encanto. Estava desconfiado por eu ter me entregado. Queria ter certeza de que eu não mentiria.
(Ayla): Eu devia ter pedido pra que Saiph o queimasse ainda vivo. —Murmura.
(Christopher): Agora acabou. E ele não vai mais voltar.
O alívio era visível nos olhos da Ayla, e era de se esperar considerando o tempo em que viveu desejando sua vingança contra ele e agora finalmente tinha a conquistado.
(Jeongin): Halux e Erin foram presos.
(Christopher): Certo, podemos lidar com ele depois, agora podemos voltar pra casa e deixar tudo em ordem.
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A mansão estava exatamente como sempre esteve, intocada. O sol já havia nascido quando chegamos em casa, depois de um banho eu senti o cansaço pesar sobre o meu corpo, ainda estava extasiada com tudo que tinha acontecido horas antes. Asfhymor me queria aqui... Me salvou... Mas por que?
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Locked Memories
FanficE se a vida que você vive, a forma como vê o mundo, não fossem o que você pensa? E se o mundo que você conhece não fosse a única coisa que conheceu durante a vida? E se tudo que você acredita e toma como verdade, só fosse assim por uma ilusão criada...