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Ele me abraçou como se precisasse se segurar em algo para não cair, mesmo estando de joelhos no chão

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Ele me abraçou como se precisasse se segurar em algo para não cair, mesmo estando de joelhos no chão. Ele chorou até seus pulmões doerem e clamarem por ar. Chorou até que seus olhos vermelhos secassem e pesassem.

Henry chorou como nunca havia chorado antes.

Um choro de cura, um choro de alívio, um choro de paz, um choro de pura dor que em seu peito estava guardado.

Ele está colocando tudo para fora em cada lágrima que deixou cair.

Henry estava chorando por enfim estar livre de seu passado.
O tão ponto final que ele sempre adiou, foi posto no fim da história cruel e dolorida em que viveu.

O abracei com toda a minha força, com todo o meu amor, com todo o meu ser. E chorei, por ver o quanto o homem no qual sempre me mostrou força e coragem, realmente é mais forte e corajoso do que ele representava ser.
Não sei se ele ainda irá sentir-se como antes, com medo e muita raiva.
A raiva que nesse momento ele não sente. Eu só sei que hoje, apesar de um homem estar partindo, o homem que esta em meus braços chorando, esta renascendo.

Henry viverá daqui em diante uma vida na qual ele não precisará voltar ao passado para se atormentar de suas dolorosas lembranças, e nem precisará ter medo que o passado possa te machucar novamente.
Ele realmente pois o ponto final na história em que ele disse que iria colocar. Eu vi em seus olhos o quanto ele se sente liberto desse ciclo doloroso em que vivia.

Seguro seu rosto, enxugando suas lágrimas insistentes. Beijo seus lábios calmamente, sentido o gosto salgado de suas e até mesmo das minhas lágrimas. Beijo sua testa olhando em seguida seus olhos vermelhos.

__ Acabou. __ sua voz sai como um sussurro.

__ Acabou meu amor.. acabou. __ Repito o abraçando de volta.

ACABOU!

(...)

Dias depois.

Já faz alguns dias que voltamos. Para ser exata, seis dias.

São mais seis dias desde que o advogado de Marcos me ligou, e eu estou fazendo o máximo que posso para ignorar esse assunto. Não contei a ninguém sobre isso, e a cada dia esta mais difícil eu disfarçar a tristeza que em mim se instalou.

O banheiro virou o meu lugar secreto para colocar para fora um pouco dessa tristeza que sinto, para colocar fora um pouco dessa dor, mesmo que seja chorando feito uma criança, todos os dias durante o banho.

Eu jurei para mim mesma que jamais iria chorar por ele novamente, um juramento que quebrei na primeira noite em que cheguei em meu apartamento.

Repito todos os dias inutilmente.. Não vou desmoronar, quando já estou desmoronando. Não vou sofre, quando já estou sofrendo. Não vou sentir, quando tudo o que faço é sentir... Sentir essa dor dilacerante.

Eu odeio ama-lo.
Eu odeio sofrer por um pai ausente.
Eu me odeio por ainda me importar.

Respiro aliviada quando o último flash é disparado em minha direção e a voz do fotógrafo encerra a sessão de hoje. Vou para o camarim me trocar e tirar a maquiagem extravagante em que estava. São exatamente dez e quarenta e sete da noite. Essa semana fiz questão de por em ordem todos os compromissos que tive que adiar antes de ir para N.Y. Estou cansada, exausta, porém preciso ocupar a minha cabeça, para não ficar parecendo uma criança chorona o tempo todo.

Droga. Eu mal consigo segurar essas malditas lágrimas.

Fito o teto iluminado, em um modo de não deixaras lágrimas que se formaram cair. O barulho da porta é aberta e vejo meu namorado entrar.

Henry depois daquele dia em que chorou como um menino em meus braços no hospital, voltou a ser o pinscher raivoso, como diz o chaveiro, de sempre. Ele simplesmente me disse que tudo ficou para trás e que nada em relação ao seu passado o abalará, e bom, realmente não abala, pois esse homem esta cada vez mais tranquilo consigo mesmo, e eu gosto de vê-lo assim, livre.

O sorriso em seu rosto se desfaz assim que seus olhos encontram o meu. Seus passos rápidos em minha direção só não é mais rápidos que os meus. 
Sem conseguir me segurar mais, em o abraço com força chorando novamente como uma menininha. Seus braços me prende firmemente assim como os meus ao seu redor. Minhas lágrimas caem como cachoeiras e soluços escapam-me.

Isso dói demais.

__ Já pode me contar o que esta te machucando desse jeito, ou ainda vai continuar chorando no chuveiro? __ sua pergunta me pega de surpresa.

Ergo minha cabeça e vejo seus olhos cheios de preocupação.

__ Você me escutava? __ pergunto chorosa.

__ Eu escutaria seu choro até se eu tivesse do outro lado do mundo, Elisa.

__ Choro tão alto assim? __ pergunto em um falso humor. Ele nega em uma balançar de cabeça.

__ Demorei alguns dias para perceber que estava chorando.__ seus olhos me mostram que se sente culpado por não ter percebido antes.__  Mas sei que você esta triste com algo, desde antes de voltarmos de Nova York. E eu já faço idéia de quem te deixou assim. __ sua voz é baixa mais ainda sim é firme. __ É ele, não é? o seu pai? __ pergunta e eu anuo.

Minhas lágrimas caem cada vez mais. Volto a esconder o rosto em seu peito, enquanto suas mãos sobem e descem em minhas costas me consolando.

__ Conte-me tudo, Eli. __ sua voz é mansa e cuidadosa. __ Eu farei essa dor sumir, como você fez com a minha.

A certeza e cuidado de cada palavra que saiu de sua boca me aqueceu, então contei, contei tudo o que estava me machucando. Contei de todo o amor que sinto pelo meu pai, o amor que só existe da minha parte.

 Contei de todo o amor que sinto pelo meu pai, o amor que só existe da minha parte

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A Minha Certeza - Livro 04 'Os Fisher's'Onde histórias criam vida. Descubra agora