(Christopher): Acredite em mim, entraríamos em guerra de qualquer forma. Com você aqui ou não. Mas eu preferia que não estivesse, pelo menos assim eu teria certeza de que estaria segura.
—Acho que agora eu entendo porque me queria longe.
(Christopher): Eu não queria isso, mas essa era a única forma de você não ser assassinada por eles.
—E eu devia ter ficado em casa.
(Christopher): Você não sabia.
—Por que de todos os lugares eu tinha que vir pra cá? —Pergunto me sentando no chão.
Abracei meus joelhos e apoiei minha cabeça neles, isso era péssimo. Ele se sentou do meu lado, e eu pude ouvir asas acima de nós, logo o Saiph se juntou a nós no chão.
—Onde esteve? —Pergunto passando minha mão por sua pelagem.
(Christopher): A culpa não é sua por vir pra cá... Eu não pensei que pudesse fazer isso, não pensei que sentiria, mas devia ter pensado melhor, é claro que você sentiria.
—Do que está falando? —Pergunto voltando a olhar pra ele.
(Christopher): Senti sua falta, mas alguns dias eram piores que outros. E naquele dia tudo que eu queria era que estivesse aqui, e eu me apeguei ao laço, talvez eu tenha puxado ele... E isso te atraiu pra cá. —Diz brincando com meus dedos.
—Então... Você me trouxe de volta?
(Christopher): Sim. Eu sinto muito, não era isso que eu queria... Bem, na verdade era mas... Eu não devia te colocar em risco assim.
—Eu estava agoniada... Eu só queria que aquela sensação horrível passasse, o que eu mais queria era resolver aquele sentimento de uma vez pra nunca mais me sentir daquele jeito. E estar aqui levou tudo isso, mesmo que eu ainda me sentisse perdida no começo, eu estava rodeada por familiaridades que deixavam uma parte de mim em paz. —Suspiro. —Você não fez nada de errado, tudo bem, temos que lidar com as consequências de alguma forma, mas você me aliviou da aflição que estava me sufocando. Obrigada Chris. —Sorri.
Aquilo me trouxe outra memória, da noite em que o Klark descobriu que eu estava aqui pela primeira vez. Estávamos na sacada principal da mansão Ennik.
—Você quer dizer que... Nós...
(Christopher): Sim, é por isso que podemos praticamente ler a mente um do outro, por isso que sentimos as mesmas coisas sem saber de onde tudo isso vêm.
—Isso é loucura.
(Christopher): Na verdade eu já esperava. —Sorri. —Acho que eu senti quando te vi pela primeira vez, como algo familiar, algo que estava faltando e de repente estava ali. Eu achei que tinha ficado louco, talvez estivesse vendo, ouvindo e sentindo coisas por causa de algum feitiço ou encanto. —Diz segurando a minha mão entrelaçando meus dedos aos seus. —Mas aí você virou minha melhor amiga e eu queria passar todo o meu tempo com você. E então eu senti, foi tão forte e real que eu jurava que se olhasse pra minha mão veria aquela linha se amarrando ao meu dedo, me ligando a você.
—Eu pensei que fosse só uma impressão, algo que a minha mente havia criado pra fazer com que eu me sentisse mais segura. Ou talvez minha imaginação.
(Christopher): Eu também. Até ter certeza de que não era, até sentir quando estava com medo ou em perigo. Até perceber que eu daria a minha vida pela sua, eu acabaria com qualquer um que te ameaçasse.
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Locked Memories
FanfictionE se a vida que você vive, a forma como vê o mundo, não fossem o que você pensa? E se o mundo que você conhece não fosse a única coisa que conheceu durante a vida? E se tudo que você acredita e toma como verdade, só fosse assim por uma ilusão criada...