CAP 28

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Eu acordei primeiro que o Aires. Ele estava deitado no meu peito, com os braços firmes ao redor da minha cintura. Toquei os fios macios de seu cabelo e sorri com a imagem diante de mim. Eu senti tanta falta dele enquanto estava presa e já tinha me confirmado que a gente nunca mais se veria, me convenci de que ele seria para sempre o dono das melhores memórias da minha vida e nada mais. O seu rosto continuava lindo como de um anjo, o nariz perfeito, a mandíbula forte e os lábios vermelhos que eu precisava urgentemente beijar. Fui interrompida dos pensamentos por uma batida na porta e o Aires sentou se espreguiçando. Ele olhou para mim, mas antes que dissesse qualquer coisa alguém entrou

— não acha que está meio cedo, Daniel?

— ela está mesmo viva?

— Daniel — falei saindo da cama e o abraçando

Ele ficou estático por alguns segundos e então me abraçou de volta

— Zaya, você está mesmo aqui

Quando nós afastamos ele ficou observando meu rosto

— eu me culpei todos os dias pelo que aconteceu com você, era minha responsabilidade e eu falhei

— não foi sua culpa, você não poderia ter feito nada

Ele olhou para o Aires que estava com os braços cruzados nos observando com um sorriso no rosto

— pensei que se odiassem

— apenas uma trégua momentânea — falei

O Daniel conversou comigo por um longo tempo. Ele quis saber absolutamente tudo que tinha rolado nesses dois anos e só saiu do quarto quando um médico chegou

— majestades — o senhor se curvou e eu achei aquilo bizarro — como posso ajudar hoje?

— ela ficou muito tempo sem comer, agora nada para no estômago

— a senhorita poderia estar grávida?

— o que? Grávida? Claro que não

Olhei para o Aires que respondia absolutamente tudo para mim e o repreendi

— espere lá fora, por favor

Com muita relutância ele aceitou sair do quarto e eu tive paz para dizer o que estava sentindo. O senhor era muito gentil e se solidarizou com minha história. No final me passou algumas vitaminas para tomar, já que meu corpo estava extremamente fraco e disse para voltar a comer aos poucos, que logo meu organismo se acostumaria. Eu o agradeci e logo que ele saiu o Aires voltou irritado

— o que foi?

— nunca mais me peça para ficar longe de você novamente

— foram só alguns minutos...

— nunca mais, princesa

Os dedos dele entraram nos fios do meu cabelo e eu toquei seu peito macio. Mais uma vez fomos interrompidos e eu quis tomar um banho enquanto ele resolvia alguns problemas

— vamos sair, eu não vou ter um segundo de paz com você nesse lugar

— não tenho nada para vestir

— já te arrumei roupas, não se preocupe

Quando terminei de me enxaguar eu sai e um lindo vestido estava na cama. Observei o tecido requintado e sorri

— é o vestido mais lindo que eu já vi na vida

O Aires não tirava os olhos de mim. Ele me observou vestindo a peça e depois me ajudou a fechar os laços atrás

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